Obesidade e fertilidade: qual a relação?

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A obesidade é um dos principais fatores que causam infertilidade, tanto nos homens, quanto nas mulheres

Obesidade e infertilidade têm uma relação muito mais próxima do que parece. Por ser uma condição caracterizada pelo índice de massa corporal muito acima do ideal, combinado com excesso de gordura corporal, a obesidade acaba interferindo em diversos aspectos do metabolismo, incluindo a fertilidade.

Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), cerca de 19% da população tem obesidade, enquanto 55% das pessoas estão com peso em excesso. Esses dados são alarmantes por conta das diversas complicações que esse problema pode causar.

Neste conteúdo, vamos abordar a relação entre obesidade e infertilidade e o que pode ser feito para contornar esse problema.

O que é obesidade?

Antes de entendermos como a obesidade causa infertilidade na mulher e no homem, é importante compreendermos suas definições. Dizemos que está com obesidade a pessoa que tem um índice de massa corporal (IMC) acima de níveis aceitáveis, associado ao excesso de gordura corporal.

Esse índice é obtido a partir da razão entre o peso em quilogramas e o quadrado a altura em metros. De forma geral, sua classificação se dá da seguinte maneira (com os valores expressos em kg/m²):

  • Abaixo do peso: menor de 18,5;
  • Peso normal: entre 18,5 e 24,9;
  • Sobrepeso: entre 25,0 e 29,9;
  • Obesidade grau I: entre 30,0 e 34,9;
  • Obesidade grau II: entre 35,0 e 39,9;
  • Obesidade grave (ou mórbida): acima de 40,0.

Como a obesidade afeta a fertilidade?

O excesso de peso e de gordura corporal interfere no metabolismo e na própria morfologia do organismo de diversas formas, fazendo com que se estabeleça uma relação entre obesidade e infertilidade. Isso ocorre de formas diferentes em homens e mulheres.

Como a obesidade afeta a fertilidade feminina?

Quando se fala em obesidade e fertilidade, logo pensamos na capacidade diminuída de mulheres com excesso de peso para conseguir engravidar. O principal fator que faz com que a obesidade cause infertilidade na mulher é a alteração hormonal desencadeada pela doença.

O excesso de gordura corporal interfere diretamente na produção de estrogênio, o hormônio responsável pelo desenvolvimento das características femininas e pela preparação do útero para uma gravidez a cada ciclo menstrual. Isso faz com que os ciclos menstruais se tornem mais irregulares, isto é, com intervalos não padronizados entre um e outro.

Além disso, a qualidade dos óvulos também pode ser afetada: não é incomum que mulheres com obesidade produzam óvulos de qualidade inferior ou mesmo com anomalias cromossômicas. A anovulação (ausência de ovulação) também pode ser percebida em algumas mulheres com obesidade.

Outro fator que pode interferir na qualidade ovulatória de mulheres com obesidade é a síndrome dos ovários policísticos (SOP). Isso ocorre porque a resistência à insulina e a alteração dos níveis de testosterona são comuns em mulheres com excesso de peso e, também, são fatores de risco para a SOP.

Sendo assim, podemos dizer que, quando falamos em obesidade e infertilidade feminina, estamos nos referindo, diretamente, às dificuldades que as mulheres obesas têm de manter um ciclo menstrual regular e que favoreça a concepção.

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Como a obesidade afeta a fertilidade masculina?

Existe, também, uma relação entre obesidade e fertilidade masculina, que pode ser afetada pelas alterações hormonais que ocorrem no organismo do homem com excesso de peso. Nesses casos, a principal consequência é o hipogonadismo causado pela diminuição da produção de testosterona, o principal hormônio masculino.

Outra alteração que pode afetar a produção de espermatozoides é a alteração da temperatura testicular. Em condições normais, os testículos estão até quatro graus abaixo da temperatura do resto do corpo, o que é ideal para a saúde dos espermatozoides. Em muitos casos, homens com obesidade podem apresentar temperatura testicular elevada, o que afeta diretamente os espermatozoides.

Ambas as condições fazem com que os espermatozoides se tornem mais escassos e com pouca qualidade. Nesse processo, o líquido seminal também pode perder qualidade e não se tornar muito adequado para a sobrevivência dos gametas.

Como tratar a infertilidade relacionada à obesidade?

Quando se é estabelecida a relação entre obesidade e infertilidade, no ambiente da consulta com um médico especialista em reprodução humana, é muito importante ter em mente que uma jornada deve começar para que a gravidez seja viável.

O primeiro passo é entender que é fundamental não somente tratar a infertilidade, mas a obesidade em si. A partir do controle da obesidade, ou mesmo em conjunto com esse processo e se for detectada a necessidade, um tratamento de reprodução assistida pode ser indicado.

Isso porque nem sempre o emagrecimento é a única solução para que um casal com obesidade consiga engravidar. Apesar de haver concordância entre obesidade e infertilidade, nem todas as pessoas obesas com problemas para engravidar o têm por causa do excesso de peso.

Ainda assim, as chances de sucesso em um tratamento de reprodução humana assistida diminuem à medida que o IMC e os níveis de gordura corporal aumentam, o que evidencia ainda mais a necessidade de um tratamento em conjunto.

Como tratar a obesidade?

Tratar obesidade e infertilidade é fundamental para aumentar as chances de conquistar a gravidez. Por isso, é fundamental a atenção às seguintes ações com foco na perda saudável de peso:

  • Fazer acompanhamento médico e exames para entender as causas da obesidade;
  • Abandonar o sedentarismo;
  • Equilibrar a alimentação, com foco no emagrecimento saudável;
  • Abandonar hábitos nocivos, como o tabagismo e o consumo de álcool;
  • Usar medicações somente se houver orientação médica;
  • Cuidar da saúde mental, quando houver uma relação estabelecida entre as questões emocionais e a obesidade.

Além disso, ao buscar o emagrecimento, é importante que a relação entre obesidade e infertilidade seja bem explicitada aos profissionais que acompanham o paciente, uma vez que algumas ações, como uso de determinados tipos de medicamento, podem afetar a capacidade fértil.

Obesidade e gravidez

Para além da relação entre obesidade e infertilidade, existem ainda os riscos relacionados à gravidez. Isso porque, ainda que muitas mulheres com obesidade consigam engravidar, existem, ainda, os riscos que o IMC em excesso pode trazer para a gravidez e para o bebê.

Um dos principais riscos relacionados à gravidez em mulheres obesas é a diabetes gestacional, uma condição que eleva os níveis de glicose no sangue durante a gestação e que pode levar ao nascimento com peso excessivo, parto prematuro e diversos outros problemas de saúde no bebê.

As malformações congênitas também são mais comuns em bebês de mulheres com obesidade, assim como o aumento do risco de obesidade infantil e doenças cardiorrespiratórias ao longo da vida da criança.

A mulher pode ainda sofrer com complicações durante e após o parto, anemia, hipertensão e pré-eclâmpsia, condições que, além de serem perigosas para o bebê, podem ser até mesmo fatais para a mãe.

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Como uma clínica de reprodução pode ajudar?

Os médicos especialistas em reprodução humana são os mais indicados para atestar, em cada caso, qual é a relação entre obesidade e infertilidade e, para além disso, identificar possíveis fatores que possam influenciar, em conjunto com o excesso de peso, na dificuldade para engravidar.

Ainda que o acompanhamento para o tratamento da obesidade deva ser multidisciplinar, é o médico especialista em reprodução humana que determinará o momento mais seguro para que o casal tente engravidar com maiores chances de sucesso, seja de forma natural ou com o auxílio de tratamentos de reprodução assistida.

Se você acredita que, no seu caso, existe uma relação entre obesidade e infertilidade, entre em contato com a Mater Prime e agende uma consulta com um de nossos especialistas.

 

Fontes:

Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso)

Mater Prime

Blog

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