Falhas na implantação após a FIV

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Ainda que a Medicina e os tratamentos de reprodução humana estejam cada vez mais avançados, existem casos em que, mesmo após o médico realizar todos os procedimentos e o casal seguir todas as recomendações, a FIV não é bem-sucedida. Esses episódios caracterizam o que os especialistas em reprodução assistida chamam de falha de implantação embrionária.

Para que a implantação do embrião tenha sucesso é preciso haver uma interação entre ele e o endométrio da futura mãe. Em outras palavras, para a gravidez ocorrer, é preciso que o embrião apresente boa capacidade de implantação e o endométrio esteja receptivo a ele. E essa interação deve existir tanto em uma gestação proveniente de tratamento de reprodução humana quanto concebida de forma natural, apesar de serem processos diferentes.

Como ocorre a implantação embrionária na FIV?

Em uma gestação natural, a fecundação do óvulo pelo espermatozoide ocorre na região distal da trompa de falópio e, por meio dos movimentos que a trompa realiza, o embrião resultante é transportado para o útero e se implanta no endométrio, já em estágio de blastocisto, processo que pode levar cerca de 5 dias a partir do momento da fecundação. Paralelamente a esse processo, os ovários produzem o hormônio progesterona, que será responsável por tornar o endométrio receptivo ao embrião que se implantará ali.

O período que o embrião possui para conseguir se implantar, aproveitando a receptividade do endométrio, é chamado de janela de implantação e pode durar entre 24h e 36h. Se o embrião chegar até o útero em um tempo “fora” da janela de implantação, a gravidez não ocorre.

Durante o tratamento de fertilização in vitro, os óvulos coletados são fecundados pelos espermatozoides em laboratório e, concomitantemente, o especialista em reprodução humana simula o ciclo hormonal da paciente. A transferência dos embriões resultantes da FIV deve ser realizada durante o dia da janela de implantação simulada por meio de medicações hormonais que coincidam com o uso de progesterona.

Existem casos em que, mesmo conciliando a fase de implantação do embrião com a janela implantacional, ocorrem falhas, que podem ser causadas por diversos motivos.

Quais são as principais causas de falhas de implantação após FIV?

As principais causas de falhas de implantação após um tratamento de fertilização in vitro, de acordo com especialistas em reprodução assistida, são:

  • Deslocamento da janela de implantação: quando o ciclo da paciente apresenta atividade hormonal diferente da convencional. Nesses casos, é comum que o médico especialista em reprodução humana oriente a realização de um exame chamado ERA, que avalia a receptividade do endométrio e indica o melhor período para a transferência de embriões;
  • Alterações uterinas: caracterizadas pela presença de miomas (principalmente os submucosos), pólipos endometriais, adenomiose,endometrites, malformações anatômicas do útero, entre outras eventualidades que podem afetar a cavidade uterina, prejudicando o endométrio e, consequentemente, impedindo a implantação embrionária;
  • Modificações hormonais: alterações nas taxas de hormônios essenciais à fisiologia gestacional que podem prejudicar a implantação embrionária, tais como: prolactina, TSH, progesterona e até mesmo os hormônio considerados masculinos (testosterona, androstenediona etc.), comumente encontrados em mulheres acometidas pela Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP);
  • Trombofilias: formação de coágulos sanguíneos e possíveis obstruções dos vasos uterinos que realizam o transporte de nutrientes e oxigênio necessários para a correta fixação e desenvolvimento do embrião;
  • Fatores imunológicos: para a implantação do embrião ser bem-sucedida, é preciso que o sistema imunológico da mãe seja incompatível com o do embrião, a fim de criar anticorpos que o manterão no útero. Quando isso não ocorre, a implantação embrionária é comprometida. O aumento das células NK (natural-killer) no endométrio pode ser responsável pela falha de implantação, pois o sistema imune expulsa o embrião colocado dentro do útero.
  • Causas genéticas: considerada a maior causa de falhas de implantação, ocorre quando o embrião apresenta aneuploidias cromossômicas, ou seja, embriões que possuem número diferente de cromossomos, a mais ou a menos do que o normal (46). Essas alterações cromossômicas são causadas por malformações nos gametas masculinos (espermatozoides) ou femininos (óvulos), que aumentam conforme a idade do casal, principalmente da mulher. Quando um embrião aneuploide consegue se implantar, pode resultar em bebês com cromossopatias, como: Síndrome de Down, Síndrome de Turner, Síndrome de Edwards etc.

Essas causas também estão associadas a episódios de aborto de repetição e, grande parte delas, podem ser diagnosticadas por meio de exames. Caso uma mulher apresente um ou mais abortos espontâneos ou esteja tentando engravidar há mais de 12 meses sem sucesso, é recomendado buscar um especialista em reprodução humana e investigar a causa da infertilidade.

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