Os tratamentos de reprodução humana estão cada vez mais em voga. Segundo o 12º Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), elaborado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 2018 ocorreu um aumento de 18,7%. No rol de procedimentos disponíveis nesta área, a inseminação artificial ocupa um papel de destaque.
A inseminação artificial (IA) é um tratamento de baixa complexidade que tem auxiliado casais a concretizarem o sonho de gerar um filho. Neste tratamento, os espermatozoides são inseridos no interior do útero da paciente durante o período fértil, encurtando o caminho percorrido pelo espermatozoide até chegar ao óvulo.
A indicação do tratamento dependerá de cada caso. No geral, são candidatos para a inseminação intrauterina as mulheres com menstruação irregular ou homens com problema de ejaculação. Alguns dos casos que podem ser tratados com o procedimento são:
- Endometriose leve;
- Distúrbios de ovulação;
- Alteração seminal leve.
Entenda como funciona o passo a passo da inseminação intrauterina com informações cedidas pelos especialistas em reprodução humana da Clínica Mater Prime.
Primeiro passo: consulta
Todo atendimento médico começa com a consulta, por isso, o processo segue essa regra. Nesta etapa, o especialista em reprodução humana conhecerá as características do casal e poderá, com base na conversa inicial, estabelecer o melhor tratamento de fertilização.
Para isso, o profissional questionará sobre o histórico médico do homem e da mulher e de seus familiares, sendo que neste último caso o objetivo é checar uma possível hereditariedade para alguma patologia que interfira no potencial fértil de ambos. Além disso, o médico também solicitará exames para avaliar a qualidade dos gametas produzidos pelo casal.
Somente após essa investigação o especialista em reprodução assistida poderá dar início ao tratamento de inseminação intrauterina.
Segundo passo: estimulação ovariana
A estimulação ovariana é realizada para que a mulher produza mais de um óvulo no mesmo ciclo menstrual. O processo é feito entre 10 e 12 dias através do uso de medicamentos à base dos hormônios FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), sendo que em alguns casos o ginecologista pode optar entre um ou outro.
É importante salientar que a administração desses medicamentos é controlada pelo médico para evitar o risco de gravidez múltipla. Para acompanhar o desenvolvimento dos folículos durante a estimulação dos ovários, o médico realiza em torno de quatro ultrassonografias e analisa os níveis de estradiol no sangue.
Terceiro passo: indução da ovulação
Durante o acompanhamento da segunda fase o médico aguardará os óvulos atingirem 18 mm, tamanho considerado mais adequado, para induzir a ovulação. Esse processo é realizado por meio da administração do hormônio hCG (gonadotrofínico coriónico humano) através de uma injeção.
O ginecologista marcará a inseminação intrauterina para 36 horas depois da administração do hCG. Isso porque, esse é o tempo que o organismo leva para amadurecer o óvulo e romper os folículos.
Quarto passo: preparação do sêmen para a inseminação intrauterina
A coleta dos espermatozoides é realizada aproximadamente duas horas antes da inseminação artificial. O material do homem é recolhido por meio da masturbação.
Os gametas coletados são analisados e selecionados em laboratório antes da inseminação intrauterina, principalmente no que diz respeito a sua motilidade. O procedimento visa aumentar as chances de fecundação durante o tratamento.
Quinto passo: inseminação artificial
Com os espermatozoides separados e a paciente com os óvulos maduros, o ginecologista introduzirá os gametas masculinos no interior da cavidade uterina da mulher com o auxílio de um cateter. É possível elencar cinco técnicas como sendo as mais utilizadas durante a inseminação intrauterina. Os principais tipos de inseminação são:
- Inseminação intrauterina;
- Inseminação intratubária;
- Inseminação intracervical;
- Inseminação intrafolicular;
- Inseminação intraperitoneal.
O procedimento mais utilizado é a inseminação intrauterina, realizada em consultório com a paciente em posição ginecológica. Após a inseminação intrauterina, a mulher fica deitada por até 30 minutos para que os espermatozoides alcancem as tubas uterinas. Depois desse período o casal está liberado para retomar suas rotinas.
A previsão para o embrião chegar ao útero é de aproximadamente 5 dias. A mulher pode fazer o teste de gravidez cerca de 15 dias após o tratamento. Com a gestação confirmada, são realizados os últimos exames de inseminação intrauterina e os primeiros da gravidez.
Qual a chance de uma inseminação artificial dar certo?
A inseminação intrauterina é um dos tratamentos de reprodução humana mais acessíveis e que oferece uma taxa de sucesso significativa. No geral, o casal consegue engravidar na primeira tentativa em cerca de 20% dos casos. Contudo, essa estimativa pode variar conforme as condições clínicas do casal como, por exemplo, a idade.
A inseminação artificial é uma ótima aliada dos casais que querem uma vantagem econômica ao constituir uma família. No entanto, é importante não utilizar somente esse fator na hora de escolher um tratamento de reprodução humana e ouvir a opinião do médico que fará a análise da fertilidade do casal. Caso tenha restado alguma dúvida, entre em contato e agende uma consulta em nossa clínica de reprodução humana.
Fonte:
Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA);
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).