Podem ser vários os impactos do estresse na saúde da mãe e do bebê. Saiba como evitá-lo
O estresse é um dos maiores problemas da vida moderna, afetando a saúde dos indivíduos em vários aspectos. Na gravidez, ele pode trazer riscos à mãe e ao bebê. É normal que a mulher fique estressada, nervosa e ansiosa, principalmente nas últimas semanas de gestação. No entanto, o estresse frequente pode aumentar a liberação de citocinas inflamatórias e de cortisol, hormônio relacionado com o estresse, os quais podem atravessar a placenta e chegar ao bebê, interferindo no seu desenvolvimento.
Um estudo publicado em 2019 na revista científica Psychosomatic Medicine, apontou uma associação entre o nível de estresse da mãe na gestação e o risco de o bebê ter algum problema de saúde nos três primeiros anos de vida.
O estresse na gravidez foi relacionado a crianças três vezes mais propensas a ter infecções respiratórias, resfriados, febres e infecções de ouvido.
Outras pesquisas realizadas na Escola de Farmácia da Universidade Hebraica de Jerusalém e no Imperial College, em Londres, relataram que o estresse na gravidez pode atrasar o desenvolvimento da criança, causando problemas de atenção e aprendizagem, ansiedade, sintomas depressivos, atraso no uso da linguagem, maior risco de apresentar transtorno de déficit de atenção, hiperatividade e até autismo.
O estresse na gravidez também pode favorecer:
- O baixo peso no nascimento,devido à diminuição da quantidade de sangue e oxigênio que chega ao bebê;
- Ocorrência de maior resistência à insulina e maior risco de obesidadena vida adulta, devido à exposição às citocinas inflamatórias;
- O aumento do risco de doenças cardíacas.
Para além dos problemas na saúde da criança, o estresse na gravidez também aumenta as chances de parto prematuro.
Dicas para gerenciar o estresse na gravidez
Para reduzir o estresse na gravidez e, assim, evitar complicações para o bebê e promover a sensação de bem-estar na mulher, podem ser adotadas algumas estratégias. São elas:
- Durma bem: a privação crônica de sono comprovadamente aumenta os níveis de cortisol. Quando não têm uma boa noite de sono, as pessoas ficam mais reativas, irritadas e comem mais. Ter uma rotina bem determinada, relaxar à noite com banhos e automassagem, além de desligar os eletrônicos ao menos uma hora antes de dormir e evitar comer ou lidar com assuntos de trabalho muito tarde são dicas para evitar a insônia e dormir bem;
- Fale com uma pessoa de confiança: conte a ela o motivo da ansiedade e peça ajuda para lidar com o problema;
- Tenha uma alimentação saudável: consuma muitas frutas, legumes e alimentos integrais, e evite doces, gorduras e cafeína em excesso. Comer com pressa ou passar muitas horas em jejum também deve ser evitado, pois os sintomas de hipoglicemia podem ser confundidos com os da ansiedade;
- Faça atividade física regularmente: o exercício físico estimula a produção de endorfinas que promovem bem-estar, ajudam no sono e no relaxamento. Caminhadas e hidroginástica podem ajudar a aliviar o estresse e produzir hormônios que dão a sensação de bem-estar. Além disso, o movimento ajuda a canalizar a raiva e a frustração, o que é terapêutico, além de melhorar a autoestima e a sensação de autocuidado;
- Faça atividades que gosta: assista a filmes, tome banhos relaxantes, ouça suas músicas preferidas;
- Faça uma terapia complementar: yoga, meditação, massagens relaxantes ou aromaterapia ajudam a relaxar. Aproveite esse momento para se desligar do mundo e criar uma conexão ainda mais forte com o seu bebê. Você vai notar como fica cada vez mais fácil controlar as emoções e garantir um relaxamento progressivo;
- Não exija muito de si: apesar de preocupações e questionamentos serem normais, é preciso evitar o excesso de cobranças capazes de gerar pânico.
Para vivenciar esse período com total serenidade, você conta, por exemplo, com o auxílio de livros e cursos sobre gravidez, bem como terapias e psicólogos.
Lembre-se que os fatores de risco do estresse são modificáveis e que o estresse na gravidez pode trazer vários impactos na saúde do feto e na vida adulta da criança. Por isso, é importante que a mulher esteja atenta e busque ajuda, caso não consiga lidar com a situação sozinha.
Fontes:
Clínica de Reprodução Humana Mater Prime.