Para mulheres submetidas a histerectomia, o sonho da maternidade pode parecer muito distante. Veja se é possível engravidar sem útero e os possíveis tratamentos.
A histerectomia, procedimento conhecido como a remoção do útero, pode ser necessária por diversos motivos médicos, como doenças graves ou complicações de saúde. Para mulheres que sonham em formar uma família, essa condição pode parecer um obstáculo definitivo. No entanto, com os avanços dos tratamentos de reprodução humana, algumas alternativas podem possibilitar a maternidade.
Pacientes que se questionam se é possível engravidar sem útero, podem optar por técnicas como a FIV com útero de substituição, ou até mesmo transplante de útero. Veja mais sobre as possíveis alternativas a seguir.
Em que situações é necessário remover o útero?
A histerectomia é um procedimento cirúrgico indicado em casos em que o útero apresenta problemas severos que afetam a saúde da mulher. As principais razões para essa remoção incluem os miomas uterinos volumosos ou sintomáticos – tumores benignos que podem causar sangramentos intensos e dor severa.
Casos de endometriose grave, quando há focos do endométrio pelo útero e outros órgãos, prejudicando a qualidade de vida da paciente, também podem ser um indicativo para a remoção do útero.
O câncer ginecológico, como tumores malignos no útero, colo do útero ou ovários podem exigir a remoção completa desse órgão, bem como as complicações obstétricas, mesmo que em casos raros, a fim de evitar hemorragias fatais.
Embora a retirada do útero impeça uma gestação natural, muitas mulheres se questionam se é possível engravidar sem útero, e para isso precisam optar por alternativas de reprodução assistida.
Alternativas para engravidar sem útero
A medicina reprodutiva evoluiu e mostrou para muitas mulheres que é possível engravidar sem útero. A opção mais recorrente entre os métodos de tratamento é a FIV com útero de substituição.
Neste procedimento, os gametas são fecundados em laboratório, utilizando óvulos e espermatozoides dos pais biológicos ou de doadores, e posteriormente transferidos para o útero de outra mulher, chamada de cedente temporária do útero.
No Brasil, esse procedimento segue regulamentações do Conselho Federal de Medicina (CFM), permitindo que a cedente seja uma parente de até quarto grau do casal ou, em casos excepcionais, outra mulher aprovada pelo conselho médico responsável.
Desta maneira, quando a mulher que não possui útero consegue fornecer óvulos para a fecundação, o futuro bebê irá possuir o material genético dela, e a cedente também não terá nenhuma ligação legal com a criança.
Outra alternativa que vem sendo estudada e que mostra que é possível engravidar sem útero, é o transplante de útero, no qual uma mulher recebe um útero de uma doadora viva ou falecida. Esse procedimento ainda é experimental e tem desafios significativos, como:
- Cirurgia de alta complexidade, tanto para a doadora quanto para a receptora;
- Necessidade de imunossupressores para evitar a rejeição do órgão;
- Uso da FIV para engravidar, já que as trompas não são conectadas ao útero transplantado.
Embora tenha gerado nascimentos bem-sucedidos em alguns países, o transplante de útero ainda não está amplamente disponível e segue sendo objeto de estudos científicos.
Como funciona o útero de substituição no Brasil?
Um dos procedimentos que mostra que é possível engravidar sem útero é justamente o útero de substituição. No Brasil, essa técnica é permitida, mas segue regras específicas definidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo a legislação vigente:
- A gestante de substituição não pode receber pagamento pelo procedimento;
- Apenas parentes de até quarto grau (mãe, irmã, tia, prima, avó ou sobrinha) podem ceder o útero;
- A cedente do útero precisa ter filho;
- O cônjuge da cedente precisa autorizar o tratamento;
- O tratamento deve ser realizado em clínicas de reprodução assistida regulamentadas;
- O bebê gerado é legalmente considerado filho dos pais biológicos, sem necessidade de adoção.
Esse processo reforça que, mesmo diante da ausência do órgão, é possível engravidar sem útero por meio das técnicas avançadas de reprodução assistida.
O passo a passo para quem busca o tratamento de útero de substituição começa a partir da avaliação médica e psicológica, na qual tanto os pais biológicos quanto a gestante de substituição passam por exames e aconselhamento especializado.
Em seguida, ocorre a fertilização in vitro, na qual os embriões são fecundados em laboratório a partir dos óvulos e espermatozoides dos pais biológicos ou de doadores. Após essa etapa, é realizada a transferência embrionária, implantando o embrião no útero da gestante de substituição.
Durante toda a gravidez, há um acompanhamento médico rigoroso para garantir a saúde da gestante e do bebê até o parto. Por fim, no nascimento, os pais biológicos são oficialmente registrados como responsáveis legais da criança. Dessa forma, é possível engravidar sem útero de maneira segura e dentro da legalidade, oferecendo uma alternativa viável para mulheres que passaram por histerectomia ou apresentam condições que impedem a gestação.
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