O ácido fólico deve ser administrado em mulheres que pretendem engravidar, pois ele atua na prevenção de malformações congênitas
De acordo com orientações do Ministério da Saúde, a suplementação vitamínica com ácido fólico é recomendada para a mulher em idade fértil de 8-12 semanas antes de engravidar e nos 3 primeiros meses da gestação. Sua forma natural, o folato, é encontrada em vegetais de folha verde escura — como couve, brócolis e espinafre —, porém em algumas situações ele pode ser mal absorvido pelo organismo. Dessa forma, a forma sintética é a alternativa mais eficaz e prática para a mulher.
O ácido fólico é uma vitamina hidrossolúvel do complexo B que atua no processo de multiplicação das células e na formação de proteínas estruturais da hemoglobina. Sua suplementação na gestação tem o objetivo de prevenir defeitos no tubo neural do feto, estrutura fundamental para o completo desenvolvimento do sistema nervoso do bebê, que fecha nas primeiras quatro semanas de gestação, período este em que muitas mulheres podem não ter descoberto a gravidez ainda.
A vitamina não ajuda a engravidar, mas é vital para apoiar o desenvolvimento saudável do tubo neural nos estágios iniciais da gravidez. Por isso, é considerado um complemento importante para a concepção e a rotina de gestação.
A ingestão do ácido fólico reduz em até 75% o risco de má formação dessa estrutura, prevenindo condições como:
- Anencefalia;
- Paralisia dos membros inferiores;
- Incontinência urinária e intestinal nos bebês;
- Retardo mental e dificuldades de aprendizagem;
- Espinha bífida;
- Lábio leporino;
- Doenças cardíacas;
- Anemia na mãe.
Além disso, o ácido fólico é também responsável por ajudar na formação da placenta e no desenvolvimento do DNA, assim como diminui o risco de pré-eclâmpsia (complicação grave da gravidez que ocorre quando a mulher grávida tem pressão arterial elevada — acima de 140/90 mmHg — a qualquer momento após a 20ª semana de gestação).
Doses recomendadas do suplemento
Somente o médico pode dizer se você deve ou não tomar um suplemento de ácido fólico e em qual quantidade. No mínimo, geralmente recomenda-se a ingestão de 0,4 mg de ácido fólico, podendo ser tomado até a dosagem de 5 mg diário.
Em alguns casos, o seu médico poderá recomendar uma ingestão maior de ácido fólico. Geralmente, isso ocorre quando:
- Houve problemas em outra gravidez;
- Outro membro da família tem um defeito na medula espinhal;
- Casos de tratamento medicamentoso de epilepsia;
- Casos de obesidade;
- Casos de doença celíaca, diabetes, anemia falciforme ou talassemia 3.
Alguns medicamentos podem interferir na absorção do ácido fólico pelo organismo. Portanto, converse com seu médico caso esteja tomando algum remédio para que ele possa avaliar se é o caso de suspender o seu uso.
Ácido fólico e autismo
Embora o ácido fólico traga diversos benefícios para a saúde e o desenvolvimento do bebê, caso ele seja consumido em doses excessivas é possível que haja um aumento relativo e pouco significativo das chances de ter autismo.
Esta suspeita existe, pois observou-se que muitas mães de crianças autistas possuíam um valor elevado de ácido fólico na corrente sanguínea durante a gravidez. Assim, este risco não acontece se a vitamina for suplementada nas doses recomendadas.
A vitamina não é benéfica apenas durante a gravidez. Ele é um elemento importante na produção de glóbulos vermelhos, previne doenças do coração e estudos científicos recentes mostram que diminui o aparecimento de câncer no colo do útero e cólon. Outros efeitos benéficos são a prevenção de úlceras bucais, a melhora da pele e o aumento do leite materno.
Se você estiver planejando ficar grávida, visite o seu médico para que ele indique um suplemento de ácido fólico adequado para você. A suplementação é importante, inclusive, para as mulheres que estão se preparando para uma fertilização in vitro (FIV), pois a alimentação é importante nessa fase.
Fontes: