A hiperprolactinemia é uma alteração hormonal que pode causar disfunções menstruais e infertilidade, sendo importante rastrear sua causa
A hiperprolactinemia — elevação dos níveis de prolactina — é uma alteração comum e esperada na gestante ou na lactante, mas que pode ter causas patológicas quando encontrada fora desses períodos. A prolactina é um hormônio cuja função está relacionada ao aumento da lactação e à inibição das gonadotrofinas hipofisárias (FSH e LH), portanto, gera repercussões tanto no ciclo menstrual quanto na fertilidade. Assim, em muitos casos é preciso investigar a causa de sua elevação e a tratar.
Afinal, o que é prolactina e qual a sua função no organismo?
A prolactina é um hormônio liberado pela porção anterior da hipófise, que se encontra naturalmente elevado durante a gestação e o aleitamento materno e cuja secreção é inibida pelo aumento da dopamina, neurotransmissor associado às emoções.
Dentre as funções da prolactina no organismo da mulher, pode-se citar:
- Proliferação das glândulas mamárias;
- Estímulo da lactação;
- Manutenção dos receptores do hormônio luteinizante (LH) no corpo lúteo;
- Inibição de hormônios gonadotróficos.
Sintomas da prolactina alta
A sintomatologia causada pela prolactina alta é bem diversa.
Prolactina alta em mulheres
Os principais sinais que indicam prolactina alta em mulheres incluem:
- Galactorreia (produção excessiva de leite nas mamas);
- Alterações no ciclo menstrual;
- Diminuição da libido;
- Ondas de calor;
- Diminuição da densidade óssea;
- Dificuldades para engravidar;
- Secura vaginal, o que pode causar dor ou desconforto durante as relações sexuais;
- Abortos recorrentes.
Prolactina alta em homens
Nos homens, a prolactina alta pode apresentar os seguintes sinais:
- Disfunção erétil;
- Diminuição da libido;
- Baixos níveis de testosterona, o que pode levar a cansaço, fraqueza muscular e alterações de humor;
- Diminuição da densidade óssea;
- Redução da massa muscular;
- Ginecomastia (aumento do tecido mamário).
Prolactina alta em crianças
Níveis elevados de prolactina são relativamente raros em crianças e adolescentes, mas podem ser causados por certos medicamentos ou lesões da glândula pituitária. Nesses casos, podem surgir sintomas e sinais como:
- Puberdade tardia;
- Ginecomastia;
- Amenorreia primária;
- Galactorreia.
Como diagnosticar a prolactina alta?
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) orienta a pesquisa de prolactina no sangue quando a paciente apresentar queixas de galactorreia espontânea, irregularidade menstrual e infertilidade.
Assim, para diagnosticar a prolactina alta deve-se realizar um exame de sangue com dosagem desse hormônio, sendo que o valor de referência padrão da maioria dos laboratórios para mulheres adultas não gestantes nem lactantes é de 25 ng/ml.
Quais as causas de hiperprolactinemia?
As causas de prolactina alta na mulher são diversas, sendo que seu diagnóstico demanda uma ampla investigação das possíveis etiologias, que podem ser:
- Tumores benignos da hipófise, os prolactinomas;
- Uso de medicamentos que inibem a secreção de dopamina, como alguns antipsicóticos, antidepressivos, anti-hipertensivos, antieméticos e opioides;
- Emocional, visto que a prolactina é inibida pela dopamina, um neurotransmissor associado à sensação de prazer, alegria e humor;
- Doenças sistêmicas, como hipotireoidismo, doença de Addison, cirrose hepática e insuficiência renal;
- Idiopática, ou seja, sem causa óbvia.
Como esse diagnóstico afeta o dia a dia da mulher?
Ao obter o diagnóstico de prolactina alta, é fundamental dar sequência a uma investigação aprofundada da causa, que pode estar associada a outros sintomas e ainda gerar estresse na rotina da mulher, visto que a hiperprolactinemia é um dos motivos de infertilidade.
Além disso, a prolactina alta também pode afetar as relações conjugais e sexuais, pois ao inibir o FSH e o LH, ela também reduz a libido, levando a problemas emocionais, sociais e dificuldades de gestar.
Prolactina alta e a fertilidade
A prolactina alta pode ter repercussão sobre a reprodução da mulher, causando infertilidade, visto que, quando elevada, ela altera desde a libido até os níveis de hormônios hipofisários que atuam nos ovários, como o FSH e o LH, como já mencionado.
Isso ocorre porque a prolactina é um hormônio que se encontra naturalmente alto durante a gestação e o aleitamento, momentos em que o organismo materno busca impedir a ocorrência de uma nova gestação para que a mãe possa se dedicar exclusivamente àquela prole.
Quais os tratamentos da hiperprolactinemia?
O tratamento consiste em intervir na causa primária e administrar um agonista dopaminérgico, buscando, assim, promover o efeito frenador da dopamina sobre a prolactina. De acordo com o Ministério da Saúde, o uso desse medicamento é opcional para mulheres assintomáticas e com prole bem constituída, bem como para aquelas que estão na menopausa e com galactorreia leve.
Portanto, ao notar alterações no ciclo menstrual, galactorreia ou infertilidade, recomenda-se buscar atendimento médico especializado para investigar a possibilidade de prolactina alta e sua causa.
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Fontes: