Ao realizar um tratamento de reprodução humana de alta complexidade, como a ICSI ou a FIV, a paciente passa pela etapa de transferência de embriões, que consiste na deposição dos embriões resultantes da fertilização realizada em laboratório dentro do útero da futura mãe.
É uma etapa fundamental do tratamento, no entanto, ela pode ser realizada utilizando embriões a fresco, que foram fertilizados em laboratório recentemente, bem como utilizando embriões congelados, que são embriões que passaram pelo processo de fertilização em laboratório, mas foram preservados em recipientes apropriados e congelados para serem transferidos futuramente.
Quais são as vantagens de transferir embriões congelados?
Em um tratamento que não utiliza embriões congelados os ovários são estimulados por meio de injeções hormonais que induzem a ovulação, mas que também causam diversos efeitos colaterais no organismo da paciente, podendo, inclusive, afetar a receptividade do endométrio no momento da transferência de embriões, impedindo que ocorra a implantação e, consequentemente, a gestação. Essa situação é o que os especialistas em reprodução humana denominam como falhas de implantação.
Contudo, em um tratamento de FIV que utiliza a transferência de embriões congelados, como não existe a etapa de coleta de óvulos, não há a necessidade de administrar nenhum medicamento hormonal com o objetivo de acelerar o desenvolvimento dos óvulos. Devido a isso, o organismo da paciente não recebe uma dosagem alta de hormônios e o endométrio corre menos risco de se tornar hostil ao embrião que tentará se implantar ali.
Nos casos em que a implantação do embrião é efetiva, em procedimentos tradicionais, as alterações hormonais uterinas podem resultar em abortos espontâneos ou em partos prematuros, gerando bebês consideravelmente menores do que os demais. Em uma gestação em que foram utilizados embriões congelados, por não existir essa ação hormonal incomum para o organismo feminino, as gestações resultantes apresentam menores chances de abortos espontâneos bem como os bebês nascidos são, em média, 253 gramas maiores do que os outros.
Além disso, os tratamentos de fertilização que utilizaram embriões congelados ao invés de embriões frescos apresentaram menores incidências de pré-eclâmpsia, uma condição séria relacionada ao aumento da pressão arterial da gestante, que pode resultar em aborto espontâneo.
Apesar de apresentar diversas vantagens, apenas um especialista em reprodução humana poderá confirmar se é mais viável um tratamento de fertilização in vitro que utiliza embriões congelados ou frescos, dependendo de diversas análises do casal.