Hatching, ou eclosão, é o termo utilizado por especialistas em reprodução humana para denominar o momento em que o embrião rompe a zona pelúcida (camada que o reveste, como uma película) para se implantar no endométrio da mãe. Uma das causas de falhas na implantação dos embriões é a dificuldade que alguns embriões podem apresentam para realizar essa ruptura.
Pensando em solucionar os casos de falhas implantacionais relacionadas à dificuldade do embrião no momento do hatching, especialistas criaram a técnica de assisted hatching, ou seja, de eclosão assistido, na qual a ruptura é feita pelo embriologista momentos antes da transferência dos embriões para dentro do útero.
Como é realizada a técnica de assited hatching?
A técnica foi mencionada a primeira vez em 1991, o que indica que ainda é uma técnica recente, quando comparada às demais utilizadas em tratamentos de reprodução humana. Ao longo desses 25 anos em que ela vem sendo aplicada e aprimorada surgiram algumas variações de formas de aplicação, apesar de o conceito ainda permanecer o mesmo: auxiliar na implantação do embrião por meio da ruptura da zona pelúcida.
As três formas de realizar a técnica de assisted hatching são:
- Método mecânico: também chamado de dissecção parcial da zona (PZD), foi o primeiro método utilizado e é caracterizado pela abertura de um pequeno orifício realizado mecanicamente, com o auxílio de uma microagulha. Contudo, a principal dificuldade desse método é conhecer o tamanho ideal do furo para a passagem do embrião;
- Método químico: consiste em realizar uma abertura na zona pelúcida que reveste o embrião utilizando substância química;
- Método a laser: técnica mais recente, mais utilizada pelos especialistas em reprodução humana atualmente e a que apresenta melhores resultados até hoje, na qual o especialista faz uso de laser para romper a zona pelúcida. Essa é a técnica utilizada em nosso laboratório.
O procedimento é realizado durante o tratamento de FIV, em uma etapa antecedente à transferência dos embriões para o útero da mãe e é indicada para casos específicos.
Quando o assited hatching é indicado pelos especialistas em reprodução humana?
O médico especialista em reprodução assistida poderá indicar a realização do assited hatching para os seguintes casos:
- Idade materna elevada;
- Mulheres com poucos óvulos (baixa reserva ovariana);
- Mulheres com endometriose;
- Embriões que apresentam zona pelúcida mais espessa;
- Falhas de implantação repetidas após ciclos anteriores de FIV;
- Embriões que apresentem excesso de fragmentação ou divisões celulares reduzidas, entre outras situações que o especialista considerar necessário orientar a técnica.
Apenas um especialista em reprodução humana, após a avaliação fértil do casal e a análise dos embriões obtidos para a transferência, auxiliado por uma equipe de embriologistas devidamente capacitados, poderá confirmar se a técnica é ideal para o caso.