Tireoide e infertilidade: qual a relação entre elas?

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A relação entre tireoide e infertilidade está na influência direta que os hormônios possuem sobre a saúde reprodutiva da mulher

O corpo humano é uma máquina complexa e interligada, em que cada elemento que o compõe possui um papel fundamental para garantir sua harmonia e funcionamento. Quando algum fator, especialmente hormonal, está fora do padrão, pode impactar diretamente a fertilidade da mulher.

Sendo assim, é possível afirmar que os hormônios tireoidianos têm um papel importante na fertilidade feminina. Eles podem interferir em diversas funções reprodutivas. Por isso, compreender a relação entre tireoide e infertilidade é fundamental para mulheres que desejam engravidar e enfrentam dificuldades para isso.

O que é a tireoide?

A tireoide é uma glândula em formato de borboleta que está localizada na parte anterior do pescoço. Apesar de ser pequena, com tamanho médio entre 10mL e 15mL para as mulheres, essa glândula desempenha funções essenciais ao corpo, regulando o metabolismo e secretando hormônios como a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4).

São esses os hormônios responsáveis pelo funcionamento de órgãos vitais, como o coração, cérebro e fígado, além de impactarem diretamente o ciclo menstrual e a fertilidade. O hormônio T4, por exemplo, impacta a produção de hormônios gonadotrópicos, como o FSH (hormônio folículo estimulante) e o LH (hormônio luteinizante), essenciais para a maturação dos óvulos e a indução da ovulação.

A tireoide, ao controlar esses hormônios, garante o bom funcionamento do ciclo reprodutivo. Quando os níveis de T4 estão baixos, como no caso de hipotireoidismo, pode haver uma interrupção da ovulação ou ciclos menstruais irregulares, o que pode dificultar a concepção.

Além disso, a tiroxina também pode influenciar a produção de estrogênio e progesterona, hormônios diretamente envolvidos no ciclo menstrual. O equilíbrio entre esses hormônios é necessário para a maturação do óvulo e a preparação do útero para a implantação de um embrião, se a fecundação ocorrer.

Assim, observamos que a relação entre tireoide e infertilidade surge porque alterações na glândula podem desregular o equilíbrio hormonal necessário para ovulação, implantação do embrião e manutenção de uma gravidez saudável.

Disfunções na tireoide

As principais disfunções da tireoide são o hipotireoidismo e o hipertireoidismo. No hipotireoidismo, a glândula produz níveis insuficientes de T3 e T4, levando a sintomas como cansaço, ganho de peso, irregularidade menstrual e até dificuldade para engravidar. Já no hipertireoidismo, ocorre a produção excessiva desses hormônios, o que também pode prejudicar o ciclo menstrual e a fertilidade.

O diagnóstico dessas disfunções é realizado a partir da medição do TSH (hormônio estimulante da tireoide), produzido pela hipófise para regular a atividade tireoidiana. Valores normais de TSH situam-se entre 0,4 e 4,5 mUI/L. Alterações nesses níveis indicam a necessidade de investigar possíveis problemas na tireoide. E mulheres que enfrentam dificuldades para engravidar podem encontrar nessa análise a resposta para uma possível associação entre tireoide e infertilidade.

Relação entre tireoide e infertilidade

Os hormônios tireoidianos desempenham um papel vital na manutenção da fertilidade feminina, regulando o ciclo menstrual, a ovulação e a preparação do endométrio para receber o embrião. Disfunções na tireoide, como hipotireoidismo ou hipertireoidismo, podem dificultar esses processos e, desta forma, levar a um caso de tireoide e infertilidade. Mulheres com problemas na tireoide apresentam maior risco de alterações no ciclo menstrual, dificuldade de ovulação e aumento das chances de aborto espontâneo.

Por isso, recomenda-se sempre a investigação da infertilidade de maneira abrangente, sem deixar de lado os exames hormonais detalhados para avaliar o funcionamento da tireoide. O diagnóstico precoce de um problema de tireoide e infertilidade garante o tratamento adequado e a possível correção dessas alterações, aumentando as chances de sucesso nos tratamentos de fertilidade.

O que fazer se houver diagnóstico de doença na tireoide?

O tratamento para disfunções na tireoide e infertilidade depende do tipo e da gravidade do problema, sendo focado muito na resolução do caso da tireoide. Em casos de hipotireoidismo, a reposição hormonal com levotiroxina é o procedimento padrão. Enquanto em casos de hipertireoidismo, as opções incluem medicamentos para reduzir a produção de hormônios tireoidianos, iodo radioativo para controlar a atividade da glândula ou, em casos mais graves, cirurgia para remoção parcial ou total da tireoide.

O acompanhamento médico regular é essencial para monitorar os níveis hormonais e ajustar os tratamentos conforme necessário, especialmente para mulheres que estão tentando engravidar ou já estão grávidas.

Como problemas na tireoide influenciam meu tratamento?

Mulheres com problemas na tireoide e infertilidade podem recorrer à reprodução assistida para alcançar a gravidez. No entanto, é fundamental controlar os níveis hormonais antes e durante o tratamento.

Estudos mostram que o hipotireoidismo subclínico pode impactar negativamente os resultados da Fertilização in Vitro (FIV), aumentando os riscos de aborto e reduzindo as taxas de implantação do embrião.

Mulheres diagnosticadas com alterações na tireoide e infertilidade que mantêm níveis adequados de TSH, inferiores a 2,5 mUI/L, apresentam melhores resultados nos tratamentos de FIV. Além disso, o uso de levotiroxina tem demonstrado melhorar as taxas de sucesso, como o número de embriões viáveis e nascidos vivos.

Durante a gravidez, ajustes na dosagem da medicação são necessários para evitar complicações, como parto prematuro, descolamento de placenta ou hemorragias pós-parto. O controle hormonal rigoroso é, portanto, indispensável em cada etapa do tratamento e da gestação.

Fontes

Rede D’or

Mater Prime

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