Exame ALICE: Análise de Endometrite Crônica

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Problema causado por infecções bacterianas recorrentes pode estar presente em até 30% das mulheres com infertilidade

Diversas alterações endometriais podem estar entre as possíveis causas de infertilidade feminina. Entre elas, podemos citar as que são relacionadas à presença de microrganismos nesse tecido, sejam eles não patogênicos ou causadores de infecções.

À análise de endometrites crônicas causadas por bactérias damos o nome de exame ALICE (do inglês: analysis of infectious chronic endometritis). Esse teste pode ser realizado em diversas ocasiões, como veremos a seguir.

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O que é o Exame ALICE?

Basicamente, o exame ALICE é um teste realizado para avaliar a presença da endometrite crônica, uma inflamação persistente no tecido da cavidade uterina. O problema é causado, na maioria das vezes, por infecções bacterianas recorrentes.

Estudos apontam que a endometrite crônica pode afetar cerca de 30% das mulheres com infertilidade, principalmente as que apresentam falhas de implantação e perdas gestacionais recorrentes. Ainda assim, o problema ainda é muito pouco investigado e, na maioria dos casos, é assintomático.

ALICE: qual a importância?

Uma vez que a endometrite crônica afeta muitas mulheres com infertilidade, a realização do exame ALICE ganha muita importância. Isso porque a avaliação é capaz de identificar o problema e os microrganismos que o causam, possibilitando o estabelecimento do tratamento correto para o caso, com maiores chances de sucesso.

Exame ALICE: quando é indicado?

O exame ALICE pode ser indicado, de modo geral, a todas as mulheres que estejam tentando engravidar. A análise da necessidade do exame deve ser feita individualmente pelo médico especialista em reprodução humana, que deve levar em consideração fatores como:

  • Perdas gestacionais e falhas de implantação recorrentes;
  • Falhas em tratamentos de reprodução humana assistida;
  • Presença de sintomas como febre, dor durante as relações sexuais, dor abdominal, sangramento e secreção vaginal com mau cheiro;
  • Histórico de infecções uterinas, sejam elas sexualmente transmissíveis ou relacionadas a outras situações.

O exame pode ser indicado também em conjunto com outros testes, como o ERA e o EMMA — que também têm a finalidade de identificar alterações endometriais que possam causar infertilidade ou interferir nos resultados de um tratamento de reprodução assistida.

ALICE: como é realizado?

O exame ALICE é realizado por meio da coleta de uma amostra do tecido endometrial, realizada em uma biópsia. Essa amostra deve ser armazenada em baixas temperaturas antes de ser analisada.

A análise da presença de bactérias infecciosas causadoras da endometrite crônica é feita por meio da separação e identificação de seu material genético. Assim, é possível diagnosticar a endometrite crônica e identificar especificamente qual é a bactéria que está ocasionando o problema.

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É necessário preparo de endométrio para realizar o ALICE?

A coleta do tecido endometrial para o exame ALICE pode ser realizada em momentos do ciclo menstrual em que o tecido está formado, dispensando qualquer preparo especial do endométrio. Isso ocorre, geralmente, entre o 15º e o 25º dia do ciclo menstrual.

Em alguns casos, no entanto, pode ser indicada a utilização de medicamentos hormonais para preparar o tecido endometrial de forma adequada para a coleta da amostra.

Independentemente da necessidade ou não de preparo endometrial, é recomendável que a paciente que se submeterá ao exame ALICE não esteja em tratamento com antibióticos no momento da coleta. Esses medicamentos podem alterar o microbioma.

Quais resultados o exame ALICE pode apresentar?

O exame ALICE pode apresentar resultados positivos ou negativos. Quando o resultado é positivo, isso quer dizer que foi detectada a presença de microrganismos causadores da endometrite crônica. É possível, ainda, nesses casos, identificar os patógenos causadores.

Entre as principais bactérias que podem ser identificadas no exame ALICE, podemos citar:

  • Enterococcus spp;
  • Enterobacteriaceae;
  • Streptococcus spp.;
  • Staphylococcus spp.;
  • Mycoplasma spp;
  • Ureaplasma spp.

Como o ALICE pode aumentar as chances da FIV?

Como a endometrite crônica é um problema que pode estar diretamente relacionado a falhas de implantação e perdas gestacionais, a realização do exame ALICE pode proporcionar uma melhora nas taxas de sucesso da FIV.

Isso ocorre porque o tratamento correto da condição leva à eliminação de uma das possíveis causas de infertilidade da paciente — que, nesse caso, são as bactérias que levam à inflamação crônica endometrial.

Para saber mais sobre o exame ALICE e outros testes endometriais, entre em contato com a Mater Prime e agende uma consulta.

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Fontes:

Mater Prime

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia

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