Baixa Reserva Ovariana e Menopausa Precoce

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A baixa contagem de folículos ovarianos na mulher pode ser fisiológica da idade ou ocorrer precocemente, levando à dificuldade para engravidar em casos extremos (menopausa precoce)

Para entender o que é a baixa reserva ovariana, é preciso primeiro relembrar como ocorre a gametogênese na mulher, ou seja, a produção de seus gametas. Desde o dia em que nasce, a mulher já tem em seus ovários todos os folículos ovarianos que se transformarão em óvulos ao longo da vida. Portanto, conforme eles vão sendo “utilizados” durante os ciclos reprodutivos, sua quantidade vai diminuindo, visto que, diferentemente do homem, a mulher não produz novos gametas após o nascimento — só os consome.

Quando ela atinge a puberdade e passa pela menarca (a primeira menstruação), seus ciclos menstruais se iniciam, promovendo a maturação e a liberação mensal dos gametas — armazenados nos ovários — para a cavidade uterina, a fim de que sejam fecundados por espermatozoides e se transformem em embriões.

Porém, para que um óvulo seja liberado para a tuba uterina, é preciso que muitos folículos sejam estimulados pelos hormônios, de forma que a reserva ovariana da mulher vai sendo consumida constantemente. Essa redução do estoque de óvulos ao longo da vida recebe o nome de “dinâmica ovariana” e, a depender dessa velocidade de consumo, pode ocorrer a situação precoce de baixa reserva, que em casos mais extremos culmina na insuficiência ovariana prematura (ou menopausa precoce). 

O que é a reserva ovariana?

A reserva ovariana da mulher é a quantidade de folículos ovarianos que ela tem armazenados nos ovários para serem amadurecidos, secretados e potencialmente fecundados durante sua vida reprodutiva. Para se ter uma ideia numérica, estima-se que a mulher nasça com aproximadamente 2 milhões de folículos. Essa quantidade cai para cerca de 400 mil durante a adolescência, chegando a 25 mil aos 38 anos e apenas mil folículos aos 50 anos.

É válido ressaltar que não há nenhuma forma de retardar ou de acelerar essa dinâmica ovariana, pois mesmo as mulheres que não menstruam devido ao uso de pílulas anticoncepcionais ou de DIU enfrentam uma degeneração mensal de aproximadamente 1.000 óvulos.

Assim, a baixa reserva ovariana é esperada para todas as mulheres conforme o avançar da idade, mas pode ser um obstáculo para aquelas que desejam engravidar um pouco mais tarde. Além disso, em alguns casos a mulher pode apresentar esse quadro em idade abaixo da esperada, recebendo, então, o diagnóstico de menopausa precoce (abaixo dos 40 anos).

Fatores que podem afetar a reserva ovariana

Na maior parte dos casos (80 a 90%), não é possível identificar a causa desse quadro, mas alguns dos fatores que podem ocasionar a baixa reserva ovariana em mulheres com menos de 35 anos são:

  • Doenças autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico (LES);
  • Doenças genéticas, como a síndrome de Turner e a síndrome do X frágil;
  • Tratamentos oncológicos agressivos, como quimioterapia e radioterapia;
  • Doenças ginecológicas e tratamentos cirúrgicos que levam ao comprometimento dos ovários.

Sintomas da falência ovariana precoce

Por se tratar de um quadro originado nos ovários, onde são produzidos importantes hormônios para o ciclo menstrual (principalmente o estrogênio), a sintomatologia da baixa reserva ovariana pode ser parecida com a da menopausa. Primeiro, a mulher nota irregularidade do ciclo menstrual, tanto em fluxo quanto em frequência, podendo até mesmo ficar meses sem menstruar. Já aquelas que estão tentando ser mães encontram dificuldades em engravidar mesmo sem utilizar métodos contraceptivos.

Junto dessas alterações do ciclo menstrual e da fertilidade, a paciente com menopausa precoce pode relatar:

  • Sudorese e calor excessivos;
  • Desconforto e dor na relação sexual;
  • Falta de lubrificação vaginal;
  • Instabilidade emocional, irritabilidade e ansiedade.

Como diagnosticar a baixa reserva ovariana

O diagnóstico da baixa reserva ovariana envolve exames de dosagem hormonal (hormônio anti-mülleriano) e a contagem direta de folículos antrais (CFA) via ultrassonografia transvaginal. Embora os exames de sangue para dosagem de hormônios como o FSH façam parte do protocolo de investigação da menopausa precoce, nem sempre seus níveis normais indicam reserva ovariana adequada.

A CFA ou o hormônio anti-mülleriano (AMH) são realizados especialmente nas mulheres que têm o desejo de gestar. Situações de baixa reserva são alertas para que as mulheres que ainda não iniciaram as tentativas de gravidez antecipem esses esforços ou para que sejam orientados tratamentos de congelamento de óvulos ou de Reprodução Assistida, respectivamente. Isso vale para mulheres sem parceria fixa e para casais que já apresentem diagnóstico de infertilidade ou fatores de risco para essa condição, mesmo após poucas tentativas.

Em termos práticos, a visualização de mais de 10 folículos na CFA prediz maior probabilidade de sucesso em tratamentos de Fertilização In Vitro, porém as chances de gestação espontânea não são impactadas pela contagem de folículos. Contagens abaixo de 10, no entanto, podem justificar recorrer mais precocemente a essas técnicas e, nesse momento, é importante contar com a orientação de equipe médica especializada.

Como a reprodução assistida pode ajudar?

A reprodução assistida pode ajudar mulheres com baixa reserva ovariana a engravidar através da Fertilização in Vitro (FIV). Essa técnica consiste em captar os gametas femininos e fecundá-los em laboratório com o espermatozoide de um companheiro ou de um doador anônimo.

Outra opção para mulheres com baixa reserva, mas que não desejam engravidar tão logo, é realizar a extração e a criopreservação (congelamento) dos óvulos para preservar a fertilidade. Assim, seus gametas permanecem adequadamente armazenados e, quando ela se sentir pronta, poderá recuperá-los para fazer a FIV.

Já nos casos em que a mulher não tem qualquer reserva ovariana (menopausa precoce), o uso de óvulos doados pode ser uma alternativa. Ou seja, embora a baixa reserva ovariana seja uma condição de difícil diagnóstico e que pode abalar as esperanças de quem deseja gestar, há diversas técnicas disponíveis para que essas mulheres venham a engravidar com a ajuda da reprodução assistida.

Para ter mais informações sobre o assunto, entre em contato e agende uma consulta com os especialistas da Mater Prime.

Fontes:

Febrasgo;

Ministério da Saúde.

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