O congelamento de óvulos é uma forma de preservação da fertilidade que vem se tornando mais comum recentemente. No entanto, apesar de parecer uma técnica de reprodução assistida recente, é um procedimento que possui registros desde 1986, mas que ficou mais conhecido após os anos 2000, época em que surgiu um novo método de criopreservação que garante maiores taxas de gravidez.
Embora não seja uma prática tão recente, o congelamento de óvulos ainda gera muitas dúvidas. Entenda um pouco mais sobre essa técnica de preservação da fertilidade que pode, inclusive, potencializar as chances de gravidez em um tratamento de reprodução humana.
Como funciona o congelamento de óvulos?
Assim como num ciclo normal de fertilização in vitro, as mulheres que irão congelar os óvulos passam por uma fase de estimulação ovariana, a fim de induzir o desenvolvimento de múltiplos folículos nos ovários. Vale lembrar que, naturalmente, apenas um folículo é recrutado para crescimento no ciclo ovulatório. Após esse procedimento, os óvulos resultantes são coletados em laboratório, por meio de aspiração dos folículos.
Após serem aspirados, eles passam por um preparo que utiliza substâncias crioprotetoras, que evitam a formação de cristais de gelo durante o congelamento, preservando a qualidade da célula. Depois de ser devidamente preparado, o óvulo é inserido em um recipiente armazenador específico, que contém nitrogênio líquido (N2), a -196°C, para o congelamento. Esse procedimento é realizado durante o método de congelamento por vitrificação, o mais utilizado e indicado pelos especialistas.
Quais são os métodos de congelamento de óvulos mais comuns?
São dois métodos mais comuns: o congelamento lento, que reduz a temperatura gradualmente, utilizando, também, uma substância que impede a formação de cristais de gelo no interior do óvulo, e a vitrificação (ou congelamento rápido), no qual o óvulo passa para a baixa temperatura rapidamente.
Devido às menores chances de formar gelo no interior do óvulo na técnica de vitrificação, ela é a mais indicada pelos especialistas, atualmente.
Quem pode congelar óvulos?
O congelamento de óvulos pode ser indicado para os casos em que a indução ovariana da FIV resultou em um número excedente de óvulos, permitindo ao casal congelar uma quantidade para futuras tentativas ou uma próxima gravidez. Mulheres com histórico de menopausa precoce na família também são boas candidatas à técnica, assim como mulheres que já passaram dos 35 anos, não possuem parceiro, mas desejam ser mães futuramente. Mulheres com cistos ovarianos, tais como endometriomas ou teratomas, também podem se beneficiar dessas técnicas.
Uma indicação recorrente para o congelamento de óvulos é para pacientes que precisam passar por tratamentos oncológicos, como a quimioterapia ou a radioterapia, e desejam preservar a fertilidade, para engravidar futuramente, após o tratamento, visto que ele pode impactar o potencial fértil.
Por quanto tempo um óvulo pode ficar congelado?
Não existe um tempo limite estipulado. Quando realizado da maneira correta, preservando a qualidade do gameta, o óvulo pode ser mantido congelado por diversos anos, até ser descongelado para ser utilizado, pois, uma vez congelado, ele não envelhece e não perde as características.
Por mais que seja uma técnica que tem se tornado cada vez mais conhecida, o congelamento de óvulos deve ser feito e orientado por um profissional de confiança. Caso esteja considerando realizar a técnica, busque uma equipe especializada.