A teratozoospermia é uma alteração seminal que impacta a fertilidade masculina. Saiba mais sobre essa condição e como o homem pode contorná-la.
As alterações seminais estão entre as principais causas de infertilidade masculina, comprometendo a capacidade de alcançar uma gestação por métodos espontâneos. Uma dessas condições é a teratozoospermia, caracterizada por uma alteração morfológica dos espermatozoides. Conhecer a fundo o que é a teratozoospermia e como ocorre o diagnóstico é um dos primeiros passos para driblar os seus impactos na fertilidade masculina.
O que é a teratozoospermia?
A teratozoospermia é uma condição em que a maioria dos espermatozoides presentes no sêmen apresenta alterações morfológicas, ou seja, defeitos na sua forma. A avaliação da morfologia é realizada com base em critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) seguindo os critérios estritos de Kruger, que considera normal quando, pelo menos, 4% dos espermatozoides possuem uma forma adequada para a fertilização. Valores abaixo desse limite são um indicativo de teratozoospermia.
Os fatores de risco para o desenvolvimento dessa condição incluem hábitos de vida prejudiciais, como consumo excessivo de álcool, tabagismo e exposição a toxinas ambientais. Além disso, fatores de saúde como varicocele, infecções no trato reprodutivo e até predisposição genética também podem desencadear um possível caso de teratozoospermia.
Como a teratozoospermia é diagnosticada?
O diagnóstico da teratozoospermia é realizado por meio de uma análise seminal completa, também chamada de espermograma. Esse exame avalia parâmetros importantes, como quantidade, motilidade e morfologia dos espermatozoides. Durante o exame, o sêmen é coletado e analisado em laboratório por especialistas. Importante ressaltar a importância do laboratório onde será realizada a avaliação seminal, considerando que a avaliação da morfologia espermática é um dos pontos mais sensíveis na averiguação da amostra seminal. Muitos laboratórios não realizam a análise através dos critérios estritos de Kruger.
Como a teratozoospermia afeta a fertilidade masculina?
A fertilidade masculina está fortemente atrelada a fatores que indicam a qualidade e a funcionalidade dos espermatozoides. Na teratozoospermia, as alterações morfológicas podem dificultar o processo de fertilização do óvulo, tendo em vista que espermatozoides com alterações em sua forma normal podem afetar a capacidade de aderir e penetrar no óvulo para que ocorra a fertilização.
Como engravidar com teratozoospermia?
Embora a teratozoospermia seja uma condição desafiadora, não impede completamente a possibilidade de alcançar uma gravidez. O tratamento será baseado nas causas identificadas e no grau da alteração morfológica.
Nos casos leves de teratozoospermia, mudanças no estilo de vida, como uma alimentação balanceada, a prática de exercícios físicos regulares e a eliminação de hábitos prejudiciais, podem melhorar a qualidade seminal. Suplementos antioxidantes também são frequentemente indicados para reduzir o estresse oxidativo. Entre os parâmetros seminais, a teratozoospermia é o que tem menor benefício exclusivamente com estratégias de modificação de estilo de vida, uso de vitaminas e antioxidantes e até mesmo com uma possível cirurgia de varicocele
Para casos mais graves, onde não seja possível a reversão do quadro e não ocorra a gestação espontânea, a reprodução assistida é uma solução eficaz, visando tratamentos como a injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), método utilizado na FIV, em que um espermatozoide morfologicamente normal é selecionado e injetado diretamente no óvulo, garantindo maior taxa de sucesso.
A reprodução assistida oferece uma abordagem personalizada, permitindo que homens com teratozoospermia ainda possam realizar o sonho da paternidade. No caso da teratozoospermia, especificamente, a realização da ICSI, onde um único espermatozoide é injetado diretamente dentro do óvulo, a repercussão da alteração da morfologia (dificuldade de aderir e penetrar no óvulo) estaria sendo suplantada com a realização da ICSI.
Fontes:
Organização Mundial em Saúde
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