Aborto de repetição: quais são as causas?

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Aborto de repetição pode comprometer a fertilidade feminina e dificultar futuras gestações

Passar por um aborto já é uma situação delicada, imagine então conviver com seguidas interrupções da gravidez. O aborto de repetição é uma condição desafiadora, que acomete cerca de 1% das mulheres em idade reprodutiva, segundo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva.

O aborto de repetição pode ser motivado por diferentes fatores, entre eles causas genéticas, anatômicas, alterações hormonais, infecções e até estilo de vida prejudicial. Conhecer essas causas é o primeiro passo para identificar o problema e corrigi-lo.

Ao longo deste artigo, você vai conhecer as principais causas do aborto de repetição, como é feito o diagnóstico, as possibilidades de tratamento e os cuidados para garantir uma gestação bem-sucedida no futuro.

O que é aborto de repetição?

O aborto de repetição é caracterizado por duas ou mais perdas gestacionais sucessivas antes da 22ª semana, ou até o quinto mês de gravidez, seja em gestações espontâneas ou por reprodução assistida.

Ao contrário das perdas gestacionais esporádicas, o aborto recorrente geralmente está relacionado a fatores específicos que interferem no desenvolvimento do embrião ou na manutenção da gravidez. Nesses casos, é imprescindível investigar as causas do abortamento para viabilizar uma futura gestação.

Principais causas do aborto de repetição

O aborto de repetição possui causas multifatoriais, que devem ser devidamente investigadas pelo profundo desgaste emocional que essa condição gera aos casais que desejam ter filhos. As principais são:

Alterações genéticas

As alterações cromossômicas podem ser apontadas como as principais causas de perdas gestacionais ocorridas nos primeiros trimestres.

Um embrião normal possui 23 pares de cromossomos, então quando esse número se altera para mais ou para menos, as chances de um aborto acontecer são maiores. Alterações genéticas são mais comuns em embriões formados a partir de gametas de pais com idade mais avançada, já que o envelhecimento contribui para a perda de qualidade dos óvulos e espermatozoides.

Alterações anatômicas

Alterações estruturais no útero podem dificultar a implantação ou o desenvolvimento do embrião. As principais são:

Fatores imunológicos

Doenças imunológicas estão associadas a episódios de aborto de repetição porque o sistema imune passa a combater o embrião como se fosse um agente estranho. Dessa forma, mulheres com lúpus, esclerose múltipla, síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAF) e hepatite autoimune, por exemplo, precisam ter um acompanhamento médico especializado para manter essas doenças sob controle antes de engravidar.

Fatores endócrinos

Desequilíbrios hormonais podem interferir diretamente na capacidade do organismo de manter uma gravidez. Baixos níveis de estrogênio podem impactar a receptividade do endométrio e dificultar a implantação do embrião, enquanto a baixa produção de progesterona pode provocar insuficiência da fase lútea, o que compromete a sustentação inicial da gravidez.

Diabetes mal controlado e disfunções da tireoide também são fatores de risco significativos para abortos de repetição.

Fatores infecciosos

Infecções, como clamídia, sífilis, HPV e citomegalovírus, podem causar inflamações uterinas e abortos. Embora essas causas sejam menos comuns, sua investigação é essencial em casos específicos.

Estilo de vida e hábitos

Fatores relacionados ao estilo de vida também têm um impacto importante na saúde gestacional. O tabagismo, alcoolismo e o uso de drogas estão associados a um aumento significativo no risco de aborto de repetição.

A obesidade ou a desnutrição podem influenciar negativamente a saúde uterina e o desenvolvimento do embrião, assim como o estresse também é apontado como um fator de risco potencial.

Como o aborto de repetição é diagnosticado?

A investigação do aborto de repetição é recomendada quando houver duas ou mais perdas gestacionais consecutivas. Diversos exames laboratoriais e de imagem são utilizados para analisar as causas, sendo que os mais comuns são:

  • Exames genéticos: cariótipo do casal e análise genética do material fetal;
  • Ultrassonografia e histeroscopia: exames de imagem utilizados para avaliar anomalias anatômicas do útero.
  • Avaliação hormonal: dosagens de hormônios tireoidianos, prolactina e progesterona;
  • Exames de sangue: úteis para investigar a presença de infecções que podem provocar abortos de repetição.

Tratamentos para abortos de repetição

Existem várias formas de tratamento para o aborto de repetição, que vão depender da causa identificada no diagnóstico.

Para casos de alterações genéticas, por exemplo, a fertilização in vitro (FIV) pode viabilizar uma gravidez por meio do teste genético pré-implantacional (PGT), que evita a transferência de embriões com alterações cromossômicas, selecionando apenas embriões saudáveis.

A cirurgia para remover miomas ou para corrigir malformações uterinas pode ser indicada quando o aborto de repetição é causado por alterações anatômicas.

Já as doenças imunológicas devem ser tratadas pelo médico especialista, de modo a prevenir a rejeição do embrião, enquanto condições endócrinas podem ser tratadas com terapia hormonal e controle de doenças como diabetes ou hipotireoidismo.

Por fim, o casal também pode adotar mudanças em seu estilo de vida para melhorar as chances de uma gravidez bem-sucedida, entre elas parar de fumar, diminuir o consumo de álcool e manter um peso saudável com alimentação equilibrada e exercícios físicos.

O aborto de repetição pode trazer riscos para futuras gestações?

Sim, o aborto de repetição pode aumentar os riscos em futuras gestações, como parto prematuro ou complicações placentárias. Por isso, é fundamental que o casal realize acompanhamento médico especializado e receba suporte psicológico para enfrentar os desafios associados.

Como a reprodução assistida pode ajudar em casos de aborto de repetição?

A FIV é a técnica de reprodução assistida de alta complexidade e que proporciona as maiores taxas de sucesso de gravidez. O procedimento permite que sejam realizadas diferentes técnicas complementares, como a análise genética dos embriões para identificar alterações cromossômicas antes da transferência e minimizar falhas de implantação e abortamento.

Se você enfrenta dificuldades para levar sua gravidez a termo, procure auxílio de um especialista em reprodução humana para receber um tratamento individualizado, de acordo com as causas do aborto de repetição.

A Mater Prime é uma clínica especializada em reprodução humana composta por uma equipe de profissionais preparada para atender o casal em todas as suas necessidades. Entre em contato e agende uma consulta com nossos especialistas.

 

Fontes:

Mater Prime

Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva

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