Existe diferença entre endometriose e adenomiose?

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Endometriose e adenomiose são patologias relacionadas ao tecido endometrial, no entanto, consistem em condições distintas com suas especificidades em relação ao diagnóstico e tratamento.

Apesar de a endometriose e adenomiose consistirem em doenças relacionados ao tecido endometrial, elas são condições que apresentam diferenças entre si, sendo importante um diagnóstico correto para dar início ao tratamento mais adequado.

A endometriose e adenomiose podem ser potencializadas pela quantidade do hormônio estrogênio no organismo, sendo que uma maior concentração aumenta as chances de alguma das doenças estarem presentes ou terem o quadro agravado, caso já existam.

Essas condições também estão associadas à infertilidade feminina, sendo que em mulheres com endometriose a infertilidade pode ser identificada em 50% dos casos, enquanto na adenomiose aproximadamente 20% das pacientes enfrentam essa dificuldade.

A seguir entenda quais as diferenças entre endometriose e adenomiose e como é feito o tratamento para cada condição.

Quais as diferenças entre endometriose e adenomiose?

Ainda que haja algumas semelhanças, a endometriose e adenomiose são patologias diferentes, sendo que a caracterização de cada uma das doenças depende do local no qual o tecido endometrial se concentra. As distinções incluem:

  • na endometriose o tecido endometrial está presente em outros locais que não o útero, como nos ovários, vagina, trompas, peritônio, intestino, bexiga e região atrás do colo uterino;
  • na adenomiose o tecido endometrial concentra-se na parede uterina (miométrio), desenvolvendo glândulas do endométrio nesse local.

Assim, devido referir-se ao tecido endometrial em áreas diferentes do trato reprodutivo ou órgãos femininos, a endometriose e adenomiose são condições distintas e que exigem tratamentos específicos, o que torna fundamental um acompanhamento médico especializado e um diagnóstico correto.

Sintomas e diagnóstico da endometriose

No Brasil a endometriose acomete entre 10 e 15% das mulheres em idade reprodutiva impactando frequentemente pacientes que nunca engravidaram anteriormente podendo ocorrer, até mesmo, na adolescência.

Não é incomum que a endometriose seja assintomática, sendo que nesses casos, o diagnóstico pode levar anos  — entre 5 a até 8 anos —, agravando o quadro. Quando manifesta sintomas, eles incluem:

  • cólicas intensas e incapacitantes durante o período menstrual;
  • dispareunia, que consiste em dores durante as relações sexuais;
  • dor e sangue nas fezes e urina durante a menstruação;
  • dificuldade para engravidar.

Caso os sintomas estejam presentes, a investigação da endometriose tem início com a anamnese, na qual o especialista levanta o histórico da paciente e define as hipóteses diagnosticas, solicitando exames para confirmar o quadro.

O diagnóstico da endometriose é possível por meio de exames laboratoriais, como para identificar o marcador tumoral CA-125 em amostras de sangue, e de imagem como com a laparoscopia, ultrassonografia e ressonância magnética.

Apesar de todos esses exames contribuem na confirmação do diagnóstico, o especialista pode demandar a realização da biópsia do material.

Sintomas e diagnóstico da adenomiose

A adenomiose, por sua vez, é mais frequente em mulheres que já engravidaram e também naquelas submetidas à curetagem, miomectomia ou parto cesárea.

Dessa forma, essa doença é mais comum em mulheres entre 35 e 50 anos, diferentemente do que ocorre na endometriose. Essa patologia também desaparece naturalmente após a menopausa devido à ausência de estrogênio no organismo.

A endometriose e adenomiose podem ser assintomáticas. Entretanto, em alguns casos a adenomiose apresenta sintomas que costumam surgir depois da gravidez. Eles incluem:

  • sensação de inchaço abdominal ou na região pélvica;
  • cólicas fortes e incapacitantes durante a menstruação;
  • dores e desconfortos durante a relação íntima;
  • aumento do fluxo e duração da menstruação;
  • prisão de ventre e dor ao evacuar.

O diagnóstico da adenomiose é possível a partir do levantamento do histórico ginecológico da paciente e também de exames de imagem, principalmente a ressonância magnética, ultrassonografia transvaginal ou histerossonografia que verificam o espessamento da parede uterina.

Tratamentos para endometriose e adenomiose

As diferenças entre a endometriose e adenomiose também se estendem às condutas necessárias para o tratamento adequado dessas patologias.

Assim, o tratamento da endometriose pode ser cirúrgico, por meio da videolaparoscopia, que remove o tecido endometrial localizado em órgãos fora da cavidade uterina, como o medicamentoso, que ameniza os sintomas relacionados com a condição.

A opção de tratamento, entretanto, deve considerar os sintomas e as expectativas da paciente, como se houver desejo reprodutivo futuramente ou não.

No caso da adenomiose, para as mulheres que queiram engravidar, o tratamento envolve a administração de medicamentos para alívio dos sintomas e melhora da doença. Na menopausa, entretanto, os sintomas regridem e costumam desaparecer devido à ausência de estrogênio.

Caso haja a opção pela abordagem medicamentosa para pacientes com adenomiose pode ser recomendados remédios anti-inflamatórios para alívio das dores e inflamação ou remédios hormonais, como pílula anticoncepcional com progesterona, DIU, ou anel vaginal.

Em alguns casos, o tratamento da adenomiose também demanda uma abordagem cirúrgica para remoção do excesso de tecido endometrial da cavidade uterina.

Assim, tanto no tratamento da endometriose como da adenomiose o ginecologista ou médico responsável deverá avaliar a gravidade dos sintomas e anseios da mulher na sugestão dos possíveis tratamentos.

Tratamento para fertilidade

No caso de infertilidade associada a endometriose e adenomiose a conduta varia de acordo com a gravidade e particularidades do caso.

Em algumas situações pode ser realizada a cirurgia para remoção do excesso do tecido endometrial na expectativa de que a paciente possa engravidar após essa abordagem.

No entanto, quando técnicas cirúrgicas e abordagem medicamentosa são surtem efeitos, o especialista pode recomendar a realização de tratamentos para infertilidade.

Nesses casos, o especialista vai analisar as particularidades do caso para determinar qual o tratamento que pode entregar resultados mais satisfatórios, como a inseminação artificial ou a Fertilização in Vitro (FIV).

O acompanhamento especializado e também a investigação detalhada das causas de infertilidade tanto da mulher acometida com endometriose ou adenomiose, como do parceiro é fundamental para um protocolo mais satisfatório.

A endometriose e adenomiose são patologias distintas, sendo importante que a paciente conheça as particularidades de cada condição para definir junto ao especialista qual a conduta mais adequada.

A distinção entre endometriose e adenomiose demanda investigação clínica e exames específicos e, após a confirmação do diagnóstico, será possível determinar o tratamento apropriado. Agende sua consulta aqui e saiba mais!

Fontes:

Ministério da Saúde;

Jornal da USP;

Clínica de Reprodução Humana Mater Prime.

 

 

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