São vários os motivos que podem levar à perda de sangue na gestação. Em alguns casos, isso é normal. Porém, caso ocorra, deve-se sempre informar o médico
O sangramento na gravidez é um problema relativamente comum e nem sempre está relacionado a alguma condição grave. Porém, deve ser avaliado pelo médico assim que a mulher notar a sua presença.
Quando a mulher está realizando algum tratamento de reprodução assistida, a preocupação com o sangramento na gravidez tende a ser ainda maior, pois logo ela pode pensar que o tratamento não deu certo. Nesse procedimento, um percentual significativo de pacientes tem sangramento, sendo que a maioria dessas ocorrências não oferece riscos à mãe ou ao feto.
Causas de sangramento na gravidez
Quando o sangramento ocorre durante o primeiro trimestre, pode ser um sintoma de aborto ou de gravidez ectópica. Mas a perda de sangue em qualquer trimestre da gestação pode indicar problemas de placentação.
As possíveis causas de sangramento na gravidez variam de acordo com o período da gestação.
No primeiro trimestre
O sangramento nesta fase é comum nos primeiros 15 dias após a concepção. O sangue tem um tom rosado, dura cerca de dois dias e provoca cólicas iguais as da menstruação. Caso ele seja intenso, de cor vermelho-vivo ou acompanhado de náuseas e cólicas, pode ser um sinal de aborto espontâneo ou uma gravidez ectópica — que é a gravidez fora do útero.
Durante os primeiros três meses de gravidez a mulher também pode apresentar um corrimento de cor escura, tipo borra de café, mas que, como não está relacionado com o ciclo menstrual, pode aparecer em qualquer dia. Neste caso, pode se tratar de um descolamento ovular que pode levar a aborto.
Um tipo mais raro de sangramento na gravidez que pode ocorrer no primeiro trimestre é por deficiência da progesterona, hormônio responsável por modificar o endométrio para a evolução da gravidez. Algumas vezes o corpo não consegue produzir a quantidade ideal de hormônios para manter o endométrio estável no início da gravidez.
Na maioria das vezes, com reposição de progesterona e repouso relativo, consegue-se reverter o quadro.
No segundo trimestre
A partir dos três meses, o sangramento na gravidez é incomum e pode indicar descolamento da placenta, aborto espontâneo, placenta de inserção baixa (placenta que se implanta perto do colo do útero), ou um ferimento no útero e vagina causado pelo contato íntimo.
Sangramentos preocupantes, geralmente, são acompanhados de outros sinais de alerta, como dor abdominal, febre ou diminuição dos movimentos fetais, por exemplo.
No terceiro trimestre
Quando o sangramento acontece após as 24 semanas de gestação, já pode indicar sinais de trabalho de parto prematuro, apesar de também poder estar relacionado a alguns problemas, como placenta prévia ou descolamento da placenta.
Neste período também é frequente que a mulher apresente sangramento após o contato íntimo, uma vez que o canal de parto se torna mais sensível, sangrando com mais facilidade.
Seja qual for a causa, o sangramento na gravidez deve ser diagnosticado e cuidado, por isso é importante observar sintomas e realizar os exames físicos e a ultrassonografia quando solicitados pelo médico. Não use absorvente interno ou tenha relações sexuais enquanto estiver sangrando. Se o sangramento for volumoso e vier acompanhado de cólica ou uma dor intensa, e você apresentar febre ou calafrios, tonturas ou desmaios, é necessário buscar ajuda.
Fontes:
Clínica de Reprodução Humana Mater Prime.