Gametas femininos e masculinos representam a origem da vida e carregam o material genético da mãe e do pai. Entenda mais sobre o assunto e o papel deles nos tratamentos reprodutivos
Os gametas são as células reprodutivas femininas e masculinas que viabilizam a concepção e continuidade da vida. Nas mulheres, são os óvulos; enquanto nos homens, os espermatozoides.
Esclarecido o que são gametas, fica fácil entender a centralidade deles na reprodução humana, mas é importante conhecer esse papel e como alterações nos gametas podem comprometer a capacidade fértil do casal.
Qual o papel dos gametas no processo de reprodução humana?
Os gametas são os responsáveis por fornecer o material genético materno e paterno que viabiliza a reprodução.
Gametas femininos
Nas mulheres, os gametas são os óvulos. Nelas, a reserva ovariana é formada ainda no desenvolvimento intrauterino, ou seja, as mulheres nascem com uma quantidade pré-definida de gametas.
A cada mês, durante o ciclo menstrual, um único gameta (óvulo) é maturado pelos hormônios reprodutivos femininos e liberado, o que caracteriza o período fértil da mulher.
Ao longo da vida, a partir do primeiro ciclo menstrual, ou menarca, a reserva ovariana feminina vai sendo acionada mensalmente até que ocorra a menopausa, que é quando essa reserva é encerrada e a mulher não pode mais engravidar naturalmente.
Gametas masculinos
Nos homens, os gametas são os espermatozoides, e, diferentemente do que ocorre com as mulheres, a produção espermática é contínua, razão pela qual a idade não é o fator mais determinante na fertilidade masculina.
Quando o gameta feminino liberado no período fértil da mulher encontra o gameta masculino, ocorre a fecundação, que dá início à gravidez com o desenvolvimento embrionário e, posteriormente, fetal, que dá origem ao bebê.
Tanto o óvulo como o espermatozoide têm 23 cromossomos cada, enquanto as demais células do organismo têm 46 cromossomos. Isso porque é a junção dos dois que dá origem à primeira célula de um novo ser, chamada de zigoto, que vai se dividir até formar um ser humano completo.
Portanto, os gametas carregam o material genético feminino e masculino — combinação única, responsável por cada vida e sem a qual a reprodução é inviável.
Alterações nos gametas e problemas de infertilidade
Os problemas de infertilidade em casais, quando a concepção natural não acontece, podem decorrer de alterações nos gametas, seja nos óvulos, nos espermatozoides ou em ambos.
Nas mulheres, existem diversas condições que podem comprometer a qualidade ou disponibilidade dos gametas, incluindo:
- Síndrome dos ovários policísticos: distúrbio endócrino-metabólico que dificulta a ovulação, ou seja, a liberação do gameta feminino
- Endometriomas: lesões de endometriose nos ovários que podem reduzir a reserva ovariana durante sua expansão.
- Falência ovariana prematura (FOP): também chamada de menopausa precoce, ocorre quando o consumo da reserva ovariana é mais acelerado (provavelmente por fatores genéticos ou imunológicos) e faz com que a mulher não possa engravidar com óvulos próprios em idades mais jovens.
Os homens também podem apresentar alterações nos gametas que comprometem o potencial fértil. Entre elas, destacam-se:
- Azoospermia / Oligospermia: ausência / redução de gametas (espermatozoides) no líquido seminal e pode decorrer de alterações genéticas (constitucionais) ou causas infecciosas (adquiridas) como clamídia, gonorréia e caxumba.
- Fragmentação do DNA espermático aumentada: caracteriza-se pela perda da integridade da cadeia de DNA dos espermatozoides e resulta em dificuldade de concepção, chances aumentadas de aborto ou alterações genéticas da prole;
- Varicocele: formação de varizes nos testículos, comprometendo a circulação sanguínea no local e, consequentemente, a produção e a qualidade dos
Essas condições afetam a fertilidade do casal, uma vez que alteram a qualidade ou quantidade de gametas e, no caso dos homens, alteram também a motilidade dos espermatozoides.
A investigação das condições associadas à maior dificuldade de concepção do casal é essencial para determinar a técnica de reprodução assistida mais adequada ao caso.
Coleta e uso dos gametas nos tratamentos de reprodução assistida
Nos tratamentos de reprodução assistida, o principal objetivo é obter gametas femininos e masculinos viáveis para a fecundação e concepção. Para tal, são adotadas diferentes técnicas, como:
- Estimulação ovariana nas mulheres, etapa que faz parte dos tratamentos de Fertilização in Vitro (FIV) e, por vezes, da Inseminação Artificial e do Coito Programado;
- Coleta seminal por meio de masturbação, e, quando a infertilidade do casal se deve a algum fator masculino grave (espermatozóides em pequena quantidade e/ou motilidade reduzida), pode-se recorrer à Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide (ICSI), com a qual avalia-se a qualidade do gameta masculino e, posteriormente, ele é inserido diretamente dentro do óvulo para viabilizar a fecundação;
- Aspiração do epidídimo (PESA) e biópsia testicular (TESE): técnicas utilizadas na situação de azoospermia, quando os espermatozóides não são encontrados no ejaculado e devem, então, ser retirados diretamente do testículo.
Quando um dos parceiros não tem gametas viáveis ao tratamento de reprodução humana, uma opção é recorrer à doação de gametas, seja de espermatozoides ou de óvulos, em bancos de doação especializados.
Para ter mais informações sobre o assunto, entre em contato e agende uma consulta com os especialistas da Mater Prime.
Fonte:
Clínica de Reprodução Humana Mater Prime.