Saiba como os medicamentos para estímulo ovariano aumentam as chances de sucesso de tratamento de Reprodução Humana
A jornada da fertilidade pode envolver diferentes caminhos, mas o que muitos deles têm em comum é o estímulo ovariano. Diversos tratamentos de reprodução humana, como a inseminação intrauterina (IIU) e a Fertilização in Vitro (FIV), dependem diretamente do desenvolvimento adequado dos folículos ovarianos. Para isso, os medicamentos para estímulo ovariano são utilizados com o objetivo de otimizar o ciclo e aumentar as chances de sucesso.
Esses medicamentos têm como meta promover crescimento e o amadurecimento de múltiplos folículos, ao contrário do ciclo natural, em que apenas um óvulo é liberado. Dessa forma, o tratamento permite obter um maior número de óvulos disponíveis para a fecundação, ampliando as chances de gestação, especialmente em casos de idade mais avançada.
Índice
Como funciona a ovulação
A ovulação ocorre por meio da ação coordenada de hormônios produzidos na hipófise e no hipotálamo. Entre eles, os principais são o FSH (hormônio folículo-estimulante) e o LH (hormônio luteinizante). O FSH é responsável por estimular o crescimento dos folículos nos ovários, enquanto o LH promove a liberação do óvulo maduro.
Ao nascer, a mulher possui cerca de 1 a 2 milhões de óvulos. Com o passar do tempo, essa quantidade diminui, chegando a cerca de 400 mil na puberdade, quando, então, os hormônios FSH e LH começam a agir e se iniciam os ciclos menstruais. Durante os ciclos, um único folículo costuma se desenvolver plenamente e liberar um óvulo viável para a fecundação. Com o uso dos medicamentos para estímulo ovariano é possível aumentar o número de óvulos maduros por ciclo.
Por que tomar medicamentos para estímulo ovariano?
Em tratamentos de reprodução assistida, liberar mais de um óvulo é uma estratégia que melhora as chances de fecundação e aumenta as chances de sucesso do procedimento. Isso se torna ainda mais necessário em mulheres com baixa reserva ovariana, idade avançada ou falhas em ciclos anteriores.
Sendo assim, os medicamentos para estímulo ovariano atuam promovendo o recrutamento e amadurecimento de mais folículos. Com isso, é possível obter uma quantidade maior de óvulos durante a coleta, seja para fertilização imediata ou congelamento.
A escolha do tipo de medicamento é feita com base no quadro clínico da paciente e no tratamento proposto. É comum a combinação de medicamentos, e alguns efeitos colaterais podem surgir, sendo os mais comuns:
- Dor abdominal leve ou sensação de inchaço;
- Dores de cabeça;
- Alterações de humor;
- Retenção de líquidos;
- Dolorimento nas mamas;
- Náuseas.
Esses efeitos, no entanto, costumam ser leves na maioria das pacientes. Vale lembrar que os medicamentos para estímulo ovariano devem ser utilizados sempre com prescrição e acompanhamento médico, respeitando as particularidades de cada paciente e tratamento.
Medicamentos orais
Uma das primeiras abordagens no estímulo ovariano são os medicamentos orais, que atuam bloqueando os receptores de estrogênio no cérebro, o que aumenta a produção natural de FSH.
Os medicamentos para estímulo ovariano orais costumam ser indicados em tratamentos de baixa complexidade, como o coito programado e a inseminação intrauterina. Em geral, são utilizados entre o 3º e o 7º dia do ciclo menstrual.
O clomifeno (Clomid®) e o letrozol são os mais prescritos. Eles agem por diferentes vias, mas têm um propósito comum, que é aumentar a produção do FSH, promovendo um ambiente propício à ovulação. Podem ser indicados para mulheres com ciclos irregulares ou síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou em casos sem causa aparente. Os medicamentos para estímulo ovariano orais costumam ser bem tolerados.
Medicamentos injetáveis
As gonadotrofinas (hormônios FSH e LH purificados ou sintetizados em laboratório) são os medicamentos para estímulo ovariano injetáveis. São indicadas em tratamentos de maior complexidade, como a FIV, e permitem um controle preciso do desenvolvimento folicular, pois atuam diretamente nos ovários, promovendo o crescimento dos folículos.
O início do uso é geralmente entre o 2º e o 3º dia do ciclo, com duração de 8 a 12 dias. Durante esse período, a mulher é acompanhada por ultrassonografias (e exames hormonais, se forem necessários) para ajustar as doses e verificar a resposta ao tratamento.
Em paralelo, são utilizados os bloqueadores da ovulação precoce, que podem pertencer à classe dos análogos de GnRH (como o Lupron e o Gonapeptyl) ou à classe dos antagonistas do GnRH (como o Cetrotide e o Orgalutran). Todos eles, por mecanismos diferentes, impedem que o corpo libere o óvulo antes do momento planejado da coleta. A ação desses medicamentos é fundamental para o sucesso de tratamentos como a FIV, pois garantem a sincronia entre estimulação, coleta e transferência embrionária (em casos com estratégia de transferência a fresco).
Conte com um especialista em reprodução humana
Os medicamentos para estímulo ovariano são parte central dos tratamentos de fertilidade, mas sua administração exige cuidado, conhecimento e acompanhamento constante. Automedicação é extremamente contraindicada, pois pode comprometer o ciclo e gerar efeitos adversos.
O médico especialista em reprodução humana é o profissional mais indicado para avaliar cada paciente individualmente, definir o protocolo ideal, ajustar as doses e acompanhar a resposta ao tratamento. A atuação conjunta entre paciente e equipe médica aumenta significativamente as chances de sucesso e segurança do procedimento.
Fontes:
Mater Prime;
Manual MSD.