Adenomiose e infertilidade: existe uma relação?

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A adenomiose compromete a qualidade de vida e a fertilidade. Veja a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado.

A adenomiose é uma condição ginecológica que afeta cerca de 20% das mulheres em idade reprodutiva, segundo dados da Sociedade Brasileira de Endometriose. A adenomiose é caracterizada pela presença de tecido endometrial, que normalmente reveste a cavidade uterina, invadindo a camada muscular do útero (miométrio).

Além dos sintomas graves, como dores intensas e fluxos menstruais excessivos, a adenomiose e infertilidade também estão relacionadas, tendo em vista que essa doença pode comprometer a capacidade de gestação por métodos espontâneos.

Principais causas da adenomiose

Na maioria dos casos, a causa exata da adenomiose pode não ser especificada, pois existem fatores que aumentam o risco de desenvolvimento da doença. Alterações hormonais, em particular o aumento nos níveis de estrogênio, por exemplo, desempenham um papel significativo.

Além disso, também é possível relacionar as causas da adenomiose a cirurgias uterinas anteriores, como cesáreas e curetagens, que podem causar microtraumas que favorecem a infiltração do endométrio no miométrio.

Fatores genéticos também são relevantes, com estudos sugerindo que mulheres com histórico familiar de adenomiose têm maior predisposição à doença. Essas causas destacam a complexidade dessa condição e também explicam a relação da adenomiose e infertilidade.

Conheça os sintomas da adenomiose

Os sintomas da adenomiose podem variar em intensidade, mas frequentemente comprometem o bem-estar das pacientes, além da associação que pode ocorrer entre a adenomiose e infertilidade. É fundamental que mulheres que apresentem um ou mais sintomas e suspeitam de um caso de adenomiose procurem orientação médica para evitar complicações graves. Os principais sintomas incluem:

  • Fluxos menstruais intensos e/ou prolongados;
  • Dores intensas durante a menstruação;
  • Dores pélvicas crônicas;
  • Dor durante a relação sexual;
  • Aumento do volume abdominal;
  • Sensação de peso na região pélvica;
  • Hemorragias frequentes.

Reconhecer esses sintomas de maneira precoce é essencial, especialmente para mulheres que planejam engravidar e podem ser impactadas pela relação entre adenomiose e infertilidade.

Como é realizado o diagnóstico da adenomiose?

O diagnóstico da adenomiose exige uma abordagem individualizada, uma vez que os sintomas podem ser semelhantes aos de outras condições ginecológicas, como endometriose e miomas uterinos. O diagnóstico preciso dessa condição é fundamental para contornar um possível caso de adenomiose e infertilidade.

O primeiro passo consiste na consulta ginecológica, em que o médico especialista avaliará o histórico clínico e também poderá realizar um exame físico. Análises de imagem, como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética, são fundamentais para detectar alterações características no miométrio.

Em alguns casos, a confirmação do diagnóstico só ocorre após a análise histológica do tecido uterino.

Quais os estágios da adenomiose

Com o intuito de traçar as melhores abordagens de tratamento, a adenomiose é classificada em diferentes estágios, com base na profundidade de infiltração do tecido endometrial no miométrio. Essa classificação ajuda os especialistas a avaliarem a gravidade da doença e evitar complicações, como a relação entre adenomiose e infertilidade, por exemplo. Os estágios são:

  • Superficial: infiltração encontrada na camada mais superficial do miométrio.
  • Intermediário: acometimento parcial do miométrio, com maior presença de tecido endometrial.
  • Profundo: infiltração que alcança toda a espessura do miométrio, causando alterações estruturais no útero.

Além da classificação realizada de acordo com a quantidade e a espessura das camadas afetadas, a adenomiose também pode ser definida como difusa ou focal.

A adenomiose difusa é aquela em que há a presença de tecidos e glândulas do endométrio por todo o tecido muscular miometrial. A adenomiose focal ocorre quando os tecidos e as glândulas endometriais estão restritos a uma região específica do útero. Esses casos podem ser facilmente confundidos com miomas, por exemplo, pela semelhança estrutural anatômica miometrial.

Adenomiose e infertilidade

A relação entre adenomiose e infertilidade é amplamente reconhecida por estudos e pesquisas médicas. A doença afeta a função uterina de diversas formas, provocando um estado crônico de inflamação causada pela infiltração do endométrio. É importante ressaltar que o endométrio possui um papel importante na concepção e no desenvolvimento da gestação, pois esse é o tecido onde o embrião se implanta após a fecundação.

O estado de inflamação pode comprometer a receptividade endometrial, ou seja, a capacidade do endométrio de receber o embrião de maneira saudável. Sendo assim, a implantação do embrião é comprometida e desenvolve-se um caso de adenomiose e infertilidade diretamente ligadas.

Além disso, alterações no fluxo sanguíneo uterino e nas contrações do miométrio podem aumentar o risco de abortos espontâneos. Estudos apontam que a adenomiose causa infertilidade em uma porcentagem significativa de mulheres, especialmente naquelas que apresentam estágios avançados da doença.

Tratamentos para adenomiose

O tratamento da adenomiose varia conforme a gravidade dos sintomas e o desejo da paciente de preservar sua fertilidade.

Em casos leves, medidas conservadoras, como anti-inflamatórios e analgésicos, podem aliviar os sintomas. Terapias hormonais, como anticoncepcionais orais ou dispositivos intrauterinos liberadores de levonorgestrel, são frequentemente utilizadas para reduzir o sangramento e também controlar o avanço da doença.

Em casos graves, pode ser necessária a intervenção cirúrgica, seja por meio de técnicas como a miomectomia, seja por histerectomia em situações mais avançadas.

Tratamento de adenomiose para quem deseja engravidar

Como observamos, é possível afirmar que adenomiose e infertilidade são condições que estão ligadas. Dessa forma, mulheres com adenomiose que desejam engravidar enfrentam desafios adicionais, já que tratamentos hormonais tradicionais podem não ser adequados.

As pacientes que precisam driblar um caso de adenomiose e infertilidade precisam adotar abordagens que preservem a função uterina e promovam um ambiente favorável à gestação.

Por isso, clínicas de reprodução humana podem desempenhar um papel fundamental no tratamento de mulheres com adenomiose e infertilidade. Os médicos especialistas oferecem uma abordagem integrada e individualizada, que combina um diagnóstico detalhado a tecnologias avançadas.

Entre os tratamentos com as maiores chances de sucesso, é possível citar a fertilização in vitro (FIV), que realiza a fecundação do embrião em laboratório e o transfere diretamente para a cavidade uterina.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Endometriose

Ministério da Saúde

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