A quimioterapia pode levar a dificuldade para engravidar. Saiba como contornar esse problema com a ajuda da medicina reprodutiva.
A relação entre quimioterapia e fertilidade é muito conhecida, sendo um dos diversos efeitos colaterais desse tipo de tratamento contra o câncer. Basicamente, a quimioterapia é a utilização de vários medicamentos potentes para destruir e inibir o crescimento desordenado de células que caracterizam o câncer.
Por ser um tratamento que atua no corpo de forma generalizada, é comum que a quimioterapia cause uma série de efeitos colaterais no organismo do paciente, e isso também é observado na capacidade fértil. Por esse motivo, é comum que pessoas que desejam ter filhos e precisam realizar um tratamento desse tipo se preocupem com a relação entre quimioterapia e fertilidade.
Quimioterapia e fertilidade: qual a relação?
Quando falamos sobre quimioterapia e fertilidade, nos referimos à forma como esse tipo de tratamento contra o câncer afeta a capacidade do organismo de produzir gametas de qualidade ou criar um ambiente propício para a fecundação, implantação e desenvolvimento do embrião.
Sendo assim, é muito comum que pessoas que já passaram por tratamentos quimioterápicos tenham dificuldade de conseguir engravidar de forma espontânea, mesmo depois de o tratamento ter sido encerrado.
Como a quimioterapia afeta a fertilidade?
A interação entre quimioterapia e fertilidade ocorre quando os medicamentos usados nesse tipo de tratamento combatem não somente o desenvolvimento das células cancerígenas, mas também das células germinativas, que dão origem aos gametas.
Ainda nesse sentido, alguns dos medicamentos usados na quimioterapia podem, ainda, afetar o desenvolvimento dos folículos ovarianos, causando a liberação de óvulos maduros com qualidade muito baixa para a fecundação.
Em muitas situações, como mencionado anteriormente, a pessoa mantém a infertilidade mesmo depois do tratamento. Estima-se que, nesses casos, até 70% das mulheres e 50% dos homens que já passaram por quimioterapia tenham dificuldade para engravidar.
Quais as opções de preservação da fertilidade antes da quimioterapia?
Como a relação entre quimioterapia e fertilidade pode perdurar pelo resto da vida do paciente, pessoas que desejam engravidar após o tratamento contra o câncer podem receber a indicação de procedimentos que visam a preservação da fertilidade.
Congelamento de óvulos (criopreservação)
O congelamento (ou criopreservação) de óvulos é uma das possibilidades de preservar a fertilidade feminina nos casos de quimioterapia. Nesses casos, a coleta e preservação dos óvulos devem ser feitas antes do início do tratamento contra o câncer. Quando a gravidez for possível, os óvulos são descongelados e fertilizados numa fertilização in vitro (FIV).
Congelamento de embriões
Outra possibilidade de preservação de fertilidade é o congelamento de embriões. Esse processo é semelhante a uma FIV, e é realizado com os seguintes passos:
- Estimulação ovariana e coleta dos óvulos;
- Coleta do sêmen do parceiro ou de um doador;
- Promoção da fecundação em ambiente laboratorial;
- Cultivo dos embriões por alguns dias e posterior congelamento.
Os embriões criopreservados podem ser mantidos nesse estado por tempo indeterminado, até que a paciente esteja apta para engravidar.
Preservação de sêmen
No caso dos homens que passarão pela quimioterapia, deve ser feita a coleta e preservação do sêmen, que também é feita por meio de congelamento. Assim, quando o homem ou o casal desejar ter filhos, é possível utilizar o sêmen criopreservado em uma inseminação artificial ou fertilização in vitro.
É possível ter filhos após a quimioterapia?
Como mencionado anteriormente, a relação entre quimioterapia e fertilidade se mantém mesmo depois do tratamento na maioria dos casos. No entanto, é possível engravidar com maiores chances quando se recorre aos tratamentos de reprodução assistida, principalmente se algum procedimento de preservação da fertilidade tiver sido realizado anteriormente.
Vale lembrar que a análise de cada caso deve ser individualizada, uma vez que, em algumas situações, existe, também, uma relação entre o próprio câncer e infertilidade, que deve ser considerada para estabelecer as possibilidades de engravidar após a quimioterapia.
Outra consideração que deve ser feita é o fato de que o paciente pode passar por outros tratamentos oncológicos que também podem afetar a fertilidade, como é o caso da radioterapia. É importante que todos esses tratamentos estejam encerrados antes de engravidar.
Quando procurar um especialista em fertilidade?
Ao se preocupar com as consequências da quimioterapia e fertilidade, o ideal é procurar um médico especialista em reprodução humana. Esse profissional, em conjunto com os médicos que acompanham o tratamento do câncer, será capaz de determinar se um tratamento de preservação da fertilidade pode ser realizado no seu caso e participar dessa jornada.
Se você quer saber mais sobre quimioterapia e fertilidade e as possibilidades de passar por esse problema sem desistir do sonho de engravidar, entre em contato com a Mater Prime e agende uma consulta com um de nossos especialistas.
Fontes:
Mater Prime
Instituto Nacional do Câncer
Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida