Endometriose e FIV: em que casos é indicada?

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Entenda a relação entre endometriose e FIV e descubra em quais casos essa técnica é indicada

Muitas mulheres em idade reprodutiva enfrentam os desafios impostos pela endometriose, uma condição que afeta a qualidade de vida e pode complicar a fertilidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 em cada 10 mulheres brasileiras sofre com essa condição.

Dentre as alternativas de reprodução assistida disponíveis, a fertilização in vitro (FIV) surge como uma opção frequentemente considerada. No entanto, é crucial entender a relação entre endometriose e FIV, incluindo quando a realização desse procedimento é indicada e quais são os fatores a serem considerados para uma abordagem eficaz e personalizada. Entenda!

O que é a endometriose?

Mulheres com endometriose tem o crescimento do endométrio, tecido que reveste o interior do útero, fora dele. Esse tecido endometrial pode se fixar em órgãos pélvicos, como ovários e tubas uterinas, causando inflamação e formando tecido cicatricial que distorce e modifica a sua anatomia.

Durante o ciclo menstrual, o tecido endometrial fora do útero também responde às alterações hormonais, levando a uma série de processos inflamatórios e de cicatrização no local afetado.

Principais sintomas e fatores de risco

Os principais sintomas da endometriose incluem:

  • Dores menstruais intensas;
  • Dor durante ou após relações sexuais;
  • Dores ao urinar ou defecar;
  • Sangramento menstrual abundante.

Os fatores de risco para a endometriose podem incluir histórico familiar da condição e início precoce da menstruação. Mulheres que nunca engravidaram ou com malformações uterinas também podem estar em maior risco.

Qual a relação da endometriose com a infertilidade?

Embora nem todas as mulheres com endometriose enfrentem problemas de infertilidade, estudos mostram que uma parcela significativa (pelo menos 40% delas) pode ter dificuldades para engravidar. A infertilidade ocorre devido ao crescimento do tecido endometrial fora da cavidade uterina, o que pode obstruir ou modificar de forma importante a funcionalidade das tubas uterinas, prejudicar a função ovariana e interferir na implantação do embrião. Dessa maneira, os efeitos combinados reduzem as chances de concepção natural e podem exigir intervenções de reprodução assistida.

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Endometriose e FIV: quando o tratamento é indicado?

Ao contrário do que muitos possam pensar, a combinação de endometriose e FIV pode ser altamente eficaz. A fertilização in vitro é frequentemente indicada para mulheres que enfrentam problemas de infertilidade, incluindo aqueles associados à endometriose.

Como citado anteriormente, a condição pode causar alterações na anatomia pélvica e interferir na fecundação natural, tornando a FIV a melhor alternativa. Isso porque esta técnica permite formar embriões sem depender das tubas uterinas, que geralmente estão comprometidas, e dessa forma é possível contornar as barreiras causadas pela endometriose, permitindo a fertilização do óvulo fora do corpo e a implantação direta no útero e aumentando, assim, as chances de uma gravidez bem-sucedida.

É preciso tratar a endometriose antes da FIV?

No contexto de endometriose e FIV, não é necessário tratar a endometriose antes da fertilização in vitro. O tratamento cirúrgico ou medicamentoso da condição não melhora o prognóstico da técnica e, em muitos casos, pode até prejudicar a reserva ovariana e o sucesso do tratamento.

Exceções a esta regra são as situações de grandes endometriomas nos ovários que dificultem a aspiração dos folículos ou os casos extremamente graves em que exista a suspeita de que o fenômeno inflamatório seja causa de falha de implantação após diversas transferências de bons embriões sem sucesso. Ambas as situações devem ser extremamente individualizadas, já que a cirurgia de endometriose pode ser bastante complexa.

Taxas de sucesso da FIV em casos de endometriose

Quando falamos de endometriose e FIV, as taxas de sucesso não se alteram, já que as taxas de fertilização, qualidade dos embriões e taxas de gravidez são semelhantes às de mulheres sem essa condição.

O que muitas vezes ocorre é a associação da endometriose com menor reserva ovariana devido a grandes endometriomas e, nestes casos, as mulheres com endometriose associada à baixa reserva terão taxas de sucesso inferiores em função do menor número de óvulos coletados (assim como qualquer mulher com baixa reserva sem a doença).

Qual a importância do acompanhamento médico nesse caso?

Em casos de endometriose e FIV, o acompanhamento médico é indispensável. O especialista em endometriose deve monitorar os sintomas e evolução da doença, a fim de definir se há ou não conduta cirúrgica, e o fertileuta deve acompanhar a reserva ovariana, os demais fatores de risco do casal para infertilidade e orientar a FIV como estratégia de tratamento ou de planejamento reprodutivo de acordo com os objetivos da paciente.

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Fontes:

Clínica Mater Prime

Organização Mundial da Saúde (OMS)

Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA)

Blog

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