Útero Bicorno: O que é, diagnóstico e fertilidade

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Embora gere muitas dúvidas, a alteração anatômica do útero bicorno não é precursora absoluta de infertilidade

O útero bicorno é uma alteração morfológica que afeta de 5 a 6% das mulheres do mundo. É caracterizado como uma condição congênita, ou seja, que está presente desde o nascimento, e que ocorre devido a um defeito durante a embriogênese da mulher, em que há uma fusão incompleta dos ductos de Müller no fundo uterino.

O que é útero bicorno?

Chama-se de útero bicorno a malformação anatômica do útero que faz com que o órgão se separe em duas partes de forma parcial ou total. Como o útero normal é uma cavidade única e oca, onde o embrião se estabelece e se desenvolve ao longo de nove meses, a septação do órgão demanda um acompanhamento mais cuidadoso por toda a gestação, considerada de alto risco pelo Ministério da Saúde, nestes casos.

Qual a diferença entre útero didelfo e bicorno?

Apesar de serem condições semelhantes, o útero bicorno caracteriza-se por ser um único útero que é dividido em duas cavidades por causa de uma malformação anatômica. Já o útero didelfo é composto por dois úteros completos (inclusive com dois colos de útero) gerados por uma malformação durante a fusão lateral dos canais müllerianos.

Como o útero bicorno é diagnosticado?

O diagnóstico de útero bicorno se dá por meio de exames de imagem, como ultrassonografia, ressonância magnética ou histeroscopia, geralmente solicitados para investigar alterações anatômicas que tenham repercussões funcionais para a mulher, para a realização de procedimentos ginecológicos, como a inserção de DIU, ou então durante os exames pré-natais, visto que muitas mulheres conseguem engravidar apesar dessa alteração anatômica.

Existem indicativos ou sintomas de útero septado?

Na maioria dos casos, a mulher que tem útero bicorno é assintomática e não identifica nenhum sinal que possa indicar a condição, exceto a dificuldade de engravidar em alguns casos ou, mais comumente, a recorrência de abortos ou prematuridade do feto.

Ainda assim, dependendo do grau de septação do útero, alguns sintomas podem surgir, tais como:

  • Dores durante a relação sexual;
  • Desconforto no período de ovulação;
  • Dor abdominal;
  • Ciclo menstrual irregular;
  • Infertilidade ou abortamentos recorrentes.

Ele impacta no ciclo menstrual?

Ainda que não seja tão comum o útero bicorno cursar com grandes sinais e sintomas, há a possibilidade de que essa condição altere e impacte o ciclo menstrual, principalmente causando irregularidade de duração e fluxo, além de cólicas intensas. Isso ocorre porque a septação gera alterações no endométrio, a camada que reveste a parede do órgão internamente.

Quais os possíveis tratamentos do útero bicorno?

Dado que o útero bicorno é uma malformação anatômica que não costuma cursar com sintomatologia grave, o mais comum é que não seja feita nenhuma intervenção cirúrgica imediata além do acompanhamento cuidadoso durante a gestação, quando esta ocorre.

Por outro lado, caso a mulher tenha muitos sintomas de dor ou infertilidade, é possível recorrer a uma cirurgia corretiva, a “metroplastia de reunificação de Strassman”. Porém, essa não deve ser a conduta imediata no diagnóstico, bem como a individualidade de cada paciente deve ser considerada, incluindo o desejo e expectativas de gestar.

Como a Reprodução Humana pode ajudar?

Geralmente, a mulher com útero bicorno não tem problemas para engravidar, mas é preciso que a gestação seja acompanhada com mais cuidado e atenção, pois o bebê pode ter dificuldades para se desenvolver. Além disso, essa gestante tem maior probabilidade de ter parto prematuro.

Por esses motivos, a gestação em útero septado é considerada de alto risco, segundo o Ministério da Saúde, e, na maioria das vezes, demanda parto via cesárea (apesar de não ser indicação absoluta), visto que a função contrátil do órgão pode estar prejudicada. Além disso, essa condição se associa a um aumento na prevalência de incompetência istmocervical, muitas vezes com a necessidade de cerclagem para que a gestação chegue a termo.

Nesse sentido, é fundamental que a mulher com útero bicorno faça uma avaliação prévia à gestação com uma equipe de Reprodução Humana para compreender se a gravidez é segura para a sua saúde e a do bebê e para ter o acompanhamento adequado durante o período pré-natal. Além disso, as variações anatômicas do útero não impedem a realização dos tratamentos-padrão de fertilização.

Entre em contato com a Mater Prime e saiba mais detalhes.

Fonte:

Ministério da Saúde.

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