Entender como funciona o anticoncepcional de barreira e hormonal auxilia na decisão do método contraceptivo mais adequado às suas necessidades. Confira a seguir!
Um estudo de 2015 relevou que, no Brasil, 79% das mulheres fazem uso de algum método contraceptivo para prevenir uma gestação indesejada. No entanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre como funciona o anticoncepcional e suas consequências para o organismo.
Os anticoncepcionais podem ser classificados em dois grupos maiores, os de barreira e os hormonais. As indicações do uso podem variar de acordo com as especificidades do caso, razão pela qual é importante que essa decisão seja feita em conjunto com o ginecologista de confiança. Entenda mais a seguir.
Como funciona o anticoncepcional de barreira?
Para entender como funciona o anticoncepcional de barreira basta imaginar um meio físico que impede que os espermatozoides cheguem às trompas de falópio e encontrem o óvulo. Entre essas opções destacam-se os preservativos masculinos e femininos e os dispositivos intrauterinos (DIUs) não hormonais.
O DIU, por exemplo, é um método muito eficiente, com 0,1% de falha e é inserido no útero, impedindo a fecundação do óvulo pelos espermatozoides. Já os preservativos têm índice de falha que pode variar entre 2 e 15%, a depender da forma do uso, mas são os únicos que previnem doenças sexualmente transmissíveis.
Também são considerados como métodos de barreira a laqueadura e a vasectomia, com chances de falha de 1%. No entanto, esses são métodos contraceptivos definitivos, ainda que a reversão pode ser tentada posteriormente.
Como funciona o anticoncepcional hormonal?
Por ser o método mais amplamente utilizado, também é importante entender como funciona o anticoncepcional hormonal. Trata-se de um medicamento que combina os hormônios estrogênio e progesterona na formulação, apesar de existirem as formulações compostas apenas de progesterona.
Esse tipo de anticoncepcional é recomendado para mulheres que podem usar hormônios e que desejam um método de contracepção reversível.
Destaca-se que existem diferentes meios disponíveis, como pílula, injeção, adesivo, anel vaginal, implante e o sistema intrauterino liberador de levonorgestrel (SIU), todos eles considerados muito eficientes com chances de falha de 0,1%, se o uso for correto.
Em geral, o anticoncepcional hormonal funciona inibindo a ovulação, de forma que não seja liberado um óvulo que poderia ser fecundado e dar início à gestação. No caso do anticoncepcional oral e do sistema intrauterino outro fator é que ele altera o muco cervical, tornando-o mais hostil aos espermatozoides.
Pílula anticoncepcional
Apesar da existência de diferentes métodos contraceptivos, um estudo do IBGE indicou que 61,6% das mulheres fazem uso regular da pílula anticoncepcional para prevenir a gravidez.
A pílula começa a fazer efeito já no primeiro dia de uso, no entanto, deve-se aguardar ao menos um ciclo completo para começar a ter relações sexuais contando com a proteção dela.
Um fator importante é que o horário de tomar a pílula, seja de manhã, de tarde ou de noite, não faz diferença na eficácia contraceptiva, mas ela deve ser ingerida diariamente em horários similares para evitar redução do efeito hormonal.
A forma correta de tomar o anticoncepcional depende do tipo. O mais comum é o de 21 dias, no qual a pílula deve ser tomada diariamente até o fim da cartela, seguida de uma pausa de 7 dias nos quais deve menstruar e iniciar uma nova cartela no 8ª dia. Outra opção é a cartela de 28 dias, na qual o uso da pílula é ininterrupto.
A pílula anticoncepcional – ou outros métodos hormonais – também são indicados para pacientes com problemas hormonais e que não desejam gravidez, como Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP).
A SOP é causada por distúrbios hormonais que geram um conjunto de sintomas como menstruação irregular, pele oleosa e acneica, ganho de peso, crescimento de pelos faciais, alterações no humor, depressão e infertilidade.
Uma das opções de controle dos sintomas da SOP é por meio do uso de anticoncepcionais hormonais, mas é importante que essa indicação seja feita por um ginecologista, considerando as particularidades do caso. Outro aspecto importante é avaliar mudanças nos hábitos, como alimentação, sono e atividades físicas.
Entender como funciona o anticoncepcional, seja de barreira ou hormonal, como a pílula anticoncepcional, é fundamental para uma escolha acertada do método mais apropriado às suas necessidades, estilo de vida e condição de saúde.
A escolha do anticoncepcional deve ser realizada com auxílio do ginecologista, pois a indicação depende de uma avaliação do quadro de saúde, por exemplo, para evitar o uso de pílula anticoncepcional por pacientes com tendência à trombose. Saiba mais sobre a relação entre anticoncepcional e infertilidade aqui.
Fontes:
Mater Prime;
MDSaúde.