Útero didelfo: quais os riscos dessa malformação?

O útero didelfo é uma malformação uterina rara que pode afetar a fertilidade e aumentar os riscos na gestação. Saiba como é possível driblar esse caso.

Algumas alterações na formação do sistema reprodutor feminino podem impactar a fertilidade e o desenvolvimento de uma gestação saudável. Dentre essas condições, podemos destacar o útero didelfo, uma malformação uterina rara que pode gerar desafios para quem sonha com a gestação.

Embora nem todas as mulheres com essa condição apresentem dificuldades para gestar, o útero didelfo e gravidez exigem um acompanhamento médico especializado, já que há maior risco de abortamento e parto prematuro.

O que é útero didelfo?

O útero didelfo é uma malformação congênita rara em que a mulher nasce com duas cavidades uterinas separadas. Cada útero tem sua própria tuba e seu próprio ovário, além de próprio colo e canal vaginal.

Essa anomalia ocorre durante o desenvolvimento fetal, quando os ductos de Müller, estruturas embrionárias responsáveis pela formação do útero, não se fundem corretamente. Com isso, a mulher pode ter dois úteros independentes, cada um com sua capacidade de suportar uma gestação.

Quais são as causas do útero didelfo?

O útero didelfo é causado por um erro no desenvolvimento fetal, ainda durante a formação dos órgãos reprodutivos. O motivo exato dessa falha não é totalmente compreendido, mas acredita-se que fatores genéticos possam estar envolvidos.

Se houver histórico de malformação uterina na família, o risco de desenvolver o útero didelfo pode ser maior. No entanto, não há uma causa ambiental ou comportamental conhecida que possa ser evitada para impedir o seu surgimento.

Como identificar o útero didelfo?

Em muitos casos, o útero didelfo não apresenta sintomas e só é descoberto quando a mulher passa por exames ginecológicos ou enfrenta dificuldades para engravidar. No entanto, algumas mulheres podem apresentar sinais específicos, tais como:

  • Menstruação irregular ou intensa;
  • Dores abdominais frequentes;
  • Abortamentos de repetição;
  • Infertilidade ou dificuldades para manter a gestação;
  • Desconforto durante relações sexuais.

Como os sintomas podem variar, muitas mulheres só descobrem a condição ao investigar problemas de fertilidade.

Como é a menstruação de quem tem útero didelfo?

A menstruação em casos de útero didelfo pode ser normal ou apresentar características distintas, como fluxo intenso ou irregularidade no ciclo. Mulheres com duplicação da vagina podem notar que o sangramento ocorre em lados diferentes do canal vaginal a cada ciclo.

Como esta condição é diagnosticada?

O diagnóstico do útero didelfo geralmente acontece por meio de exames de imagem que permitem visualizar a estrutura do útero. Alguns dos exames utilizados incluem:

Se houver suspeita de malformação uterina, o médico poderá solicitar exames complementares para avaliar a melhor abordagem de tratamento.

Quais os riscos associados ao útero didelfo?

O útero tem a função essencial de abrigar e nutrir o embrião durante a gestação, proporcionando um ambiente adequado para o desenvolvimento do feto. No entanto, quando há uma malformação como o útero didelfo, essa estrutura pode não funcionar da maneira ideal, aumentando os riscos para a fertilidade e a gravidez.

Caracterizada pela divisão completa do útero em duas cavidades, o útero didelfo pode dificultar a implantação do embrião, tornando a gestação mais desafiadora. Entre os principais riscos associados ao útero didelfo estão a maior probabilidade de abortos espontâneos, partos prematuros e restrição do crescimento fetal, além de dificuldades na concepção.

Algumas mulheres também podem apresentar ciclos menstruais irregulares e cólicas intensas devido à anatomia diferenciada do útero. O diagnóstico precoce e o acompanhamento médico adequado são fundamentais para minimizar esses riscos e aumentar as chances de uma gestação bem-sucedida.

Útero didelfo e infertilidade feminina

O útero didelfo pode dificultar a concepção e a implantação do embrião, aumentando as chances de infertilidade. Além disso, há maior risco de abortamento precoce devido ao espaço reduzido para o desenvolvimento fetal.

Quem tem útero didelfo pode engravidar?

A mulher diagnosticada com útero didelfo pode engravidar, mas o acompanhamento médico deve ser rigoroso, em decorrência aos riscos associados de prematuridade ou restrição do crescimento fetal.

Muitas mulheres com essa condição conseguem ter filhos saudáveis, especialmente com suporte médico adequado e monitoramento contínuo da gestação.

É possível tratar o útero didelfo?

Na maioria dos casos, o útero didelfo não demanda tratamento, principalmente se a mulher não apresentar sintomas ou dificuldades para engravidar. No entanto, em situações em que a malformação causa infertilidade, abortos recorrentes ou complicações menstruais, uma avaliação cirúrgica pode ser feita.

O procedimento conhecido como metroplastia pode ser realizado para unir as cavidades uterinas e aumentar as chances de uma gravidez saudável. Entretanto, como se trata de uma cirurgia delicada, a indicação deve ser avaliada caso a caso pelo ginecologista especialista em reprodução humana e não é tão comum que ela seja feita.

Em situações em que a gestação ocorre, o seguimento pré-natal rigoroso é essencial para reduzir os riscos e garantir o melhor desenvolvimento do bebê.

Fontes:

Dr. Drauzio Varella

Mater Prime

Blog

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