Protocolo de duplo estímulo ovariano pode aumentar as chances de sucesso em tratamentos de fertilização in vitro para mulheres com má resposta ovariana
O tratamento de fertilização in vitro consiste na manipulação laboratorial de óvulos e espermatozoides para que ocorra a fecundação e, posteriormente, se inicie a gestação. O procedimento é considerado de alta complexidade e é realizado em diversas etapas: estimulação ovariana, captação dos óvulos, fertilização, cultivo dos embriões e transferência embrionária.
A estimulação ovariana é o primeiro passo do tratamento, sendo realizada a partir da administração de medicamentos que estimulam os ovários a produzir uma maior quantidade de óvulos maduros. O intuito é potencializar a capacidade fértil da mulher e aumentar as chances de sucesso do tratamento.
Existem algumas situações, porém, em que o organismo da mulher apresenta baixa resposta ovariana e apresenta poucos óvulos maduros mesmo com o estímulo. Uma alternativa para potencializar o tratamento nesses casos é o Duostim.
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O que é Duostim?
Também chamado de duplo estímulo, o Duostim é um protocolo que consiste na realização do estímulo ovariano em dois momentos dentro de um único ciclo menstrual — e não apenas no início do ciclo, como no protocolo tradicional. A nova estimulação é feita cerca de 2 a 5 dias após a primeira coleta ovariana, de modo a tentar obter uma quantidade maior de óvulos.
A metodologia Duostim foi desenvolvida por pesquisadores da Shanghai Jiao Tong University e inicialmente tinha o intuito de preservar a fertilidade de pacientes oncológicas, que não poderiam esperar o início do ciclo menstrual para se submeter ao estímulo ovariano — já que essa espera poderia atrasar o início do tratamento oncológico e diminuir suas chances de cura.
Quando é indicado o duplo estímulo ovariano?
O Duostim é indicado para situações específicas nas quais é necessário otimizar a resposta ovariana em mulheres que enfrentam dificuldades para obter um número adequado de óvulos em ciclos de estimulação convencionais. As principais indicações para o uso do duplo estímulo são:
Pacientes oncológicas
Mulheres que estão prestes a passar por tratamento oncológico, como quimioterapia ou radioterapia, podem ter sua reserva ovariana comprometida. O duplo estímulo pode ser indicado para maximizar a coleta de óvulos antes de iniciarem o tratamento, preservando assim suas chances de fertilidade futura.
Mulheres com baixa reserva ovariana ou má resposta prévia
A técnica de Duostim também é indicada para mulheres que apresentaram uma resposta inadequada em tentativas anteriores de estimulação ovariana, como aquelas que conseguiram coletar três óvulos ou menos em ciclos de FIV anteriores. Essas mulheres são classificadas como “más respondedoras”, e podem se beneficiar do duplo estímulo ovariano.
Como o duplo estímulo ovarino aumenta as chances de gravidez?
Uma vez que a técnica consiste justamente em possibilitar uma segunda indução ovariana em um mesmo ciclo, a técnica Duostim gera uma quantidade maior de óvulos. O intuito e a consequência disso é o aumento das chances de sucesso no tratamento de fertilização in vitro, já que o número de óvulos captados está diretamente relacionado à quantidade de embriões resultantes.
Em geral, quanto mais embriões de boa qualidade resultarem da FIV, maiores são as chances de implantação e, consequentemente, de gestação. Trata-se de uma questão que pode fazer toda a diferença para pacientes com má resposta ovariana ou que estão em tratamento oncológico, já que ambas podem ter o número de óvulos viáveis reduzido de maneira significativa em questão de meses.
Como funciona o protocolo Duostim?
Como foi explicado, o Duostim é um protocolo que estimula os ovários de forma intensificada e mais eficaz, dividindo o tratamento de estimulação em duas fases, o que aumenta o número de óvulos coletados. A técnica é feita a partir das seguintes etapas:
- Primeira fase de estimulação: a mulher inicia o tratamento com o uso de hormônios de estimulação ovariana, de modo a favorecer o estímulo do crescimento de múltiplos folículos nos ovários;
- Pausa e segunda fase de estimulação: após a coleta de alguns óvulos, é feita uma pausa na estimulação. A mulher aguarda um período curto e, em seguida, inicia a segunda fase de estimulação;
- Coleta de óvulos.
A medicação utilizada para estimular os ovários pode variar de acordo com cada caso, devendo ser indicada pelo especialista em reprodução humana assistida após criteriosa avaliação.
Vantagens e desvantagens do Duostim
Assim como qualquer tratamento médico, o Duostim apresenta vantagens e desvantagens. Entre os principais benefícios, estão:
- Possibilidade de obter mais óvulos;
- Melhor resposta ovariana;
- Preservação da fertilidade em pacientes oncológicas;
- Possibilidade de reduzir a necessidade de múltiplos ciclos de FIV.
Entre as desvantagens, estão:
- Risco de síndrome de hiperestimulação ovariana (SHO);
- Maior custo do tratamento, já que há administração de mais doses de medicamentos e monitoramento adicional.
A decisão de utilizar o protocolo Duostim deve ser tomada com base em uma avaliação médica cuidadosa, levando em conta os benefícios e os riscos para cada paciente. Agende uma consulta com nossos especialistas para saber mais!
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