Funil da FIV: entenda as etapas da Fertilização in Vitro

A FIV é um tratamento composto por diversas etapas. Saiba como o número de óvulos e embriões viáveis se altera no decorrer do tratamento.

A Fertilização in Vitro (FIV) é um dos tratamentos mais eficazes para casais que enfrentam dificuldades para engravidar. Sua alta taxa de sucesso se deve à complexidade do procedimento, que envolve etapas cuidadosamente monitoradas.

Quando falamos sobre o funil da FIV, abordamos especificamente a progressiva redução no número de óvulos e embriões viáveis ao longo do processo, desde a estimulação ovariana até a transferência embrionária. Compreender esse funil é essencial para ajustar expectativas e estratégias durante o tratamento.

O que é o funil da FIV?

O funil da FIV é um termo que ilustra a diminuição gradual do número de óvulos e embriões viáveis em cada etapa do tratamento de Fertilização in Vitro. O processo se inicia com a estimulação ovariana, que induz a produção de múltiplos folículos — embora nem todos resultem em óvulos maduros. Desses, apenas uma parte será fertilizada com sucesso e, posteriormente, somente alguns embriões alcançarão o estágio adequado para transferência. Essa redução é natural e esperada, refletindo as complexidades biológicas envolvidas no processo.

1. Crescimento dos folículos

A primeira etapa do funil da FIV é a estimulação ovariana, realizada com hormônios como as gonadotrofinas, que buscam promover o desenvolvimento de múltiplos folículos nos ovários. Esse processo é monitorado por ultrassonografias transvaginais e dosagens hormonais para ajustar a medicação conforme a resposta individual da paciente.

Em casos de baixa reserva ovariana, comum em mulheres acima de 35 anos, a resposta à estimulação pode ser limitada, resultando em menor número de folículos e, consequentemente, de óvulos disponíveis para coleta. A avaliação da reserva ovariana é feita por meio de exames como a dosagem do hormônio antimülleriano (AMH) e a contagem de folículos antrais.

2. Coleta de óvulos maduros

A coleta dos óvulos, ou punção folicular, é realizada aproximadamente 36 horas após a administração do hormônio hCG, que induz a maturação final dos óvulos. O procedimento é guiado por ultrassom transvaginal e realizado sob sedação. Em média, cerca de 80% dos óvulos coletados estão maduros e aptos para a fertilização.

3. Maturação e fertilização dos óvulos

No laboratório, os óvulos maduros são fertilizados com espermatozoides por meio da FIV clássica ou da injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI), dependendo do caso. Aproximadamente 70% a 75% dos óvulos maduros são fertilizados com sucesso, formando embriões em estágio inicial.

4. Desenvolvimento dos embriões

Seguindo o funil da FIV, os embriões fertilizados são cultivados em incubadoras por até cinco dias, período em que são monitorados quanto ao desenvolvimento celular.

No terceiro dia (D3), os embriões devem apresentar entre 6 a 8 células. Aqueles que continuam se desenvolvendo atingem o estágio de blastocisto no quinto dia, caracterizado por uma estrutura com cerca de 100 células. Estima-se que por volta de 80% dos embriões fertilizados atingem o estágio de D3, mas apenas uma parte deles evolui para blastocisto.

5. Seleção e transferência embrionária

Antes da transferência, os embriões podem ser submetidos a testes genéticos para identificar aneuploidias (alterações no número de cromossomos), permitindo a seleção de embriões euploides (com número cromossômico normal). A transferência é geralmente realizada entre o terceiro e o quinto dia após a fertilização, dependendo do desenvolvimento embrionário e da receptividade endometrial. Caso sejam detectados embriões com alterações genéticas, eles serão descartados, representando mais uma evolução no funil da FIV.

6. Implantação e teste de gravidez

Após a transferência, os embriões se implantam no endométrio para que a gestação se estabeleça. A confirmação da gestação é feita a partir do teste de gravidez (dosagem de beta-hCG) cerca de 9 a 12 dias após a transferência.

As taxas de sucesso variam conforme a idade da paciente, qualidade embrionária e outros fatores, mas, em média, cerca de 40% a 50% das transferências resultam em gravidez clínica.

Por que entender o funil é importante?

Compreender o funil da FIV é essencial para que os pacientes tenham expectativas realistas sobre o tratamento e possam tomar decisões informadas em cada etapa. Confira o resumo das etapas e suas respectivas taxas médias:

  1. Crescimento dos folículos: monitorado por ultrassonografia transvaginal para avaliar o desenvolvimento folicular;
  2. Coleta de óvulos maduros: cerca de 80% dos óvulos coletados estão maduros e aptos para fertilização;
  3. Maturação e fertilização dos óvulos: aproximadamente 70% a 75% dos óvulos maduros são fertilizados com sucesso;
  4. Desenvolvimento dos embriões (D3 e blastocisto): cerca de 80% dos embriões fertilizados atingem o estágio de D3 e uma porcentagem menor evolui para blastocisto;
  5. Seleção e transferência embrionária: apenas embriões euploides são selecionados para transferência, aumentando as chances de sucesso;
  6. Implantação e teste de gravidez: cerca de 40% a 50% das transferências resultam em gravidez clínica.

Como melhorar os resultados em cada etapa do funil?

Para otimizar os resultados em cada fase do funil da FIV, é fundamental adotar estratégias personalizadas, como ajustar protocolos de estimulação ovariana conforme a resposta individual, utilizar técnicas laboratoriais avançadas para a seleção embrionária e realizar testes genéticos quando indicados. Além disso, manter um estilo de vida saudável e seguir as orientações médicas rigorosamente contribui para o sucesso do tratamento.

 

Fontes:

MDS Manuals

Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA)

Mater Prime

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