A relação entre obesidade e fertilidade já foi comprovada por diversos estudos que demonstram que estar acima do peso, afeta a capacidade reprodutiva tanto da mulher como dos homens. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), no Brasil existem aproximadamente 18 milhões de pessoas consideradas obesas e 70 milhões acima do peso.
O cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) é utilizado no país para determinar se a pessoa está abaixo do peso, normal, acima ou obesa. Assim, usar a fórmula IMC = Peso/Altura² é indicado para identificar qual a situação corpórea. A tabela divide-se da seguinte forma:
- abaixo do peso: menor de 18,5;
- peso normal: 18,5 – 24,9;
- sobrepeso: 25,0 – 29,9;
- obeso: 30,0 – 39,9;
- obeso mórbido: acima de 40,0;
Assim como o sobrepeso e a obesidade atrapalham a fertilidade da mulher, estar abaixo do peso também não é considerado saudável e pode acarretar problemas e dificuldades para engravidar naturalmente.
Qual a relação entre obesidade e fertilidade da mulher?
Uma vez que se sabe que estar acima do peso não é bom para a fertilidade, é importante que a mulher entenda porque esses problemas ocorrem. O primeiro fator que faz com que a obesidade interfira na fertilidade é a questão hormonal.
O estrogênio, hormônio sexual produzido pelos ovários, pode ter a produção e metabolização alteradas devido ao excesso de gordura. Torna-se recorrente assim que o sobrepeso provoque ciclos menstruais irregulares, seja com intervalos muito curtos ou mais esparsos.
Outro problema hormonal relacionado com a obesidade é a Síndrome de Ovários Policísticos (SOP) que pode ser provocada pelo excesso de hormônios masculinos, como a testosterona, e que causa a ausência ou alteração da ovulação. O controle da SOP pode ser realizado com pílulas anticoncepcionais e isso inviabiliza a gestação no momento em que essa medicação é usada.
Distúrbios no metabolismo da insulina produzida naturalmente pelo corpo, mas não reconhecida pelas células também é outra causa da SOP, pois há alterações em todo o sistema hormonal, provocando um mau funcionamento dos ovários e outros órgãos.
A obesidade feminina também pode ser responsável por condições como ausência de ovulação e má qualidade dos óvulos, tornando a concepção natural mais difícil. Isso aumenta as chances de abortamento e provoca alterações nas trompas e endométrio, por exemplo. Há também maior dificuldade de estimulação ovariana em mulheres acima do peso que estejam realizando um tratamento de reprodução assistida, como a fertilização in vitro.
Todos esses fatores, isolados ou reunidos, provocam uma redução da fertilidade em mulheres obesas ou com sobrepeso, sendo essencial procurar um especialista para dar início a um tratamento.
Como tornar-se fértil novamente?
Quando a infertilidade está relacionada essencialmente com o sobrepeso ou condições associadas a ele, o primeiro passo para reaver o potencial fértil da mulher é iniciar um tratamento para emagrecer. Entre as práticas que podem ser adotadas estão uma reeducação alimentar e também a prática de atividades físicas.
Apenas um especialista em reprodução humana poderá identificar com maior precisão qual a condição para a infertilidade da mulher. Dessa maneira poderá dizer se o emagrecimento será suficiente para conseguir gerar um filho, seja por meio de tratamentos de reprodução assistida ou pela concepção natural.
Entretanto, se o objetivo da mulher é engravidar e ela está com sobrepeso, o emagrecimento até o objetivo de IMC normal é muito importante para aumentar a segurança da gestação, tanto para a mãe quanto para o bebê. Converse com o médico e tire suas dúvidas antes de iniciar qualquer tratamento.