Conheça as diferenças entre a FIV e a mini FIV e saiba quando cada tratamento de reprodução humana assistida é recomendado
A decisão quanto ao tratamento mais adequado de reprodução humana é sempre difícil para os tentantes. Uma das principais dúvidas que surgem nesse processo é quanto às diferenças entre FIV e mini FIV.
Compreender as particularidades da FIV e mini FIV, as recomendações de cada técnica e as diferenças entre elas é fundamental para uma decisão mais consciente, entretanto, é essencial que a indicação do especialista em reprodução humana seja considerada pelo casal. Entenda mais a seguir!
Como é realizada a FIV?
A FIV – Fertilização in Vitro – é uma técnica de reprodução humana assistida na qual a fecundação entre óvulo e espermatozoide ocorre em ambiente laboratorial e a transferência para o útero é feita apenas após a formação e seleção do embrião.
Uma das etapas centrais da FIV é o período de estimulação ovariana da paciente, realizada por meio de medicamentos que aumentam os níveis de hormônio folículo estimulante (FSH) e/ou o hormônio luteinizante (LH) na tentante, podendo ser de uso oral ou injetável, em dose definida pelo especialista de acordo com as necessidades do caso.
Após a estimulação ovariana, são ministradas medicações para o amadurecimento final dos óvulos. Estas medicações podem ser à base do hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG) ou através do análogo agonista do GnRH (aGnRH).
Um dos riscos da FIV é que o uso dos hormônios resulte na Síndrome da Hiperestimulação Ovariana, com sintomas como dor abdominal, inchaço, náuseas e vômitos. Apesar do risco, a síndrome ocorre atualmente em menos de 1% doas ciclos de FIV.
Nos homens, a coleta dos gametas é realizada por meio de masturbação ou punção, em casos específicos.
Na FIV, são coletados mais óvulos devido ao estímulo ovariano realizado. Eles são inseridos em uma placa de petri, juntamente com os espermatozoides, para que haja a fecundação em ambiente controlado e assistido, processo este ocorrifado na FIV clássica. Ou então, os óvulos podem ser preparados e avaliados quanto a sua maturidade, e espermatozoides são selecionados para serem injetados dentro de cada óvulo maduro (técnica de ICSI) para que ocorra a fertilização
Após a fecundação ocorre a divisão celular até que o embrião chegue à fase de blastocisto, o que aumenta as chances de implantação no útero. Os embriões são selecionados e transferidos para o útero com uso de cateter.
O exame de gravidez é realizado entre 9 e 12 dias após a transferência dos embriões.
Como é realizada a mini FIV?
A mini FIV tem muitas semelhanças com a FIV, mas consiste em uma versão simplificada do tratamento, o que também a torna financeiramente mais acessível.
Na mini FIV, também chamada de mínimo estímulo ovariano (MEO), não é realizada a estimulação ovariana da mesma forma que na FIV. Nesse caso, aproveita-se o ciclo natural da mulher e são ministradas pequenas doses de medicações, conforme a resposta da paciente.
Dessa forma, há um custo menor com a medicação e também redução dos desconfortos relacionados ao estímulo hormonal que ocorre na FIV tradicional, como inchaço, ganho de peso, alterações de humor e retenção de líquidos.
A fase de coleta dos gametas, masculinos e femininos, também é realizada em clínica para que a fecundação ocorra de forma controlada em laboratório.
Diferentemente da FIV, na mini FIV, devido à menor estimulação ovariana, normalmente não há excedente de embriões, que no caso da FIV podem ser doados ou congelados, o que também afeta os custos do tratamento. Porém, na mini-FIV um menor número de óvulos é obtido, diminuindo as chances cumulativas de sucesso do tratamento.
Quando a FIV e mini FIV são recomendadas?
Atualmente, a FIV é um dos principais tratamentos de reprodução assistida, sendo indicada para muitos casos, como:
- Distúrbios ovulatórios;
- Idade materna avançada;
- Endometriose;
- Falência ovariana;
- Alterações das trompas;
- Baixa contagem ou alterações de motilidade e qualidade do espermatozoide;
- Insucesso em tratamentos de baixa complexidade.
Indicações da mini FIV
Já a mini FIV pode ser mais indicada para mulheres com mais de 35 anos com baixa reserva ovariana ou quando a paciente realizou ciclos anteriores de FIV sem obter muitos óvulos.
O tratamento também pode ser mais recomendado quando a paciente tem riscos aumentados de distúrbios por conta da estimulação ovariana ou deseja ter menos efeitos colaterais com o tratamento.
Por fim, a mini FIV ainda pode ser a opção mais indicada para casais que não desejam congelar embriões e quando os custos do tratamento são determinantes na escolha do casal.
Fontes: