O pré-natal é a principal estratégia adotada globalmente para reduzir não apenas a mortalidade materna, mas também da mortalidade entre recém-nascidos ou natimortos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como morte materna qualquer óbito que ocorra durante a gestação, parto ou até 42 dias após o nascimento do bebê. O Brasil já apresentou melhorias significativas na redução desse índice, com queda de 43% entre 1990 e 2013 — principalmente devido à ampliação ao acesso ao pré-natal de qualidade.
Essa melhora nos índices também se deve às campanhas de conscientização, como Dia Nacional da Redução da Mortalidade Materna e Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher, comemorados em 28 de maio e que promovem mobilizações em todo o mundo.
Como o pré-natal pode reduzir a mortalidade materna?
O pré-natal é essencial à saúde da gestante e do bebê, uma vez que há diversos cuidados específicos durante essa fase, tais como:
- Atualização da caderneta de vacinação;
- Orientação médica;
- Monitoramento de doenças pré-existentes, como diabetes e hipertensão;
- Realização de exames para acompanhar a saúde materna;
- Realização de exames para monitorar o desenvolvimento fetal;
- Recomendações alimentares e de hábitos para garantir a saúde e bem-estar da mulher;
- Prescrição de suplementos, como o ácido fólico;
- Monitoramento do peso materno.
Essas diversas práticas desenvolvidas durante o pré-natal são fundamentais para reduzir a mortalidade materna e contribuir no desenvolvimento fetal adequado. De fato, o Ministério da Saúde estima que até 92% das mortes maternas poderiam ser evitadas e prevenidas, pois ocorrem por fatores como hipertensão, hemorragia ou infecções.
Estima-se que no Brasil, atualmente, apenas 64% das mulheres recebem atenção pré-natal em quatro ou mais consultas durante a gestação. A seguir conheça os principais pontos do acompanhamento que contribuem para redução da mortalidade materna.
Consultas de pré-natal
De acordo com dados da OMS, a maior frequência de consultas com atenção pré-natal influencia diretamente a mortalidade materna e óbitos perinatais. O aumento dos cuidados e avaliações médicas eleva as chances de identificar e tratar potenciais problemas de saúde da mãe ou que podem afetar o desenvolvimento fetal.
Segundo a OMS, o mínimo de 8 consultas pode reduzir até 8 mortes perinatais para cada mil nascidos quando comparado com a realização de apenas 4 consultas de pré-natal. A recomendação é que a primeira consulta ocorra até a 12ª semana de gestação, se repetindo nas 20ª, 26ª, 30ª, 34ª, 36ª, 38ª e 40ª semanas.
Orientação médica
Além da realização de exames para monitoramento da saúde materna e fetal, o pré-natal envolve uma série de orientações que contribuem para a saúde e bem-estar da mãe e bebê, tais como:
- Aconselhamento sobre uma dieta saudável e nutrição ideal;
- Indicação de atividades físicas permitidas;
- Recomendações sobre o uso de tabaco e outras substâncias;
- Prevenção da malária e HIV;
- Exames de sangue e atualização das vacinas atrasadas;
- Conselhos para amenizar sintomas fisiológicos comuns, como náusea, dor nas costas e constipação.
Todas essas informações e orientações à gestante são importantes para minimizar as chances de que ocorram complicações, alcançando assim uma gestação mais equilibrada.
Cesárea
Outro ponto de destaque, especialmente no Brasil, é a realização das cesáreas. A recomendação da OMS é que a média de procedimentos cirúrgicos no parto fique em 15%, mas no Brasil esse valor é de cerca de 55%.
Segundo o Relatório Nacional de Acompanhamento, mulheres submetidas a cesáreas apresentam 3,5 vezes mais riscos de morrer e têm cinco vezes mais chances de contrair uma infecção puerperal, que está entre as principais causas da mortalidade materna.
Com o acompanhamento pré-natal adequado, a gestante e o obstetra responsável podem planejar o parto. Com maior controle sobre a situação de saúde, as chances de uma cesárea são menores, incentivando o parto normal — que é mais seguro à mãe e ao bebê.
Assim, diversas as condutas adotadas durante o pré-natal são importantes para garantir a saúde das gestantes e reduzir a mortalidade materna. Agende uma consulta para saber mais.
Fontes: