Causas relacionadas ao organismo feminino respondem por 30% dos casos de infertilidade
A infertilidade é um problema bastante comum, presente em 15 a 20% dos casais em idade reprodutiva. Podemos dizer que há infertilidade quando o casal não consegue ter uma gestação natural após um ano de tentativas sem utilizar métodos anticoncepcionais em suas relações sexuais.
Esse período cai para 6 meses se a mulher tiver mais de 35 anos, justamente porque a idade é um dos fatores que mais contribui para a infertilidade feminina. Para se ter uma ideia de quanto esse fator é importante para a capacidade reprodutiva feminina, as probabilidades de gravidez a cada mês de tentativa diminuem de acordo com a faixa etária, sendo:
- Até 20 anos: 25% de chances;
- De 21 a 30 anos: 20% de chances;
- De 31 a 35 anos: 15% de chances;
- De 36 a 39 anos: 10% de chances;
- De 40 a 44 anos: 5% de chances;
- Acima dos 45 anos: menos de 1% de chances.
Isso ocorre porque a partir dos 35 anos a taxa de ovulação começa a cair, o que reduz consideravelmente as chances de gestação. Acontece que a idade não é o único fator de infertilidade feminina, como você verá ao longo deste conteúdo.
Sintomas de infertilidade feminina
A infertilidade feminina é consequência de alguma alteração no sistema reprodutivo e ocorre por diferentes motivos. Desse modo, existem alguns sinais que demonstram a existência de problemas, veja quais:
- Ciclos menstruais irregulares e com sangramento excessivo;
- Ausência de menstruação;
- Cólicas acompanhadas de dores pélvicas ou nas costas;
- Dor durante as relações sexuais;
- Secreção esbranquiçada pelos mamilos;
- Alterações na pele, como acne, manchas e crescimento de pelo no rosto ou nas costas;
- Forte queda de cabelo e ganho repentino de peso associados aos sintomas descritos acima.
Além desses sintomas, a dificuldade para engravidar é outro grande sintoma de infertilidade feminina.
Fatores de infertilidade feminina
Existem vários fatores de infertilidade feminina além da idade, mas é necessário dizer que a infertilidade não é sinônimo de esterilidade, pois a condição pode ser tratada e possibilitar que diversas pessoas realizem o sonho de ter filhos.
Dito isso, entenda, a seguir, quais são os principais fatores relacionados à infertilidade feminina:
Idade
Como mostrado anteriormente, as chances de engravidar são reduzidas conforme o avanço da idade. Isso porque a reserva ovariana vai diminuindo a cada ciclo menstrual até se esgotar com a chegada da menopausa, a última menstruação. Essa é uma consequência do processo natural de envelhecimento, já que a mulher nasce com uma quantidade limitada de óvulos.
Endometriose
Outra causa importante de infertilidade feminina é a endometriose, caracterizada pela presença do endométrio em locais fora da cavidade uterina, como tubas, ovários, bexiga e intestino. A doença provoca alterações anatômicas nos órgãos pélvicos e interfere no funcionamento adequado das tubas uterinas.
Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
Distúrbio hormonal que forma cistos nos ovários e pode causar alterações no ciclo menstrual e interferir na liberação do óvulo maduro, o que afeta diretamente a fertilidade.
Mioma
Miomas são tumores benignos que crescem no útero de mulheres em idade reprodutiva. A depender da localização, um dos sintomas do mioma é a dificuldade para engravidar, pois dificultam a fixação do embrião no endométrio e podem obstruir as trompas se estiverem perto da inserção delas no útero. Na gestação, os miomas podem aumentar as chances de abortamento e parto prematuro.
Trombofilia
A doença que causa alteração na capacidade de coagulação sanguínea está associada à infertilidade feminina porque pode obstruir os pequenos vasos do endométrio e dificultar ou impedir as chances de implantação do embrião.
Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)
Quando não tratadas, doenças como gonorreia e clamídia podem evoluir para uma doença inflamatória pélvica (DIP) em cerca de 10 a 15% das mulheres e causar danos irreversíveis às tubas uterinas, útero e ovário.
Distúrbios hormonais
Alterações na produção de hormônios são uma das causas de infertilidade feminina porque podem dificultar a liberação e crescimento dos óvulos, além de interferir no ciclo menstrual e na preparação do endométrio.
Fatores ovulatórios
Fatores ovulatórios podem provocar a síndrome de anovulação crônica, que é a ausência persistente ou frequente da ovulação. Portanto, se existem irregularidades na ovulação, a mulher tem dificuldades de engravidar.
Alterações ovulatórias também podem causar a menopausa precoce, que é quando a mulher deixa de ovular antes dos 40 anos. Também chamada de falência ovariana prematura, esse é outro fator de infertilidade feminina.
Fatores uterinos
Alterações anatômicas na estrutura do útero, como útero bicorno, unicorno, septado e duplo ou doenças que afetam a cavidade uterina, como miomas uterinos, pólipos endometriais e endocervicais podem dificultar a fixação do embrião no útero, predispor abortos ou ainda prejudicar o desenvolvimento do feto na gestação.
Hábitos de vida
Maus hábitos também são fatores de infertilidade feminina, entre eles o tabagismo. Fumar pode interferir na gametogênese ou na fertilização, na implantação do óvulo concebido ou na perda subclínica após a implantação. Por essa razão, mulheres que desejam engravidar devem parar de fumar 2 meses antes de iniciar as tentativas de gravidez.
Tratamentos de reprodução humana para infertilidade feminina
A boa notícia é que a maioria dos casos de infertilidade feminina possui tratamento, que pode ser iniciado depois de diagnosticada a causa que está impedindo a gravidez natural.
As técnicas de reprodução humana assistida são capazes de concretizar o sonho da maternidade e paternidade e podem ser indicadas pelo especialista após analisar cada caso individualmente.
Fertilização in vitro (FIV)
A FIV é um tratamento de alta complexidade, indicado para mulheres acima de 36 anos e casos mais graves de infertilidade feminina, como endometriose em estágios avançados e obstrução nas tubas uterinas.
Os óvulos são coletados após estímulo ovariano e fertilizados com os espermatozoides do parceiro ou de um doador em um processo dentro do laboratório. Após a fecundação, os embriões formados são transferidos ao útero materno.
A FIV pode ser feita também com a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI, na sigla em inglês), na qual um espermatozoide saudável é selecionado e inserido diretamente dentro do óvulo. Esta técnica aumenta as chances de uma gravidez.
Inseminação artificial
Indicada para mulheres com um nível de reserva ovariana alto e tubas uterinas saudáveis, a inseminação artificial é um tratamento que deposita o sêmen do parceiro ou de um doador na cavidade uterina próximo ao período de ovulação da mulher.
Coito programado
Assim cono na inseminação artificial, a fecundação acontece naturalmente no coito programado. O especialista em reprodução humana monitora o ciclo reprodutivo da mulher e indica o melhor período para o casal ter relações sexuais. Para aumentar as chances de gravidez, a mulher pode ter os ovários estimulados com medicamentos.
Como vimos, os fatores de infertilidade feminina são variados e devem ser analisados por um especialista, que irá indicar o melhor tratamento a partir do diagnóstico realizado.
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Fontes: