FIV depois da oncofertilidade: quando é seguro engravidar após o câncer?

Muitas mulheres que venceram o câncer se perguntam quando é o momento mais seguro para engravidar. Saiba o que dizem os especialistas.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 360 mil mulheres foram diagnosticadas com algum tipo de neoplasia no Brasil no ano de 2023. Esses números evidenciam que, infelizmente, o câncer está mais presente na vida das brasileiras do que se imagina.

Apesar do impacto físico e emocional, muitas mulheres vencem essa batalha graças aos avanços da medicina e, assim, alcançam a remissão completa da doença, retomando uma vida saudável. E a partir desse momento, uma importante questão se faz presente: “Após o tratamento, é possível engravidar com segurança?”

Nesse contexto, surgem as dúvidas sobre a FIV depois da oncofertilidade. Para quem optou por preservar sua fertilidade antes do tratamento, essa técnica pode representar a chance de concretizar o sonho da maternidade após a superação do câncer.

Passos da FIV após a oncofertilidade

A oncofertilidade é uma área da medicina reprodutiva que atua na preservação da fertilidade de pacientes com câncer. A principal estratégia para essas pacientes é o congelamento de óvulos antes do início da quimioterapia, da radioterapia ou de cirurgias que podem comprometer a função ovariana.

Os tratamentos oncológicos, por mais que sejam eficazes contra o câncer, podem afetar diretamente os ovários da paciente, diminuindo sua reserva ovariana ou alterando a qualidade de seus óvulos. Sendo assim, muitas pacientes são orientadas, ainda no início do diagnóstico, a considerar a preservação da fertilidade como parte do planejamento terapêutico.

Quando a paciente atinge a remissão e recebe liberação médica, torna-se possível realizar a FIV depois da oncofertilidade, utilizando os óvulos congelados anteriormente ou, em alguns casos, tentando estimular os ovários para uma nova coleta.

Liberação médica

A FIV depois da oncofertilidade só deve ser considerada após a liberação da equipe oncológica. A remissão é geralmente confirmada após uma série de exames e acompanhamento contínuo.

Em média, recomenda-se aguardar pelo menos dois anos para optar pela FIV depois da oncofertilidade. Após essa espera, é possível avaliar se a paciente permanece livre da doença, sem riscos de recidiva, o que garante maior segurança para a gestação.

Descongelamento dos gametas

Com a liberação médica, a paciente pode solicitar o descongelamento dos óvulos que foram preservados.

Esses gametas permanecem armazenados em nitrogênio líquido a -196 °C e não possuem um tempo-limite para utilização. Após o descongelamento, os óvulos serão fertilizados com espermatozoides em laboratório.

A qualidade dos óvulos congelados tende a se manter preservada, principalmente quando o congelamento foi feito em idade reprodutiva favorável. Assim, é possível afirmar que o tratamento é seguro, com as taxas de sucesso da FIV depois da oncofertilidade variando entre 30% e 90%, dependendo de fatores como idade da paciente no momento da coleta e suas condições clínicas atuais.

Estimulação ovariana (se necessário)

Algumas mulheres, no entanto, não conseguem preservar seus óvulos antes do tratamento. Nesses casos, a FIV depois da oncofertilidade poderá ser realizada com os óvulos ainda disponíveis, desde que haja função ovariana residual. O primeiro passo é realizar exames hormonais e de imagem para avaliar a reserva ovariana da paciente.

Quando necessário, o especialista pode prescrever a estimulação ovariana. Esse processo utiliza hormônios como o FSH (hormônio folículo estimulante) e o LH (hormônio luteinizante) para induzir o desenvolvimento de múltiplos folículos. A resposta a essa estimulação dependerá da idade da paciente, o que revela dados sobre a qualidade dos seus óvulos, e da saúde dos seus ovários, que pode ter sido comprometida durante o tratamento contra o câncer.

Coleta de espermatozoides

O material genético masculino será obtido a partir do parceiro ou de doação. O sêmen é processado em laboratório, onde são selecionados os espermatozoides com melhor morfologia e motilidade, aumentando as chances de sucesso na fertilização.

Fertilização in Vitro (FIV)

Na etapa da fertilização, os óvulos e espermatozoides são colocados juntos em laboratório, onde ocorre a fecundação.

Os embriões gerados são cultivados por 3 a 5 dias, sob monitoramento rigoroso.

Transferência embrionária

Após o desenvolvimento embrionário e a realização de exames que avaliem a sua viabilidade, o embrião saudável é transferido para o útero da paciente. A transferência é um procedimento rápido e indolor, guiado por ultrassonografia transvaginal.

Quanto tempo é recomendado aguardar para realizar a FIV após o tratamento oncológico?

A recomendação sobre o tempo de espera para a FIV depois da oncofertilidade varia conforme o tipo e estágio do câncer, o tratamento realizado, a idade da paciente e seu estado de saúde atual.

Em média, os médicos indicam um intervalo de dois anos de remissão para iniciar os planos de gravidez. No entanto, essa decisão deve ser sempre validada pelo oncologista responsável e pelo especialista em reprodução humana.

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Na Clínica Mater Prime, mulheres que enfrentaram o câncer encontram suporte médico e emocional completo para retomar o sonho da maternidade.

A clínica possui larga experiência em casos de FIV depois da oncofertilidade, com estrutura laboratorial moderna, protocolos individualizados e uma equipe altamente capacitada, com ampla experiência e pronta para acolher cada história.

 

Fontes:

Instituto Nacional do Câncer (INCA)

A.C. Camargo Cancer Center

SBRA

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