As chances de engravidar após os 35 anos são menores devido à redução da reserva ovariana e da qualidade ovular, mas a assistência médica especializada e os tratamentos de fertilidade viabilizam a realização desse sonho.
Transformações sociais fizeram com que as mulheres adquirissem novas prioridades no início da vida adulta, como a atuação no mercado de trabalho e construção de uma carreira, viajar, estabilizar-se financeiramente etc. Entretanto, ainda que retardar uma gestação seja, sim, possível, é importante ponderar os riscos e benefícios de engravidar após os 35 anos.
A maior dificuldade de engravidar após os 35 anos deve-se ao fato de que, diferentemente do organismo masculino, que mantém a constante produção de gametas (espermatozoides), as mulheres já nascem com uma reserva ovariana determinada, que, ao longo dos anos, vai reduzindo.
Ao longo da vida fértil da mulher, o nível da reserva ovariana vai reduzindo, progressivamente, até alcançar a menopausa, que representa o esgotamento de óvulos no organismo feminino.
Esse processo de queda na quantidade de folículos e consequentes óvulos é intensificado após os 35 anos de idade. Contudo, isso não significa que uma gestação seja impossível após essa idade.
Quais são as chances de engravidar após os 35 anos?
Com o declínio da taxa de reserva ovariana conforme o avanço da idade materna, a qualidade dos óvulos gerados pela paciente também apresenta alterações.
Com isso, além das chances aumentadas de infertilidade feminina, caso a paciente consiga engravidar, há maiores chances do desenvolvimento de embriões aneuploides (embriões com alterações genéticas).
Estima-se que a formação de embriões aneuploides ocorra em um a cada 385 nascimentos das gestações de mulheres de 30 anos; enquanto aos 35 anos, a aneuploidia acomete um bebê a cada 190 nascimentos.
Algumas mulheres ainda podem ser acometidas pela falência ovariana precoce (FOP), também conhecida como menopausa prematura, que acomete pacientes que já nasceram com a reserva ovariana mais baixa.
Desconsiderando esse caso, que é mais raro, as chances de engravidar após os 35 anos são as seguintes, em média:
- De 31 a 35 anos: 15% de chances de gravidez a cada ciclo menstrual, sendo que 80% dos casais conseguem engravidar em até 1 ano;
- De 36 a 40 anos: 9% de chances de engravidar por ciclo menstrual, com 50% dos casais engravidando em 1 ano de tentativas;
- De 41 aos 42 anos, as chances diminuem para 4% por ciclo, sendo de 20% no período de um ano;
- De 43 a 45 anos, as chances reduzem para 0,2% por ciclo e é de apenas 1% em um ano de tentativas.
Se há essa queda significativa — especialmente após os 35 anos —, quando a mulher tem 25 anos, as chances de engravidar são de 18% por ciclo, sendo de 85% durante o período de um ano.
Em geral, considera-se infértil o casal que, após 12 meses de tentativas periódicas e sem uso de contraceptivos, não consegue engravidar. Entretanto, em mulheres com mais de 35 anos ou quando um dos parceiros tem histórico desfavorável, como síndrome de ovários policísticos (SOP), endometriose e outros, o período é de 6 meses, recomendando-se que se busque auxílio médico especializado após esse período.
Apenas um especialista em reprodução humana poderá confirmar as verdadeiras chances de gravidez do casal na faixa etária em que se encontra, após analisar uma série de exames que auxiliam nessa avaliação.
Na mulher, entre os parâmetros avaliados para analisar a fertilidade, estão inclusos: a contagem de folículos antrais e os níveis de hormônio antimülleriano (HAM), entre outros hormônios. Nos homens, realiza-se, principalmente, a contagem de espermatozoides.
Caso o médico verifique que as chances de uma gestação natural da paciente são reduzidas, devido à baixa reserva ovariana, ele poderá orientá-la a um tratamento de reprodução assistida.
Quais tratamentos são indicados para engravidar após os 35 anos?
A indicação de qual tratamento de reprodução humana deverá ser seguido para engravidar após os 35 anos dependerá sempre de fatores individuais avaliados pelo especialista, de forma que não existe um protocolo universal para tais casos.
Entretanto, a primeira opção geralmente é a da FIV tradicional com PGT-A (teste genético pré-implantacional para aneuploidias), para identificar possíveis alterações cromossômicas dos embriões, rastreando a presença de doenças genéticas. Esse tratamento é indicado para casais com histórico de abordo de repetição, mulheres com idade avançada ou quando há falhas recorrentes de implantação.
Já em casos de baixíssima reserva ou falência ovariana, as alternativas normalmente sugeridas são as apresentadas a seguir.
Mini-FIV
A mini-FIV é um procedimento bastante parecido com a FIV tradicional, mas que tem como objetivo estimular a maturação de poucos óvulos no ciclo, focando mais na qualidade do que na quantidade.
É uma técnica muito aceita, pois não apresenta os efeitos da hiperestimulação ovariana, além de ser economicamente mais acessível, uma vez que tem uma demanda medicamentosa significativamente menor.
FIV em ciclo natural
A FIV em ciclo natural não inclui a etapa de estimulação ovariana de nenhum óvulo adicional, utilizando apenas o óvulo resultante do ciclo de ovulação natural da paciente, que é monitorado por meio de exames periódicos.
Em alguns casos, é administrado apenas um hormônio ao final do ciclo, para impedir a ovulação precoce. Mas como esse procedimento não faz uso de medicação para estímulo ovariano, também apresenta custos mais acessíveis e sem riscos de hiperestimulação.
Doação de óvulos
A doação de óvulos é uma opção quando a paciente não apresenta óvulos viáveis para fecundação. Nesse tratamento, uma doadora (anônima) oferece os óvulos dela a outro casal.
Esse óvulo doado é fecundado em laboratório pelo espermatozoide do parceiro da receptora e, após gerar embriões, eles são transferidos para o útero da receptora. As famílias doadoras e receptoras não têm contato, sendo que a clínica de reprodução humana é responsável por toda a mediação.
A gravidez após os 35 anos oferece mais riscos?
De acordo com o Ministério da Saúde, ao engravidar após os 35 anos, a mulher é classificada como gestante de risco, pois, a partir dessa faixa etária, ela fica mais vulnerável a diferentes tipos de complicações gestacionais, como:
- Hipertensão;
- Alterações cardiovasculares;
- Diabetes gestacional;
- Alterações metabólicas;
- Parto prematuro e aborto.
Também há riscos aumentados ao bebê, tanto de formação de embriões aneuploides — resultando, por exemplo, na síndrome de Down ou síndrome de Edwards — como de outros tipos de má-formação fetal.
Por conta dos riscos aumentados, é indispensável que, ao engravidar após os 35 anos, a paciente faça um pré-natal ainda mais atencioso e cuidadoso. Entretanto, tais ocorrências não devem desestimular a mulher que deseja ser mãe, independentemente da idade.
Há benefícios em ser mãe após os 35 anos?
Como em todas as fases da vida, ser mãe após os 35 anos é uma experiência que vai apresentar prós e contras.
Como benefícios de ser mãe nessa faixa de idade, está o fato de a mulher ter a chance de planejar a gestação de acordo com seu momento de vida, incluindo, por vezes, mais estabilidade financeira e profissional.
Como desvantagem, destaca-se a maior dificuldade para engravidar após os 35 anos, bem como os riscos aumentados da gestação. Entretanto, essas questões podem ser administradas com o suporte médico apropriado.
O tratamento ideal para cada caso deverá ser indicado pelo especialista apenas após a avaliação completa do quadro de infertilidade do casal e, principalmente, da reserva ovariana da paciente. Portanto, é impossível prever qual dos tratamentos é o mais eficiente ou o mais indicado pelos especialistas.
Para ter mais informações sobre o assunto, entre em contato e agende uma consulta com os especialistas da Mater Prime.
Fonte:
Clínica de Reprodução Humana Mater Prime.