O congelamento de embriões costuma gerar dúvidas sobre o tempo máximo em que eles podem permanecer armazenados
O congelamento de embriões é uma etapa que pode ser realizada no decorrer do tratamento de Fertilização in Vitro, permitindo que os embriões excedentes de um ciclo sejam preservados para futuras tentativas.
Essa técnica tem ajudado muitos casais a realizarem o sonho de ter filhos, mesmo quando precisam adiar a maternidade por questões de saúde ou planejamento familiar.
No entanto, entre as principais dúvidas que surgem, está a questão: por quanto tempo um embrião pode ficar congelado?
Essa é uma pergunta frequente entre pacientes que realizaram a fertilização e ainda não decidiram o melhor momento para transferir o embrião. Por isso, vale entender melhor como esse processo funciona.
Quando optar pelo congelamento de embriões?
O congelamento de embriões pode ser recomendado em diferentes situações, sempre com o acompanhamento de um especialista. Entre os principais motivos para optar pela técnica, estão:
- Preservação da fertilidade por motivos pessoais ou médicos;
- Múltiplos embriões viáveis na FIV;
- Necessidade de adiamento da transferência embrionária;
- Casos que exigem tratamento com quimioterapia ou radioterapia;
- Procedimentos de diagnóstico genético pré-implantacional;
- Planejamento reprodutivo em casais homoafetivos ou pessoas solteiras.
Por quanto tempo um embrião pode ficar congelado?
Para saber por quanto tempo um embrião pode ficar congelado, é necessário entender que, com os métodos modernos de congelamento, especialmente a vitrificação, é possível preservar embriões por tempo indeterminado.
Tecnicamente, não há um limite biológico definido que impeça o uso desses embriões após vários anos de congelamento. Já foram relatados casos de gestações bem-sucedidas com embriões congelados por mais de 20 anos.
No entanto, embora por quanto tempo um embrião pode ficar congelado não seja limitado biologicamente, existem normas éticas e legais que devem ser seguidas. No Brasil, a decisão sobre o tempo de congelamento deve levar em consideração a vontade dos pacientes, que assinam um termo de consentimento informando o que será feito com os embriões caso não sejam utilizados.
A recomendação médica também é considerada, levando em conta a idade e a saúde reprodutiva do casal no momento da transferência.
A qualidade do embrião é afetada pelo tempo de congelamento?
Com a técnica de vitrificação, os embriões são congelados rapidamente, o que reduz a formação de cristais de gelo e preserva sua estrutura celular.
Isso significa que não é necessário se preocupar com por quanto tempo um embrião pode ficar congelado, pois esse fator não afeta diretamente sua qualidade. O que realmente importa é a qualidade do embrião no momento do congelamento e o processo adequado de descongelamento no futuro.
Taxas de sucesso após descongelamento do embrião
Estudos apontam que as taxas de sucesso com embriões vitrificados são comparáveis às taxas com a utilização de embriões frescos.
Estima-se que o índice de sucesso pode ultrapassar 60%, especialmente quando o embrião congelado apresenta boa classificação morfológica. Dessa forma, mesmo após anos de congelamento, ainda é possível ter resultados positivos, desde que os embriões tenham sido preservados corretamente.
O que dizem as normas brasileiras sobre o congelamento de embriões?
No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamenta os procedimentos de Reprodução Assistida por meio da Resolução nº 2.320/22. Segundo a norma, por quanto tempo um embrião pode ficar congelado deve ser decidido pelos pacientes em conjunto com a clínica responsável. Os embriões congelados devem ser armazenados em bancos autorizados, com controle rigoroso de temperatura e identificação.
A resolução também determina que os pacientes devem assinar um termo especificando o destino dos embriões em casos como falecimento ou impossibilidade de uso futuro. Os embriões podem ser mantidos congelados, descartados, doados para pesquisa ou para outros casais, sempre respeitando a legislação vigente e os valores éticos de cada pessoa. Ou seja, por quanto tempo um embrião pode ficar congelado também depende da decisão informada e documentada dos envolvidos.