Saiba o que é a gestação compartilhada e quais são os critérios para dar início a esse método de reprodução assistida
Ter um filho é um sonho compartilhado por muitos casais. Contudo, nem sempre é possível realizá-lo de forma natural. Um dos exemplos de casais que se veem com essa dificuldade são os homoafetivos femininos, que costumam procurar auxílio de uma clínica de reprodução humana para realizar esse sonho.
Ainda que as técnicas de reprodução humana assistida possibilitem que uma das parceiras engravide normalmente, existe uma possibilidade que permite que ambas as parceiras participem do processo de gestação: a gestação compartilhada. O método foi autorizado ao Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2011.
Neste artigo, iremos apresentar o que é a gestação compartilhada e quais são os critérios envolvidos no procedimento. Acompanhe!
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O que é a gestação compartilhada?
A gestação compartilhada é uma técnica que envolve a doação de óvulos de uma das mulheres do casal, fecundados em laboratório com o sêmen de um doador anônimo. Sendo assim, ocorre a transferência dos embriões para o útero da outra mulher, que irá gestar o bebê, permitindo que as duas mulheres tenham uma ligação biológica com o filho.
No Brasil, a gestação compartilhada foi regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2015, e deve seguir algumas normas éticas e jurídicas.
Como definir a doadora e a receptora?
Para realizar a gestação compartilhada, é preciso analisar alguns aspectos, sendo um deles a escolha de quem será a doadora dos óvulos e quem será a receptora dos embriões.
É importante que as duas mulheres estejam de acordo com a decisão e que se sintam confortáveis com seus papéis na gestação. A partir disso, alguns fatores que podem influenciar na escolha são:
- A qualidade dos óvulos: mulheres mais jovens tendem a ter óvulos mais saudáveis e com menos chances de alterações cromossômicas. Quando a diferença de idade entre as parceiras é grande, costuma ser interessante que a mais jovem seja a doadora dos óvulos.
- A reserva ovariana: se uma das parceiras tiver uma reserva ovariana muito baixa, costuma ser interessante que a parceira com a melhor reserva faça a doação de óvulos.
- As condições uterinas: mulheres com malformações uterinas, miomas muito grandes ou endométrio de difícil espessamento podem ter mais dificuldades em engravidar e manter a gravidez.
- Condições de saúde do casal: doenças hereditárias que possam ser evitadas ou problemas de saúde que aumentem muito o risco da gestação deve ser avaliado pelo médico na distribuição dos papéis de cada parceira no processo
- O desejo de gestar: algumas mulheres podem ter mais vontade de passar pela experiência da gravidez do que outras. Sendo assim, esses aspectos emocionais devem ser considerados e respeitados pelo casal.
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Como ocorre a FIV e a gestação compartilhada?
A realização da gestação compartilhada ocorre por via da fertilização in vitro (FIV), um método mais avançado de reprodução assistida. A FIV consiste em quatro etapas principais:
- Estimulação ovariana: a mulher que irá doar os óvulos deve aplicar medicamentos hormonais por cerca de 10 dias para estimular o crescimento de vários folículos nos ovários;
- Coleta dos óvulos: quando os folículos atingem o tamanho adequado, é feita uma punção ovariana com o intuito de aspirar os óvulos maduros. O procedimento é realizado sob sedação e dura cerca de 15 minutos;
- Fecundação dos óvulos: os óvulos coletados são levados ao laboratório, onde são fecundados com o sêmen do doador por meio da técnica de ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), que consiste em injetar um único espermatozoide dentro de cada óvulo;
- Transferência dos embriões: os embriões são cultivados em laboratório por alguns dias, até atingirem o estágio ideal para serem transferidos para o útero da mulher que irá gestar. Essa transferência ocorre após cerca de 18 dias de preparo hormonal e é feita por meio de um cateter fino e flexível, com desconforto semelhante a uma coleta de Papanicolau.
Sobretudo, a gestação compartilhada é uma técnica segura e eficaz, que oferece aos casais homoafetivos femininos a possibilidade de terem um filho com ligação biológica com ambas as parceiras.
Para realizar a gestação compartilhada, é preciso contar com uma clínica especializada em reprodução assistida, como a Mater Prime, que oferece toda a infraestrutura e o suporte necessário para o sucesso do tratamento.
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Fontes:
Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida