A janela de implantação é determinante nas chances de sucesso da Fertilização in Vitro. Saiba o que significa o termo e como esse período é identificado no ciclo da tentante
A identificação da janela de implantação é importante para o sucesso do tratamento de Fertilização in Vitro (FIV), aumentando as chances de concepção.
Devido ao seu papel na concepção, conhecer o que é a janela de implantação e como identificá-la é uma das etapas do tratamento de reprodução humana assistida. Saiba mais a seguir.
O que é a janela de implantação?
A janela de implantação consiste no período no qual o endométrio está mais receptivo à implantação do embrião.
Durante o ciclo menstrual normal, essa camada interna do útero é preparada para fixação do embrião caso ocorra a fecundação, sendo que a janela de implantação dura normalmente 24 horas.
A implantação do embrião no endométrio é dividida em três etapas:
- Posicionamento: fase na qual o blastocisto busca um local mais propício para se fixar no endométrio;
- Adesão: fase na qual o blastocisto fixa-se no endométrio, o que ocorre entre 6 e 7 dias depois da fertilização;
- Invasão: quando o blastocisto rompe a membrana basal e invade o endométrio, penetrando nos vasos sanguíneos maternos, o que garante o recebimento de nutrientes.
Identificar corretamente a janela de implantação é fundamental para o sucesso da Fertilização in Vitro devido ao papel do endométrio nesse processo.
Qual o papel do endométrio na fertilização?
O endométrio consiste no tecido que reveste as paredes uterinas, sendo que a espessura varia durante o mês de acordo com os estímulos hormonais. As chances de sucesso na FIV são maiores quando o embrião encontra o endométrio mais espesso (normalmente a partir de 7mm de espessura).
No ciclo normal, quando não ocorre a fecundação, é esse tecido que reveste o útero que é eliminado na menstruação.
Em ciclos de 28 dias, é comum que a janela de implantação ocorra entre o 19º e 21º dia após o início do ciclo (primeiro dia da menstruação). Entretanto, cerca de 30% das mulheres apresentam uma janela de implantação deslocada, na qual o melhor dia para implantação está fora dessa média.
Uma das explicações para tentativas sem sucesso de FIV após a transferência dos embriões de boa qualidade é a receptividade endometrial e a janela de implantação.
Como é realizado o preparo endometrial?
Durante o tratamento de Fertilização in Vitro é avaliado qual o tipo de preparo endometrial será realizado para aumentar as chances de concepção.
Nos casos nos quais a transferência é realizada nos dias posteriores à coleta dos óvulos maduros, esse processo de estímulo hormonal já é responsável por preparar o endométrio para a implantação, sendo aplicados hormônios específicos após a coleta.
Entretanto, é frequente que os especialistas recomendem que o ciclo de implantação seja feito com os embriões congelados, em um ciclo diferente daquele no qual ocorreu o estímulo ovariano. Nesses casos, são duas opções:
- Ciclo natural: não se faz uso de hormônios, seguindo o ciclo menstrual natural da paciente e identificando a janela de implantação de acordo com o dia da ovulação e exames, como o monitoramento do hormônio luteinizante (LH) por sangue ou urina, para que a avaliação do endométrio seja feita 7 dias após o pico;
- Preparo endometrial artificial: utiliza-se o hormônio estradiol durante o ciclo para preparar o endométrio. A progesterona é ministrada por 3 dias, em caso de transferência de embrião em D3, e por 5 dias para blastocisto (D5).
Apenas o especialista poderá determinar qual a abordagem mais apropriada ao caso, avaliando as especificidades do tratamento e histórico da paciente.
Teste ERA e chances de implantação
Atualmente, um grande alinhado à identificação correta da janela de implantação para transferência embrionária é o teste ERA (Endometrial Receptivity Array) traduzido como Teste de Receptividade Endometrial.
O objetivo do teste é avaliar a receptividade do endométrio por meio de biópsia, que é a coleta de uma pequena amostra do endométrio. No exame, são analisados 238 genes para determinar a receptividade endometrial.
O teste ERA não é recomendado em todos os tratamentos de FIV, mas pode ser relevante nas chances de concepção em mulheres com histórico de falha na implantação em tentativas anteriores.
Entre em contato com a Mater Prime e saiba mais detalhes.
Fontes
Clínica de Reprodução Humana Mater Prime;
Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.