Fatores genéticos possuem uma grande prevalência entre os casos de infertilidade. Veja como o teste de compatibilidade genética pode ajudar.
A infertilidade pode ter diversas causas, entre elas os fatores genéticos, que representam cerca de 10% a 20% dos casos, segundo especialistas. Muitas vezes, essas alterações genéticas são silenciosas e só são descobertas quando um casal enfrenta dificuldades para engravidar ou tem um histórico familiar de doenças hereditárias.
Essas doenças genéticas são causadas por alterações no DNA e podem ser transmitidas para os filhos mesmo quando os pais não apresentam sintomas. Por isso, exames específicos como o teste de compatibilidade genética têm sido cada vez mais recomendados para casais que desejam ter filhos, seja por métodos naturais ou por tratamentos de reprodução assistida.
O que é teste de compatibilidade genética?
O teste de compatibilidade genética é um exame que analisa o DNA dos pais para identificar possíveis mutações genéticas que possam ser transmitidas para os filhos. Esse teste é baseado na análise de genes específicos e verifica se ambos os parceiros são portadores da mesma mutação associada a doenças genéticas recessivas ou ligadas ao cromossomo X.
Quando uma doença está atrelada ao gene recessivo e está presente em um dos pais, o risco de transmissão ao filho é reduzido. No entanto, se ambos forem portadores da mesma mutação, há uma probabilidade maior de que a criança herde a condição.
Importância do teste na reprodução assistida
O teste de compatibilidade genética é uma ferramenta valiosa para a reprodução assistida, pois ajuda a minimizar os riscos de transmissão de doenças hereditárias aos embriões. Em tratamentos de fertilização in vitro (FIV), ele pode ser combinado com o diagnóstico genético pré-implantacional (PGT), que permite a seleção de embriões livres de determinadas mutações genéticas antes da transferência para o útero.
Além disso, casais que utilizam gametas doados podem se beneficiar desse teste para garantir maior compatibilidade genética entre o doador e o receptor, reduzindo as chances de doenças hereditárias nos bebês gerados por esse método.
Para quem o teste de compatibilidade genética é indicado?
O teste de compatibilidade genética pode ser recomendado para diferentes perfis de casais, incluindo aqueles que desejam engravidar naturalmente e aqueles que recorrem à reprodução assistida. Ele é especialmente indicado para:
- Casais com histórico familiar de doenças genéticas;
- Casais que enfrentam infertilidade sem causa aparente;
- Mulheres com mais de 35 anos;
- Casais com grau de parentesco;
- Casais que já tiveram gestações anteriores com alterações genéticas no bebê.
A recomendação do teste deve ser feita por um especialista, que avaliará o histórico de saúde do casal e a necessidade da análise genética.
Como o teste de compatibilidade genética é realizado?
Considerado um exame simples e não invasivo, o teste de compatibilidade genética é realizado a partir da coleta de uma amostra de saliva ou sangue. O material coletado é analisado em laboratório para identificar mutações genéticas associadas a doenças hereditárias.
O exame pode detectar centenas de condições genéticas diferentes, incluindo:
- Fibrose cística;
- Anemia falciforme;
- Distrofia muscular;
- Doença de Tay-Sachs;
- Síndrome do X frágil;
- Talassemia.
Os resultados do teste de compatibilidade genética são interpretados por um geneticista, que orientará o casal sobre os riscos e as opções disponíveis caso ambos sejam portadores da mesma mutação genética.
Quais são os benefícios do teste?
Realizar o teste de compatibilidade genética antes da concepção pode trazer benefícios importantes para o planejamento familiar.
A identificação precoce de riscos genéticos permite que o casal avalie a possibilidade de transmitir doenças hereditárias, e isso proporciona maior segurança na reprodução assistida, tornando possível a seleção de embriões saudáveis na FIV.
Além disso, a prevenção de doenças genéticas ajuda a evitar a transmissão de condições graves que podem impactar a qualidade de vida do bebê. Caso uma mutação genética seja identificada em um teste de compatibilidade genética, o casal pode considerar diferentes opções para o planejamento reprodutivo, como a doação de gametas ou a adoção.
O que fazer quando os dois pais são portadores de doenças genéticas?
Se o teste de compatibilidade genética indicar que ambos os pais são portadores da mesma mutação genética, existem diferentes opções para reduzir o risco de transmitir a condição ao bebê. Algumas dessas alternativas incluem:
- Fertilização in vitro com diagnóstico genético pré-implantacional (PGT);
- Doação de óvulos ou espermatozoides;
- Aconselhamento genético.
A escolha da melhor abordagem deve ser feita com o auxílio de um especialista em reprodução humana e genética, garantindo que o casal tenha o suporte necessário para tomar a decisão mais adequada ao seu caso.
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