Gravidez gemelar e reprodução assistida: estão relacionadas?

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A gravidez de gêmeos pode ser comum na reprodução assistida, devido à transferência de múltiplos embriões, mas esse não é o objetivo do procedimento

A gravidez de gêmeos é um tema que chama atenção e pode ser associada com frequência aos tratamentos de reprodução assistida. Isso ocorre porque muitos desses procedimentos podem resultar em gravidez gemelar.

A gravidez gemelar ocorre quando uma mulher carrega dois ou mais fetos ao mesmo tempo, podendo ser uma gestação classificada como univitelina, quando os gêmeos são idênticos e têm origem em um único zigoto, ou bivitelina, quando os gêmeos são fraternos, ou seja, cada bebê se desenvolve a partir de dois zigotos distintos.

Que fatores predispõem a gestação gemelar?

Existem alguns fatores naturais que contribuem para que uma gravidez de gêmeos ocorra. A hereditariedade é um dos principais, tendo em vista que mulheres com histórico familiar de gêmeos, especialmente por parte materna, têm mais chances de desenvolver gêmeos bivitelinos.

Mulheres acima de 35 anos também apresentam maior probabilidade de ovulação múltipla, o que pode resultar em uma gravidez gemelar. Por sua vez, o histórico de gestações anteriores também pode ser levado em consideração. Quanto mais gestações a mulher tiver tido, maior a chance de uma gestação gemelar acontecer.

Gravidez gemelar na reprodução assistida: qual a relação?

Na reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), existe a possibilidade de ocorrer uma gravidez gemelar, pois, em alguns casos, é realizada a transferência de mais de um embrião para o útero da mãe. Essa prática tem a finalidade de aumentar as chances de que pelo menos um dos embriões se implante com sucesso e a gravidez aconteça, em casos de embriões sem análise genética.

No entanto, hoje, a recomendação é que, apesar de não ter análise genética embrionária, se transfira um embrião por vez no útero materno, com o objetivo de minimizar os riscos que envolvem uma gestação gemelar.

Além disso, em 1-2% dos casos, pode ocorrer divisão embrionária, mesmo com a transferência de embrião único.

Na prática, a taxa de gravidez gemelar na reprodução assistida é mais alta do que em gestações naturais, pois a transferência de dois ou mais embriões aumenta a possibilidade de ambos se desenvolverem, resultando em uma gestação gemelar.

É possível aumentar as chances de ter gêmeos com a reprodução assistida?

Como foi visto, os tratamentos de reprodução humana não têm o intuito de gerar uma gravidez gemelar de forma proposital. O casal não deve buscar as técnicas de reprodução assistida apenas pelo desejo de ter filhos gêmeos, pois não há uma garantia de que isso aconteça.

Quais os riscos da gestação gemelar?

Apesar de fascinante, a gravidez gemelar traz alguns riscos adicionais para a mãe e para os bebês. Entre os principais riscos, estão:

  • Prematuridade;
  • Baixo peso ao nascer;
  • Pré-eclâmpsia e hipertensão gestacional;
  • Diabetes gestacional;
  • Descolamento prematuro da placenta;
  • Hemorragia pós-parto.

Diante desses riscos, é fundamental que a gravidez gemelar seja acompanhada com atenção redobrada por uma equipe de saúde especializada.

É possível “escolher” ter gêmeos na reprodução assistida?

No Brasil, a escolha por uma gravidez de gêmeos na reprodução assistida não é uma prática incentivada nem aprovada pelas diretrizes do CFM, que estipula a quantidade de embriões transferidos conforme a idade da mulher. No entanto, hoje, a recomendação mundial é que se transfira um embrião por vez.

A FIV não garante gêmeos, ainda que aumente essa possibilidade. Embora algumas técnicas permitam escolher embriões saudáveis para o tratamento, o objetivo é sempre maximizar as chances de sucesso do tratamento, e não definir uma gestação gemelar.

 

Fontes:

Clínica Mater Prime

Portal CFM

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