Método ROPA e maternidade compartilhada

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Método ROPA permite que casais homoafetivos femininos tenham filhos e que ambas as mulheres participem do processo gestacional

A reprodução assistida é uma especialidade médica que viabiliza a gestação a partir de técnicas de baixa e de alta complexidades. Assim como pessoas com infertilidade, casais homoafetivos estão entre as pessoas que podem se beneficiar desses procedimentos. Uma das possibilidades para casais femininos é o chamado método ROPA.

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O que é o método ROPA?

As técnicas comumente utilizadas em casais de mulheres são a inseminação artificial e a fertilização in vitro com sêmen de doador. O método ROPA, que significa recepção de óvulos da parceira, permite compartilhar a maternidade na gestação do futuro bebê através da FIV.

No método ROPA, os óvulos de uma das mulheres são coletados por punção ovariana. Em seguida, esse material é fertilizado com sêmen proveniente de um banco de esperma. A fecundação é realizada em laboratório, e os embriões formados são escolhidos e introduzidos no útero da parceira, possibilitando assim que ambas participem ativamente da gestação.

Para quem o método ROPA é indicado?

O método ROPA é indicado para casais homoafetivos femininos que desejam partilhar e participar ativamente da gravidez. Ainda que o bebê herde o DNA da mulher que forneceu os óvulos, a epigenética sugere que esse material sofre alterações na expressão genética enquanto está no útero. Isso significa que a mulher que esta gestante também influencia em aspectos importantes, como a proteção a determinadas doenças.

Ainda que casais homoafetivos possam optar por inseminação artificial, técnica que consiste na inserção dos espermatozoides do doador diretamente na cavidade uterina, o método ROPA é possível apenas na fertilização in vitro por envolver as etapas de coleta de óvulos e inserção do embrião no útero.

Como é o tratamento do método ROPA

Os ciclos menstruais das duas mulheres precisam estar sincronizados para viabilizar o tratamento do método ROPA. Para isso, são prescritos medicamentos com a finalidade de equilibrar os períodos. O processo inicia-se entre o 2º e 3º dia da menstruação.

Em seguida, uma das mulheres passa pela estimulação ovariana para aumentar a produção de óvulos. O processo é acompanhado por meio de ultrassonografias e análises hormonais durante o tempo de maturação, que leva de 12 a 14 dias, até chegar o momento de a ovulação ocorrer. Em paralelo, a parceira passa pela preparação do endométrio para torná-lo receptivo aos embriões.

Assim, a mulher receptora dos embriões é tratada com progesterona ao mesmo tempo em que os óvulos da fornecedora atingem o tamanho adequado e são coletados por meio de punção folicular. A extração é feita em menos de 20 minutos sob efeito de sedação leve.

Os espermatozoides do doador são selecionados em laboratório e utilizados para fecundar os óvulos colhidos. Os embriões formados são, então, transferidos para a cavidade uterina quando apresentam a evolução necessária e a espessura do endométrio da mulher receptora atinge o nível ideal, melhorando as chances de implantação.

A transferência é rápida e indolor, sem a necessidade de aplicação de anestesia, sendo indicado somente que a paciente permaneça em repouso no dia. Após cerca de duas semanas é indicado realizar o exame de beta-hCG para confirmar a gestação.

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É possível escolher qual das mulheres do casal vai engravidar?

No método ROPA, é possível escolher quem cede os óvulos e quem engravida. Durante os testes que atestam a saúde do casal e investigam possíveis doenças causadoras de infertilidade, é possível avaliar também qual configuração permite maiores chances de desenvolvimento saudável da gestação.

Alguns fatores que comprometem a fertilidade feminina ou apresentam riscos para a gestação são:

  • Endometriose, miomas e pólipos que podem dificultar a implantação de embriões e favorecer a abortos espontâneos;
  • Idade da mulher, que influencia na qualidade dos óvulos e os problemas genéticos dos embriões;
  • Anatomia da região pélvica;
  • Presença de doenças de risco para a gestação, como a pressão alta ou diabetes

Existe idade máxima para realizar o procedimento?

Não apenas no caso do método ROPA, o Conselho Federal de Medicina determina a idade máxima da mulher em 50 anos para os procedimentos de reprodução assistida. O limite foi estabelecido por causa do aumento do risco obstétrico após essa idade, aumentando a incidência de:

  • Parto prematuro;
  • Bebês com peso abaixo do normal;
  • Diabetes gestacional;
  • Pré-eclâmpsia.

Qual a taxa de eficácia do método ROPA?

A taxa de sucesso do método ROPA depende de fatores como idade e qualidade dos materiais, e é semelhante aos casos de fertilização in vitro em mulheres que tiveram os próprios óvulos coletados, fecundados e inseridos no útero.

O que o CFM diz sobre o método ROPA?

O Conselho Federal de Medicina (CFM) autoriza as técnicas de reprodução assistida para casais homoafetivos formados por mulheres, incluindo assim a permissão do método ROPA. É necessário apenas seguir as regras do procedimento, como a idade máxima.

Como é feita a seleção do doador de sêmen?

A seleção do doador de sêmen pode ser feita através de banco de sêmen, de forma anônima e a escolha é realizada com base nas características fenotípicas do homem, possibilitando maiores semelhanças com os progenitores ou pode ser doação familiar de parente de até 4º grau, desde que não haja consanguinidade.

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Fontes:

Conselho Federal de Medicina

Blog

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