O principal marcador da fertilidade da mulher é a reserva ovariana. Sem a produção de folículos para o desenvolvimento dos óvulos, as chances de uma gestação caem de forma substancial. Por isso, atentar-se a esse marcador é tão importante na atualidade.
Na opinião do ginecologista obstetra e especialista em reprodução humana da Clínica Mater Prime, Dr. Rodrigo Rosa, é fundamental que a mulher tenha dados sobre a reserva ovariana, seja aquelas que querem postergar a maternidade como aquelas que vão passar por um tratamento de reprodução humana assistida.
Confira a seguir todas as peculiaridades acerca do tema com informações cedidas pelo especialista no assunto.
Reserva ovariana: o que é?
Denomina-se reserva ovariana a quantidade de folículos armazenado nos ovários da mulher. Esses folículos, durante o ciclo menstrual, são liberados e dentro de um deles, o óvulo amadurece. A mulher nasce com um número pré-determinado de folículos.
Estima-se que esse número gire entre 1 e 2 milhões e que ele vai diminuindo ao longo da vida. Essa perda é tão representativa e contínua que a mulher entra na adolescência com uma reserva ovariana estimada de 300 a 500 mil folículos.
Ou seja, ainda na barriga da mãe, bebês do sexo feminino vão eliminando mensalmente esse material, chegando ao momento da menopausa. Esse processo de eliminação natural é denominado de atresia que nada mais é que a morte celular.
Qual a importância da reserva dos ovários?
Mulheres que pretendem ser mães dependem dessa reserva para a realização desse sonho. É comum que mulheres com dificuldade em engravidar sejam diagnosticadas com baixa reserva ovariana. Esse marcador tem índices que são definidos com base na idade da mulher.
Isso deve ser ressaltado, pois, existe uma tendência ao erro de analisar o resultado do exame que mede a reserva ovariana, o antimulleriano. “Uma mulher de 40 anos que tiver resultado do antimulleriano de 1.2 pode ser considerado uma reserva ovariana normal. Já o mesmo índice a uma mulher de 32 anos significa uma baixa reserva ovariana e maior tendência que essa mulher entre na menopausa bem antes da média das mulheres”, explica o Dr. Rodrigo Rosa.
Quando medir a reserva ovariana?
Existem muitas controversas relativas sobre como mediar a reserva ovariana. Muitos ginecologistas costumam solicitar a pacientes que estão planejando a gestação um exame de sangue que mede o hormônio folículo-estimulante (FSH). Esse hormônio é fundamental para o crescimento e amadurecimento dos folículos ovarianos, sendo que muitos médicos se baseiam nesse indicador para definir o potencial fértil da mulher.
O especialista explica que o melhor marcador da reserva ovariana é o exame antimulleriano (HAM). Com ele é possível fazer a quantidade correta dessa reserva e ajudar o médico a identificar o que tem causado a infertilidade feminina. Além da baixa reserva ovariana, algumas mulheres são diagnosticadas com menopausa precoce, sendo que ambas as condições impedem a concepção de forma natural.
A contagem dos folículos Antrais (CFA) também colabora nessa análise aprofundada da reserva feminina, sendo que o exame antimulleriano e o CFA são os exames mais precisos na atualidade.
Como é feito o exame para medir essa reserva?
O ginecologista especialista em reprodução humana deve indicar na guia de solicitação de exames a conferência do hormônio antimulleriano, que pode ser medido com uma amostra de sangue. A grande questão desse exame para medir a reserva ovariana é que ele não tem cobertura por parte de planos e seguros de saúde e poucos laboratórios o fazem.
Interpretando os resultados
A qualidade da reserva ovariana, como mencionado, é medida com base na idade da mulher. Por mais que o resultado do exame indique que a reserva está normal para a idade, essa mulher pode apresentar dificuldades em engravidar.
O mesmo ocorre com mulheres que tem baixa reserva ovariana e com o auxílio da reprodução humana assistida realizam o sonho da maternidade. Para finalizar, Dr. Rodrigo Rosa faz questão de enfatizar a importância de se atentar a essa reserva, em especial as mulheres que estão na casa dos 35 anos. “A mulher pode querer postergar a gestação, sendo fundamental ela verificar a reserva e se possível optar pela preservação da fertilidade por meio do congelamento de óvulos”, conclui ele.
Fontes:
Sociedade Brasileira de Reprodução Humana;
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia;
Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina.