A classificação embrionária é uma ferramenta importante para otimizar os resultados da FIV. No entanto, ela não é o único fator que determina o sucesso do tratamento
A fertilização in vitro (FIV) é um dos tratamentos mais avançados e eficazes para casais que enfrentam problemas de infertilidade. O procedimento estimula os ovários da mulher para produzir vários óvulos, que são coletados e fecundados em laboratório com os espermatozoides do parceiro ou de um doador anônimo.
Em suma, os embriões resultantes são cultivados e observados diariamente até o momento da transferência para o útero materno. No entanto, nem todos os embriões têm a mesma qualidade e potencial de implantação, por isso, é necessário realizar uma classificação embrionária.
A classificação dos embriões ajuda a selecionar os melhores embriões para transferência, aumentando as chances de gravidez e reduzindo os riscos de gestação múltipla e de anomalias cromossômicas.
O que é classificação embrionária?
A classificação embrionária é um método de análise dos embriões que leva em conta o seu número de células, o grau de fragmentação, a simetria, a compactação, a blastocele, o trofoectoderma e a massa celular interna. Esses parâmetros variam de acordo com o dia de desenvolvimento do embrião, que pode ser desde o estágio pronuclear (D0) até o blastocisto eclodido (D5, D6 ou D7, em alguns casos).
Desse modo, a classificação embrionária é realizada por meio de um microscópio óptico ou de uma câmera digital acoplada ao incubador dos embriões. Os embriologistas atribuem notas ou letras aos embriões conforme os critérios estabelecidos por diferentes sistemas de classificação.
Como é realizada a classificação dos embriões?
A classificação dos embriões pode ser feita em dois momentos distintos: no terceiro dia (D3) ou no estágio de blastocisto (D5/D6/D7) de desenvolvimento. Os embriões transferidos no D3 são chamados de embriões clivados, pois passaram por um processo de divisão celular chamado clivagem. Já os embriões transferidos no D5/D6/D7 são chamados de blastocistos, pois atingiram um estágio mais avançado de diferenciação celular.
Sobretudo, durante a classificação embrionária o desenvolvimento passa por algumas divisões, o qual podemos classificar da seguinte maneira:
- D1: estágio pronuclear, é o primeiro dia de desenvolvimento, em que são visualizados 2 pronúcleos no citoplasma do zigoto.
- D2: inicia-se a clivagem, com a divisão de 2 a 4 células, um estágio ainda inicial;
- D3: o terceiro dia, pode ser dividido em até 8 células, estágio importante para a transferência de embriões;
- D4: começa o estágio de compactação celular, ou seja, uma massa de células que não tem características distintas.
- D5/D6/D7: a partir do quinto dia, o embrião entra na fase de blastocisto, que é um estágio mais avançado. No D5, o embrião já tem centenas de células e começa a formar uma organização interna que o prepara para a implantação no útero.
A classificação dos embriões clivados é baseada no número de células e no grau de fragmentação. Desse modo, quanto maior o número de células, melhor a qualidade do embrião.
Já o grau de fragmentação é a porcentagem de material celular anormal que se desprende das células durante a clivagem, quanto menor o grau de fragmentação, melhor a qualidade do embrião.
Agende a sua FIV com um dos especialistas da Mater Prime!
Qual é considerado o melhor embrião para transferir?
De acordo com a classificação embrionária, o melhor embrião é aquele com maior potencial de implantação e que irá gerar uma gravidez saudável. Em suma, não há uma resposta única para essa questão, pois a escolha do embrião depende de vários fatores, como:
- Idade da mulher;
- Reserva ovariana;
- Qualidade dos gametas;
- Número de embriões disponíveis, entre outros.
No geral, os blastocistos (a partir do D5) têm uma vantagem, pois já passaram por um processo de seleção natural e têm maior taxa de implantação. Porém, nem todos os embriões chegam a esse estágio, com alguns podendo perder a viabilidade durante o cultivo. Por isso, a decisão sobre a transferência de embriões no D3 ou nesse estágio mais avançado deve ser tomada de forma individualizada, sempre com orientação profissional.
É possível melhorar a classificação dos embriões?
A classificação dos embriões é um reflexo da qualidade dos embriões, que por sua vez é influenciada pela qualidade dos gametas (óvulos e espermatozoides) e pelo ambiente em que os embriões são cultivados.
Portanto, para melhorar a classificação embrionária, é preciso melhorar a qualidade dos gametas e das condições de cultivo. A qualidade dos gametas está relacionada à idade dos pais, aos hábitos de vida, às doenças pré-existentes e aos fatores genéticos. Contudo, algumas medidas podem melhorar a qualidade dos gametas, bem como:
- Evitar o tabagismo, o alcoolismo e o uso de drogas;
- Ter uma alimentação balanceada e rica em antioxidantes;
- Praticar atividade física moderada;
- Controlar o estresse;
- Tratar as doenças que possam afetar a fertilidade.
O que é um embrião humano?
Um embrião humano é o estágio inicial de desenvolvimento de um ser humano após a fertilização do óvulo pelo espermatozoide. Ele começa a se formar logo após a união dos gametas, quando o óvulo fertilizado começa a se dividir e a se multiplicar em várias células.
O embrião continua seu desenvolvimento até atingir o estágio de blastocisto, que é quando começa o processo de implantação no útero da mãe. Durante essa fase, o embrião passa por mudanças rápidas e complexas para começar a formar os primeiros tecidos e órgãos.
Como acontece a classificação do blastocisto?
O blastocisto passa por diferentes estágios de expansão, que vão desde o estágio inicial até o estágio completamente expandido, em que sua cavidade é bem formada e o embrião começa a se preparar para a implantação no útero. Quanto mais expandido o blastocisto, maior a sua chance de implantação.
Outro fator importante é a massa celular interna, que é a parte do blastocisto que dará origem ao embrião propriamente dito. Um blastocisto de alta qualidade deve ter uma massa celular interna bem definida e compacta.
Por fim, o trofoblasto é a camada de células externas do blastocisto, que dará origem à placenta. A boa organização e o desenvolvimento dessas células também são fatores de classificação embrionária, já que indicam a probabilidade do embrião realizar a implantação e sustentar a gestação.
Qual é o melhor blastocisto para ser transferido ao útero?
Existe um sistema com notas de 1 a 6 que indicam o estágio de expansão (quanto maior o número, mais expandido o blastocisto está). Além disso, a qualidade da massa celular interna e do trofoblasto também recebe notas, que podem ser combinadas para gerar uma classificação embrionária geral, como “A”, “B” ou “C”, indicando quais são os embriões com maior potencial de sucesso na implantação.
Transferência de embrião na FIV: qual é o melhor?
Na fertilização in vitro (FIV), a escolha do momento ideal para transferir o embrião é o que determina as chances de sucesso do tratamento. Veja agora um pouco sobre a transferência de acordo com a classificação embrionária.
Transferência embrionária em D5/D6/D7
A transferência embrionária no estágio de blastocisto (D5/D6/D7) é preferida por muitos médicos porque aqui existe maior chance de gravidez, já que somente os embriões de melhor qualidade conseguem chegar a essa fase avançada de classificação embrionária. O blastocisto também tem melhor sincronização com o endométrio (revestimento do útero), além de diminuir as chances de gestação múltipla.
Transferência embrionária em D3
Por outro lado, a transferência do embrião no dia 3 (D3) ainda é uma opção válida, especialmente nos casos onde a qualidade dos embriões é inferior ou o número de embriões disponíveis é pequeno. Muitos médicos optam por essa abordagem para evitar a perda de embriões, que podem parar de se desenvolver antes dos estágios D5/D6/D7. A transferência na classificação embrionária D3 também oferece uma aproximação mais natural do útero, com o embrião continuando seu desenvolvimento de forma mais fisiológica.
Por que um embrião pode não se desenvolver na FIV?
Geralmente, por erros no número de cromossomos durante a divisão celular, podendo ser causados por falhas na replicação do DNA, que afetam a integridade genética do embrião.
Além disso, a qualidade dos gametas (óvulo e espermatozoide) também é fundamental para o sucesso do desenvolvimento saudável do embrião. Outro fator que pode influenciar é o ambiente de cultivo, que apesar de controlado, pode não ser perfeito para o desenvolvimento dos embriões.
Agende sua primeira consulta com a Mater Prime e discuta as melhores opções para o seu caso com um de nossos especialistas.
Fontes: