Bioética na reprodução assistida

A bioética na reprodução assistida equilibra inovação científica e princípios éticos, garantindo o respeito à dignidade humana e a segurança de todos

A evolução da medicina reprodutiva trouxe avanços significativos, permitindo que pessoas que antes não podiam ter filhos biológicos agora tenham essa possibilidade. Porém, esses avanços geram debates éticos sobre os limites da intervenção médica na reprodução humana.

A bioética na reprodução assistida busca equilibrar inovação científica e princípios morais, garantindo que os procedimentos respeitem a dignidade dos envolvidos e sigam normas que protejam tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde.

Quero realizar um tratamento de reprodução assistida!

O que é bioética na reprodução assistida?

A bioética é uma área do conhecimento que analisa as implicações éticas dos avanços científicos e médicos, buscando conciliar o desenvolvimento da ciência com valores morais e direitos humanos. Quando abordamos a reprodução assistida, esse campo é o responsável por avaliar até onde as técnicas médicas podem ser utilizadas para intervir no processo natural de concepção e gestação, levando em consideração aspectos, como autonomia dos pacientes, consentimento informado e a segurança dos embriões.

A bioética na reprodução assistida se baseia no princípio de que a tecnologia deve ser usada de maneira responsável, garantindo que os direitos de todas as partes envolvidas sejam preservados. O grande desafio é estabelecer um equilíbrio entre a inovação científica e as questões éticas que surgem com esses avanços, assegurando que a reprodução assistida continue evoluindo sem desrespeitar princípios éticos fundamentais.

Quais são as questões bioéticas na reprodução assistida?

A bioética na medicina aborda diversas questões relacionadas à reprodução humana. Entre os temas mais debatidos, destacam-se:

  • Consentimento informado;
  • Óvulos, pré-embriões e embriões;
  • A comercialização de gametas;
  • Troca de embriões no procedimento de transferência;
  • Questões sobre a interrupção seletiva de embriões em gestações múltiplas;
  • Clonagem;
  • Pesquisa e congelamento de embriões;
  • Produção de quimeras humanas.

A seleção do sexo

A seleção do sexo do bebê é um dos temas de destaque na bioética na reprodução assistida. No Brasil, a legislação proíbe essa prática, exceto quando há necessidade de prevenir doenças genéticas ligadas ao sexo, como a hemofilia. A escolha do sexo por preferência pessoal pode gerar um desequilíbrio demográfico e reforçar desigualdades de gênero, o que faz com que seja uma prática proibida pelas normas do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Limites éticos na seleção de embriões

A seleção de embriões ocorre principalmente em tratamentos como a Fertilização in Vitro (FIV), quando os embriões são analisados geneticamente antes da transferência para o útero. Isso permite evitar doenças hereditárias, mas também levanta debates sobre a possibilidade de selecionar características não relacionadas à saúde. A bioética na reprodução assistida defende que essa escolha deve ser limitada a aspectos médicos, sem influências estéticas ou sociais.

Doação de óvulos e espermatozoides

A doação de gametas no Brasil é regulamentada pela Resolução CFM nº 2.320/2022, que estabelece que a doação deve ser anônima e sem fins lucrativos. A identidade dos doadores não pode ser revelada aos receptores, garantindo privacidade e evitando conflitos legais futuros. A bioética na reprodução assistida reforça a importância de regras claras para evitar qualquer tipo de exploração ou comercialização de gametas.

Útero de substituição e barriga de aluguel

O útero de substituição, popularmente conhecido como “barriga de aluguel”, permite que uma mulher gere um bebê para outra pessoa ou casal. Esse processo é regulamentado pelo CFM e deve ser voluntário, sem qualquer tipo de compensação financeira. Apenas parentes de até quarto grau podem atuar como gestantes de substituição, salvo autorização especial do Conselho Regional de Medicina. Assim como a doação de gametas, esse procedimento deve seguir normas éticas rígidas.

O que diz a regulamentação da reprodução assistida no Brasil?

A bioética na reprodução assistida no Brasil segue amparada segundo a Resolução CFM nº 2.320/2022, que estabelece regras claras para garantir segurança e ética nos tratamentos de reprodução humana.

Essa regulamentação define critérios para doação de gametas, número máximo de embriões transferidos, diretrizes para o útero de substituição e restrições sobre práticas como a escolha do sexo do bebê. O objetivo é garantir que todas as partes envolvidas no processo – pacientes, médicos e embriões – sejam protegidas e tratadas com respeito.

Qual o impacto social da bioética na reprodução assistida?

A bioética na reprodução assistida também tem um impacto significativo na inclusão social. Apenas em 2013, por exemplo, os casais homoafetivos tiveram a garantia legal de que poderiam recorrer a essas técnicas. Com o avanço das discussões bioéticas e mudanças na legislação, esses casais, assim como as pessoas solteiras, passaram a ter acesso aos tratamentos de reprodução assistida.

Isso representa um avanço na garantia do direito à parentalidade para diferentes configurações familiares, bem como o impacto da bioética na reprodução assistida, ampliando os direitos reprodutivos.

Fontes:

UFRGS – Bioética e Reprodução Assistida

Mater Prime

Blog

Confira as últimas novidades do mundo da Reprodução Humana

Youtube Dr. Rodrigo Rosa

Inscreva-se no canal da Mater Prime

Vídeos novos toda terça, quarta e quinta às 17h

x