Saiba como ele pode ajudar a melhorar os resultados nos tratamentos de reprodução assistida, principalmente em mulheres não respondedoras
O tratamento mais indicado para casais com infertilidade onde as mulheres apresentam idade reprodutiva avançada e/ou baixa reserva ovariana é a Fertilização in Vitro (FIV). Para isso, aplicam-se injeções de hormônios (gonadotrofinas, que são hormônios como o hormônio folículo estimulante [FSH] e o hormônio luteinizante [LH]) que estimulam o desenvolvimento dos folículos nos ovários. Em geral, quanto melhor a resposta ovariana, maior será a taxa de gravidez.
Mas existem outros medicamentos que têm se mostrado eficazes em potencializar a resposta ovariana, como o hormônio GH (sigla em inglês para growth hormone; em português, hormônio do crescimento). O hormônio GH é sintetizado pela hipófise. Ele é responsável pelo controle do crescimento do ser humano. Devido à sua função, passou a ser empregado em técnicas de reprodução humana assistida, principalmente em casos de pacientes com baixa reserva ovariana ou más respondedoras aos tratamentos.
Uso do hormônio GH nos tratamentos de reprodução assistida
O hormônio GH age no organismo todo, promovendo o crescimento e o desenvolvimento de todas as células do corpo humano. Ele atua por meio da estimulação da somatomedina C, ou IGF-1 — fator de crescimento de insulina I). É encontrado em vários tecidos e nos folículos ovarianos, porém, de acordo com estudos, a quantidade desse hormônio é menor em mulheres que apresentam baixa reserva ovariana. Logo, conclui-se que a redução do IGF-1 altera as funções celulares de mulheres com idade avançada ou acometidas por insuficiência ovariana prematura.
Estudos realizados ao longo dos últimos anos apontam o hormônio GH como um grande influenciador da função ovariana. Pesquisas recentes demonstraram que algumas mulheres com baixa contagem de óvulos que tiveram o hormônio GH adicionado ao protocolo de estimulação ovariana tiveram uma melhor resposta folicular.
A explicação para isso está no fato de que há uma melhor resposta das gonadotrofinas através da maior regulação dos receptores de hormônios FSH; e a outra é um efeito do GH no próprio óvulo em que a atividade mitocondrial é reforçada.
As mitocôndrias desempenham um papel essencial na capacidade celular de produzir adenosina trifosfato (ATP), que é a unidade básica de energia utilizada pelo nosso corpo para manter as funções vitais.
Aproximadamente 90% de toda a energia do corpo é produzida pelas mitocôndrias. Em algumas células, há apenas algumas mitocôndrias, enquanto em outras há milhares. Com o passar dos anos, ou mesmo em uma fase mais precoce da vida da mulher, a quantidade de mitocôndrias diminui ou elas se tornam menos funcionais, provocando diminuição da ATP e um provável envelhecimento dos óvulos.
Essa redução leva a um prejuízo da divisão dos cromossomos e a um aumento de malformações fetais, comuns nas mulheres com mais idade.
Alguns estudos sugerem que os óvulos de mulheres acometidas por baixa reserva ovariana que receberam o hormônio GH durante o tratamento de Fertilização in Vitro são de melhor qualidade e a produção de mitocôndrias funcionais aumentou, alguns países já adotaram o uso do hormônio do crescimento em tratamentos de reprodução assistida para mulheres na mesma situação.
No entanto, esse tipo de tratamento requer certos cuidados também. O excesso de hormônio do crescimento, cuja indução é mais comum em tratamentos contra o nanismo e de crescimento de crianças/adolescentes, é o aumento dos músculos e a diminuição da massa gordurosa. Esse processo, em larga escala, pode acarretar deformações no corpo e na acromegalia, que é o aumento de regiões extremas, como os lábios, as mãos e os pés.
Mulheres que tiveram uma baixa resposta em um ciclo de FIV, têm baixa reserva ovariana e idade reprodutiva avançada podem, após avaliação médica cuidadosa, serem beneficiadas com o uso do hormônio GH no tratamento de reprodução assistida. Esclareça suas dúvidas, saiba quais os riscos e as vantagens da terapia com o hormônio do crescimento para o seu caso com um dos especialistas em Reprodução Humana da Mater Prime.
Fontes:
Clínica de Reprodução Humana – Mater Prime;