A infertilidade é definida quando um casal, que não possui nenhuma condição conhecida que afete as funções férteis, não consegue engravidar em um período de 12 meses de tentativas. E, embora muitas pessoas pensem diferente, as causas de infertilidade podem ser igualmente divididas em masculinas, femininas e mistas (quando ambos os parceiros apresentam causas).
Por isso, assim que o casal começa a suspeitar que possui problemas para engravidar, é fundamental buscar um especialista em reprodução humana. O profissional irá solicitar a realização de alguns exames a fim de identificar a verdadeira causa da infertilidade e, a partir do diagnóstico, indicar o melhor tratamento para o caso.
Quais são as principais causas de infertilidade masculina?
Na maioria dos casos em que o especialista identifica que a causa da infertilidade é masculina, ela está relacionada a problemas na formação dos gametas masculinos, no transporte deles ou na ejeção do sêmen.
Os espermatozoides podem apresentar redução na quantidade, problema na motilidade (capacidade de o espermatozoide se movimentar para conseguir “nadar” ao encontro do óvulo), alterações morfológicas (espermatozoides com cauda mais curta, por exemplo), ou apresentam disfunções na capacidade fértil (como a ausência de acrossoma).
Existem algumas causas que podem explicar essas modificações no espermatozoide, são elas:
Varicocele:
A principal causa de infertilidade masculina, definida pela dilatação e tortuosidade das veias do complexo responsável pela drenagem do sangue dos testículos (pampiniforme). Ela altera a quantidade e a qualidade dos espermatozoides, mas não interfere na potência sexual do homem, o que faz com que ela seja assintomática, na maioria das vezes, exceto em alguns casos nos quais o paciente relata dores, desconfortos e alterações físicas da região testicular.
De acordo com especialistas em reprodução humana, a varicocele atinge cerca de 15% dos homens, correspondendo a 40% dos casos de infertilidade masculina primária e 80% dos casos de infertilidade masculina secundária;
Causas genéticas:
Alterações no número ou na estrutura dos cromossomos dos espermatozoides, que podem causar a perda de qualidade, redução da quantidade ou, até mesmo, a ausência de espermatozoides no sêmen, condição chamada de azoospermia. Mesmo se o homem não for infértil, as alterações genéticas podem proporcionar anomalias ao embrião, causando aborto de repetição, falhas na implantação embrionária, baixo desenvolvimento ou fetos com anomalias estruturais;
Criptorquidia:
Caracterizada pela descida incompleta dos testículos para o escroto, fazendo com que eles permaneçam na região abdominal ou no canal inguinal, gerando o aumento de temperatura dos testículos, que pode diminuir a produção, concentração e a qualidade dos espermatozoides, podendo evoluir para um caso de azoospermia;
Infecções e cirurgias:
Quando ocorre a obstrução dos ductos devido a algum procedimento cirúrgico, como a correção de hérnia inguinal, por exemplo, ou devido a alguma infecção, como a caxumba, que pode migrar para os testículos;
Hábitos e traumas:
O tabagismo. Obesidade, exposição a ambientes tóxicos por longos períodos e, até mesmo, traumas sofridos na região, como pancadas, podem prejudicar as funções férteis do homem.
Quais exames auxiliam no diagnóstico de infertilidade masculina?
Dentre os exames que melhor auxiliam o diagnóstico da infertilidade masculina, podemos destacar:
Exame físico:
Uma avaliação minuciosa do especialista em reprodução humana, realizada em ambiente apropriado, com temperatura adequada (nem muito frio ou muito quente), boa iluminação (luz natural ou branca) e o homem precisa estar em pé. A principal intenção desse exame é a identificação de alterações na forma do testículo, podendo indicar um caso de varicocele, por exemplo;
Espermograma:
Tido como o principal exame para identificar causas de infertilidade masculina, o espermograma realiza uma análise completa dos gametas masculinos colhidos do sêmen, que é obtido por meio de masturbação em laboratórios especializados.
Os principais parâmetros que o exame avalia são a concentração (quantidade de espermatozoides produzidos), a motilidade (capacidade de locomoção dos gametas), vitalidade (nível de sobrevivência e resistência dos espermatozoides) e morfologia (formato dos espermatozoides);
Avaliação hormonal:
Uma análise sanguínea, que permite avaliar as taxas dos hormônios envolvidos na produção dos espermatozoides, como o FSH (valores altos indicam alterações que dificultam a produção de espermatozoides e níveis baixos apontam problema de estímulo para a produção de espermatozoides),
LH (hormônio responsável pela produção de testosterona, que podem promover a perda da vontade sexual, dificuldade de ereção e redução na produção de espermatozoides.
Apenas após realizar uma análise completa dos resultados dos exames, o especialista em reprodução humana poderá confirmar a verdadeira causa da infertilidade masculina e orientar o melhor tratamento para o casal.