Um procedimento também chamado de processamento de espermatozoides, a técnica de lavagem de espermas representa uma chance para casais sorodiscordantes conseguirem engravidar e gerar filhos sem doenças infectocontagiosas, sendo associada a algum tratamento de reprodução humana.
A técnica de lavagem de espermatozoide consiste em etapas de centrifugação, lavagem e filtragem do sêmen, que possibilitam isolar os gametas masculinos não infectados pelo ambiente onde o vírus se encontra (líquido seminal), permitindo a utilização desses espermatozoides em tratamentos de reprodução assistida, como a IIU (Inseminação Intrauterina) e a FIV (Fertilização In Vitro), por exemplo.
Em que casos o especialista em reprodução humana indica a lavagem de espermatozoides?
Os casais sorodiscordantes são aqueles em que um dos parceiros é portador de doenças infectocontagiosa. Na maioria das vezes essas enfermidades são sexualmente transmissíveis e causadas, principalmente, por três vírus:
- HCV – transmissor da Hepatite C;
- HIV – transmissor da aids;
- HTLV – transmissor de doenças degenerativas do sistema neurológico.
O procedimento é orientado pelo médico especialista em reprodução humana nos casos em que apenas o homem é portador do vírus e a técnica é realizada apenas nos gametas masculinos (espermatozoides).
Como funciona a técnica de lavagem de espermatozoide?
É importante o casal ter em mente que, antes de recorrer ao procedimento, precisará passar por diversos exames a fim de analisar a infecção do vírus e o potencial reprodutivo dos dois. Apenas após essa minuciosa análise é que será coletado o espermatozoide do homem infectado.
O material colhido deve passar por três fases: centrifugação, lavagem e filtragem. Essas etapas permitirão separar o material analisado, já que isola os espermatozoides do plasma seminal, parte que concentra o vírus.
Uma parte da amostra de espermatozoides obtida é enviada para estudo que irá analisar a quantidade de RNA viral presente, a fim de garantir que o vírus não entre em contato com a parceira, e a outra parte ficará congelada até que o resultado da análise confirme a ausência do vírus nos gametas analisados.
Assim que confirmada a ausência do vírus, os espermatozoides congelados poderão ser empregados no tratamento de reprodução assistida ideal para o caso, de acordo com a orientação do especialista em reprodução humana que estará acompanhando a técnica.
Quais os tratamentos de reprodução humana associados à técnica?
Com a lavagem de espermatozoides, homens portadores de vírus infectocontagiosos possuem a possibilidade de gerar filhos sem que a mãe da criança ou o bebê sejam contaminados, principalmente por meio de dois tratamentos de reprodução humana:
- IIU – Inseminação Intrauterina: chamada por muitos de Inseminação Artificial (IA), é considerado um tratamento de baixa complexidade. Durante o procedimento, os espermatozoides considerados ausentes de vírus são introduzidos no útero da progenitora durante a ovulação dela, facilitando a fecundação.
- FIV – Fertilização In Vitro: é um tratamento de alta complexidade, pois também envolve a captação do material genético feminino (óvulo). Após recolhido, é promovido o encontro do óvulo com os espermatozoides sadios (fecundação) em laboratório. Os embriões resultantes da fertilização são então transferidos ao útero da futura mãe a fim de gerar a implantação e, consequentemente, o desenvolvimento do feto, sem a presença do vírus.
As chances de sucesso de tratamentos de reprodução humana para casais sorodiscordantes que optam pela técnica de lavagem de espermatozoides podem chegar a 75%, visto que não são considerados inférteis. Além disso, a cada 100 amostras de espermatozoides que passam pela técnica de lavagem, apenas de 2 a 8 apresentam resultados positivos para a presença do vírus durante a análise, não sendo efetivada a fecundação.
