Alguns embriões apresentam mais sucesso na realização da FIV; outros, como o embrião mosaico, podem estar associados a riscos e sua implantação deve ser bem analisada
O sucesso da reprodução assistida varia de acordo com diversos fatores, como a idade da mulher, qualidade dos óvulos e espermatozoides, condições de saúde, entre outros. Em geral, as taxas de sucesso da Fertilização In Vitro (FIV) podem chegar até a 70% por transferência embrionária, sendo que um dos principais fatores de sucesso está relacionado à qualidade embrionária.
Para o sucesso de um tratamento de fertilização, o grande desafio recai sobre a formação e identificação de embriões com maior potencial de sucesso. Em alguns casos, pode ocorrer algum tipo de erro nas divisões celulares iniciais, podendo ser gerado um embrião com alterações cromossômicas.
Atualmente, é possível realizar a biópsia embrionária e o material que foi biopsiado pode ser enviado para a análise genética. É o que chamamos de biópsia embrionária e PGT-A (teste genético pré-implantacional para análise de aneuploidias). Idealmente buscamos pelo embrião euploide, que ocorre quando menos de 20% das células analisadas apresentam alterações cromossômicas. Quando o embrião apresenta mais de 80% das células analisadas com alterações cromossômicas, ele é classificado com um embrião aneuploide. Quando estamos entre os 20% e 80% de células alteradas, classificamos como um embrião mosaico. Ao longo do artigo, entenda melhor o que ele é e sua relação com a reprodução assistida.
O que é um embrião mosaico?
Um embrião mosaico é um tipo de embrião que contém parte de suas células cromossomicamente normais e parte delas com alterações. Durante a divisão celular do embrião após a fertilização, algumas células podem apresentar anormalidades cromossômicas, enquanto outras células permanecem com a constituição genética normal.
O surgimento do embrião mosaico acontece na divisão celular. Nesta etapa, as células que compõem o embrião se replicam para formar novas células, e é possível que ocorram erros nesse processo.
Essas falhas podem levar a alterações no número ou na estrutura dos cromossomos das células filhas, resultando em uma mistura de células normais e anormais no embrião. Em algumas situações, as células anormais podem ser eliminadas naturalmente pelo próprio embrião.
Entretanto, outras vezes, as células incorretas podem se desenvolver normalmente junto com as células normais, resultando em um embrião mosaico. Atualmente, após a análise cromossômica realizada nos embriões (PGT-A), o embrião pode ser categorizado entre 1 das 4 classificações seguinte:
- Euploide: menos de 20% das células analisadas com alterações cromossômicas;
- Mosaico de baixo grau: entre 20-50% de células analisadas com alterações cromossômicas;
- Mosaico de alto grau: entre 50-80% de células analisadas com alterações cromossômicas;
- Aneuploide: mais de 80% as células analisadas com alterações cromossômicas.
Diagnóstico
O diagnóstico do embrião mosaico pode ser realizado por meio de testes genéticos pré-implantacionais, que permitem a análise das células do embrião antes da transferência para o útero da mulher. Estes embriões, ao serem formados em laboratório, podem ser biopsiados (retirada de algumas células do embrião) e posteriormente congelados. As células que foram retiradas são preparadas para que sejam analisadas, de modo a se obter um diagnóstico genético deste embrião.
Atualmente, os embriões mosaicos são classificados entre mosaicos de baixo grau e mosaico de alto grau. Os embriões mosaicos de baixo grau se comportam de maneira muito próxima aos embriões euploides, apresentando boas taxas de gravidez e baixos índices de aborto, sendo atualmente considerados para uma transferência embrionária na ausência de um embrião euploide. Os embriões mosaicos de alto grau comportam-se de maneira muito próxima aos embriões aneuploides, não sendo recomendada a transferência destes embriões para o útero da mulher.
Implantar ou não este tipo de embrião ainda é um assunto bastante polêmico e controverso. Desta maneira, a recomendação sempre será: converse com o seu médico. A tomada de decisão deve ser feita em conjunto, analisando prós e contras de cada estratégia durante uma tratamento de FIV. Conte com a nossa clínica neste processo. Entre em contato com a Mater Prime e agende uma consulta com um de nossos especialistas.
Fontes:
Clínica de Reprodução Humana Mater Prime