A oligovulação é uma condição que pode impactar a fertilidade feminina. Saiba mais sobre esse caso de desequilíbrios na ovulação.
A ovulação é um processo fundamental para a gravidez, sendo o momento em que o óvulo é liberado pelo ovário e se torna disponível para a fecundação. Qualquer alteração nesse ciclo, como irregularidades na frequência ou ausência de ovulação, pode impactar diretamente a fertilidade feminina.
Entre essas alterações, está a oligovulação, um quadro que merece atenção, pois pode ser um obstáculo para casais que desejam alcançar a gestação. Veja as possíveis causas da oligovulação e as opções de tratamento para quem sonha com a gravidez.
A importância da ovulação para a gestação
A ovulação é o evento central do ciclo menstrual, em que um folículo ovariano amadurecido libera um óvulo. Esse óvulo é, então, transportado para as tubas uterinas, onde pode ser fecundado por um espermatozoide. Caso a fecundação ocorra, o óvulo fertilizado se encaminha até o útero, onde se implanta no endométrio e se inicia o processo de desenvolvimento embrionário.
Quando a ovulação não acontece regularmente ou ocorre com baixa frequência, como no caso da oligovulação, as chances de gravidez diminuem significativamente. O ciclo menstrual torna-se imprevisível, dificultando a determinação do período fértil. Por isso, compreender a ovulação é essencial para quem busca uma gravidez espontânea.
O que é a oligovulação
A oligovulação é uma condição caracterizada por ovulações irregulares, ou seja, a liberação do óvulo não ocorre regularmente a cada ciclo menstrual. Em mulheres com ciclos ovulatórios normais, a ovulação ocorre uma vez por mês, aproximadamente 14 dias antes do início da menstruação. Já na oligovulação, essa frequência pode ser reduzida para menos de seis ciclos ovulatórios por ano.
Essa condição está frequentemente associada a irregularidades menstruais, como ciclos muito longos ou imprevisíveis. Além de comprometer a fertilidade, a oligovulação pode ser um sintoma decorrente de outros distúrbios hormonais, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou alterações na tireoide.
Causas e fatores de risco da oligovulação
A oligovulação pode ser causada por diversas condições hormonais e metabólicas. Entre as causas mais comuns, estão:
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP), condição caracterizada por desequilíbrios hormonais que alteram o funcionamento dos ovários;
- Disfunções da tireoide, que podem interferir no equilíbrio hormonal e no ciclo ovulatório;
- Distúrbios na produção de hormônios pela hipófise e pelo hipotálamo, que podem impactar diretamente a ovulação;
- Níveis elevados de estresse, dietas restritivas ou exercícios excessivos.
Entre os fatores de risco, estão a obesidade, o uso de determinados medicamentos, o histórico de doenças ginecológicas ou metabólicas e a idade materna avançada. Cada caso deve ser avaliado de forma individual por um especialista, que identificará a causa subjacente da oligovulação.
A diferença entre oligovulação e anovulação
Embora possam parecer semelhantes, a oligovulação e a anovulação são condições distintas. A oligovulação ocorre quando a ovulação acontece de forma infrequente, resultando em ciclos menstruais irregulares. Por sua vez, a anovulação é caracterizada pela ausência completa de ovulação, mesmo em ciclos menstruais aparentemente normais.
Ambas as condições possuem um efeito negativo direto na fertilidade feminina, no entanto a anovulação é mais grave, pois impede totalmente a liberação do óvulo.
Além disso, enquanto a oligovulação está associada a fatores como SOP ou disfunções hormonais leves, a anovulação pode ser causada por condições mais graves, como falência ovariana prematura. Por esse motivo, reforçamos a importância de um acompanhamento médico especializado. Só um profissional poderá diagnosticar com precisão um possível caso de oligovulação ou anovulação e determinar a estratégia terapêutica mais assertiva.
Tratamentos para a oligovulação
As chances de sucesso em um tratamento de oligovulação são altas, mas também dependem da causa que resultou nessa condição.
Inicialmente, é essencial tratar a causa subjacente, como regularizar distúrbios hormonais ou metabólicos. Em seguida, é possível adotar tratamentos para a mulher que deseja engravidar, tais como:
- Indutores de ovulação, que estimulam os ovários a liberar óvulos;
- Ajustes no estilo de vida;
- Controle hormonal adequado (tireoide, hipotálamo e hipófise);
- Cirurgias minimamente invasivas em casos como SOP;
- Técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV) e a inseminação intrauterina (IIU).
Embora a oligovulação possa ser um obstáculo, o tratamento adequado permite a muitas mulheres alcançar o sonho da maternidade.
Fontes
Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo
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