Mulheres “más respondedoras” (poor responders)

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Mulheres “más respondedoras” (poor responders)

Pacientes que não respondem adequadamente à estimulação ovariana hormonal da Fertilização in Vitro devem ter a causa investigada

Uma etapa muito importante para a reprodução assistida em casais inférteis é a estimulação ovariana, que consiste em administrar doses hormonais diárias na mulher para promover o desenvolvimento e maturação de uma quantidade maior de folículos ovarianos.

Porém, existe um grupo de mulheres que não respondem adequadamente ao estímulo hormonal, sendo então chamadas de más respondedoras ou poor responders. Nessas pacientes, o protocolo tradicional de hormônios não é suficiente para que os folículos amadureçam e para que produzam óvulos em boa quantidade.

Diagnóstico de uma má respondedora

O diagnóstico de uma má respondedora se dá quando, após a etapa de estimulação dos ovários por protocolos hormonais padrões, não se nota o desenvolvimento esperado dos folículos ovarianos ou quando a quantidade de óvulos coletados é inferior ao que se esperava.

Nesses casos, a recomendação é investigar as causas antes de fazer um novo ciclo. Assim, o diagnóstico de poor responder inclui a dosagem de FSH entre o 3º e o 5º dia do ciclo, dosagem de estrogênio, dosagem de hormônio antimülleriano e a ultrassonografia transvaginal para a contagem de folículos antrais (CFA). Ou seja, é a mesma rotina investigativa que se tem na mulher com baixa reserva ovariana.

Nos casos em que a produção de óvulos é menor que a esperada após o estímulo hormonal, os Critérios de Bologna, criados pela Sociedade Europeia de Reprodução Humana, podem ser aplicados. Segundo a entidade, a mulher que preenche pelo menos dois critérios desta lista pode ser considerada má respondedora:

  • Idade materna avançada (mais de 40 anos) ou outros fatores risco;
  • Má resposta em ciclos prévios de estímulo ovariano convencional, obtendo três óvulos ou menos (ou ciclos cancelados);
  • Exames de reserva ovariana alterados (contagem de folículos antrais menor que 5-7 e valores de hormônio anti mulleriano entre 0,5 e 1,1 ng/ml).

Tratamento

O tratamento para a má respondedora dependerá do resultado dos exames investigativos e do diagnóstico obtido, que pode tanto indicar ausência de resposta ao hormônio quanto baixa reserva ovariana. No caso da mulher que tem uma quantidade aceitável de folículos ovarianos disponíveis — ainda que inferior ao esperado — o tratamento consiste em fazer um novo estímulo hormonal para que eles sejam enfim liberados, mas seguindo protocolos diferentes.

Uma das primeiras alternativas para a má respondedora é o protocolo que propõe o aumento da dose das gonadotrofinas para até 450 UI por dia, no máximo, buscando uma resposta mais efetiva. Vale ressaltar que, embora tenha-se falado na possibilidade de trabalhar com gonadotrofinas recombinantes — que seriam mais potentes (e mais caras) do que a gonadotrofina urinária — não há indícios científicos que comprovem seu benefício. Dois estudos retrospectivos, duplo-cego e randomizados, já demonstraram que não há diferença na quantidade de gametas aspirados e nas taxas de fertilização ou de gravidez.

Tem-se também o Protocolo Microflare, em que a paciente deve utilizar anticoncepcionais orais e, três dias após a interrupção, receber o agonista de GnRH, buscando, assim, promover uma indução da secreção de gonadotrofinas endógenas. Porém, o tempo de uso do agonista de GnRH deve ser menor do que no protocolo rotineiro.

Outra opção para estimular a má respondedora é o Protocolo de Resgate, que consiste no uso de antagonistas de GnRH. Sabendo que o uso habitual de agonistas de GnRH pode suprimir a resposta ovariana nas poor responders, o uso dos antagonistas após o crescimento inicial do folículo pode ajudar a produzir óvulos em maior quantidade e qualidade.

Por fim, tem-se o Protocolo DuoStim, segundo o qual devem ser feitas duas estimulações ovarianas e duas aspirações no mesmo dia, buscando aumentar o número de óvulos obtidos. Esses gametas são congelados e utilizados no próximo ciclo natural da mulher.

A mini-fiv também pode ser avaliada e realizada nos casos de má resposta.

Fatores de risco para má resposta

Dentre os fatores de risco para que a mulher seja má respondedora aos estímulos hormonais, estão:

  • Idade avançada (40 anos ou mais);
  • Histórico de quimioterapia ou outros tratamentos oncológicos;
  • Histórico de doenças ginecológicas em grau avançado;
  • Cirurgias ovarianas prévias;
  • Menopausa precoce ou baixa reserva ovariana;
  • Dosagem de FSH sérico acima de 10 UI/L entre o 3º e 5º dia de ciclo.

Cuidados que favorecem o tratamento

Ainda que muitas das causas da má resposta ovariana aos estímulos hormonais não sejam passíveis de cuidados e tratamento — como o histórico de quimioterapia ou cirurgias ovarianas —, é importante que toda mulher que deseja ser mãe cuide desde cedo de sua saúde. Esse cuidado deve ser integral, incluindo consultas frequentes ao ginecologista, proteção contra doenças sexualmente transmissíveis, evitar o uso de substâncias ilícitas e manter uma rotina saudável.

Além disso, as mulheres que já estão em fase de tratamento também devem ter cuidados especiais com a própria saúde para potencializar a resposta aos hormônios e obter melhores resultados na Fertilização in Vitro. Alguns cuidados que reduzem o risco de ser má respondedora e favorecem a reprodução assistida são:

  • Alimentação equilibrada e nutritiva;
  • Praticar exercícios físicos regularmente;
  • Não consumir bebidas alcoólicas durante o tratamento;
  • Não fazer uso de tabaco e outros tipos de cigarro;
  • Não utilizar drogas recreativas;
  • Reduzir consumo de cafeína.

Dado que há diversas opções de protocolos disponíveis para o tratamento da mulher má respondedora, a escolha do melhor método deve ser tomada pelo especialista e pela paciente conforme as especificidades e necessidades de cada uma. Portanto, escolha os melhores profissionais para te acompanhar nessa etapa, siga corretamente as recomendações da sua equipe médica e não utilize nenhum medicamento sem prescrição.

Para ter mais informações sobre o assunto, entre em contato e agende uma consulta com os especialistas da Mater Prime.

Fontes:

Febrasgo;

Ministério da Saúde;

Sociedade Europeia de Reprodução Humana.

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