A doação de óvulos, conhecida como ovodoação, permite que uma mulher doe seu material genético para outra que não tenha condições de engravidar com óvulos próprios, seja por apresentar baixa qualidade ou ausência de óvulos. Este ato é considerado de grande generosidade por parte da doadora, pois esta não possui nenhum direito sobre a criança que nascer.
A doação deve acontecer de maneira totalmente sigilosa e anônima e apenas a equipe médica terá informações sobre quem é a doadora e quem recebeu aqueles óvulos. Outro fator importante da doação é que a receptora e a doadora não podem se conhecer. Uma alteração recente, promovida em 2013 pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) determinou que a paciente receptora poderá ajudar financeiramente a doadora a realizar a fertilização in vitro.
Ovodoação
No procedimento de ovodoação tanto doadora como receptora passam por tratamentos garantindo mais eficácia nos resultados.
Primeiramente a doadora terá seus ovários estimulados com medicamentos hormonais para produzir vários óvulos. Uma parte (geralmente a metade) dos óvulos obtidos será doado para uma paciente receptora. Essa paciente também terá que fazer um tratamento com hormônios para espessamento e preparo do endométrio com medicamentos por via oral ou adesivos transdérmicos, procedimento necessário para a gestação.
A fertilização In Vitro será feita com os óvulos doados e os espermatozoides do marido da receptora. Na primeira fase os embriões são mantidos em laboratório por um período que varia de três a cinco dias e, posteriormente a isso, são transferidos para o útero da paciente receptora.
Ser doadora de óvulos
Nos Estados Unidos é comum a venda de óvulos, no entanto, no Brasil essa prática é proibida. O que existe é a doação, com o intuito de ajudar uma mulher que não tem mais condições de ter filhos. É possível dar início aos procedimentos procurando uma clínica de reprodução humana que dará todo o suporte para o esclarecimento de dúvidas.
A doadora terá que fazer diversos exames para avaliar sua reserva ovariana e afastar doenças genéticas e/ou infecciosas, além de também para analisar a compatibilidade com a receptora. A doadora precisa se encaixar no seguinte perfil:
- Ter menos de 30 anos;
- Nenhum histórico de doença genética familiar;
- Não ter doenças infectocontagiosas;
- Apresentar bom potencial ovariano;
- Tipo físico e sanguíneo compatíveis com a receptora.
Ser receptora de óvulos
A receptora pode ser qualquer mulher que queira engravidar, mas não tem material genético próprio propício para uma fecundação. Entre os casos estão mulheres que:
- Estão na menopausa;
- Tiveram múltiplas falhas em tratamento ou abortos devido a baixa qualidade de seus óvulos;
- Apresentam quadros de falência ovariana prematura (pré-menopausa);
- Com alterações genéticas ligadas ao óvulo;
- Entre outros.
Questão legal
Para ser doadora de óvulos a mulher precisa estar consciente que não terá nenhum direito legal sobre a criança ou mesmo informações da mesma. Toda a equipe médica envolvida, assim como doadora, receptora e as respectivas famílias precisam ter consciência que todo o processo acontece de forma anônima e não será possível ter qualquer tipo de contato. Ambos casais assinam termos de consentimento explicando todo o processo e concordando com esse tratamento.