Esclareça suas dúvidas sobre esse tipo de mioma e sobre qual a sua relação com a fertilidade
Os miomas uterinos são formações benignas que se desenvolvem devido ao crescimento acelerado das células que compõem o tecido muscular do útero, o miométrio. Na gestação, o miométrio é o responsável pelas contrações, para permitir que o nascimento aconteça.
Também chamados de fibromioma, fibroide, leiomioma ou de nódulos miomatosos, eles raramente têm a chance de evoluir para câncer. Os miomas são classificados em três tipos, dependendo da região do útero que acometem: intramural, submucoso e subseroso. No texto a seguir, abordaremos com detalhes o mioma submucoso.
Causas do mioma submucoso
O mioma submucoso cresce no interior da cavidade uterina. Menos frequente, é o que tem mais chances de causar algumas dificuldades durante a gestação, já que ele pode alterar a circulação sanguínea no local, além de aumentar as chances de inflamação do endométrio.
Esse tipo de mioma pode ser classificado em três níveis:
- Nível 0: quando o mioma submucoso se encontra totalmente na cavidade uterina, comprometendo apenas o endométrio;
- Nível 1: quando mais de 50% do mioma encontra-se na cavidade uterina;
- Nível 2: quando mais de 50% dele está no miométrio.
Não são claras as causas que levam ao desenvolvimento dos miomas submucosos, mas acredita-se que eles tenham relação com a exposição aos hormônios femininos, como a progesterona e o estrogênio. Além disso, existem alguns possíveis fatores de risco que podem levar à sua formação, como:
- Obesidade;
- Histórico familiar de mioma uterino;
- Não ter tido filhos anteriormente;
- Ter tido a primeira menstruação muito cedo;
- Consumo excessivo de proteína, álcool e cafeína e de poucos vegetais;
- Pressão alta;
- Idade (ter menos de 50 anos de idade);
- Raça (maior incidência de casos em pessoas de etnia negra).
Sintomas do mioma submucoso
Entre os três tipos de mioma, o mioma submucoso é o que mais acarreta sintomas. Os principais são:
- Sangramento uterino anormal, inclusive fora do período menstrual;
- Dores pélvicas;
- Cólicas uterinas;
- Fluxo sanguíneo intenso durante a menstruação;
- Anemia ferropriva, por causa dos sangramentos abundantes;
- Prisão de ventre;
- Dor na região lombar;
- Dor durante as relações sexuais;
- Aumento da frequência urinária, nos casos de miomas submucosos de grande volume, devido à pressão que eles podem fazer em órgãos próximos.
Mioma submucoso e infertilidade
Como comentado anteriormente, o mioma submucoso, devido à sua localização — no interior da cavidade uterina —, é o que pode causar mais dificuldade para uma gestação espontânea.
Isso porque há o comprometimento do endométrio, tecido que reveste a parede interna do útero e onde o embrião se implanta para que a gestação se desenvolva. Além de ter maior dificuldade para engravidar, a mulher que tem um mioma submucoso também tem mais chances de abortos espontâneos.
Tratamentos para o mioma submucoso
O tratamento do mioma submucoso deve ser feito com orientação de um ginecologista, que pode indicar o uso de remédios para aliviar os sintomas ou indicar uma cirurgia. A decisão terapêutica considera alguns fatores, como intensidade dos sintomas, se há apenas um ou vários miomas submucosos e o desejo da paciente de engravidar.
Tratamento medicamentoso
O médico pode prescrever o uso de alguns medicamentos para aliviar os sintomas a partir da redução do tamanho do mioma ou do sangramento. Esse tratamento também é indicado antes da cirurgia, para que ela seja realizada com o mioma reduzido, o que faz com que ela possa ser feita de maneira menos invasiva.
Cirurgia para miomas uterinos
O tratamento cirúrgico dos miomas submucosos é feito por via histeroscópica (realizada pela via vaginal, por dentro do útero, com o auxílio de vídeo) para retirada da lesão.
Nas pacientes que desejam engravidar, o procedimento cirúrgico é mais conservador, preservando a arquitetura e a integridade da cavidade uterina. Dependendo do caso, a cirurgia pode ser realizada em duas etapas: na primeira, retira-se uma parte do mioma submucoso e, depois de algum tempo, repete-se o procedimento para retirar a parte restante. Dessa forma, é possível garantir uma cavidade uterina com melhores condições para engravidar e manter a gravidez.
A retirada do útero é indicada somente em casos especiais, como para as pacientes que têm filhos, em casos graves de hemorragia que não respondem ao tratamento com medicamentos ou quando há suspeita de malignização, o que ocorre com rara frequência.
Para saber mais sobre os miomas submucosos, entre em contato com a Mater Prime.
Fontes: